segunda-feira, 13 de junho de 2016

Temer chega a 30 dias com balanço negativo e incerteza de continuidade




O governo do presidente interino Michel Temer completou 30 dias neste domingo (12). Enquanto gestões eleitas pelo voto direto em processos democráticos normalmente são avaliadas em seu centésimo dia,

  

Por Gisele Brito

Temer poderá não chegar a esta marca. Antes disso, com previsão para agosto – quando a interinidade do vice estará por volta dos 60 dias – o Senado irá decidir se vai considerar que as acusações que levaram à abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff constituem realmente um crime de responsabilidade. E crescem as expectativas de Dilma poderá voltar ao cargo e ao seu mandato.

Talvez por isso, Temer tem pressa, e rapidamente desconfigura políticas sociais em andamento, tomando medidas que já garantem a ele um legado que, na avaliação de especialistas, é negativo tanto para a população mais pobre, quanto também para a classe média e o setor produtivo.

Ao mesmo tempo, a saída para esse período será pelas mobilizações de rua e pela articulação dos movimentos populares e todos que se opõem ao governo interino, afirmam analistas. “Tudo que o Temer fez pode ser desfeito. As coisas não se consolidaram. Eles sabem disso, estão preocupados. E o movimento popular deve apostar nessa possibilidade de reverter o golpe”, afirma o cientista político Armando Boito.

Menos de trinta dias depois de ter tomado posse, o presidente interino conseguiu aprovar na Câmara, em primeiro turno, uma emenda à Constituição que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2023. Por lei, a União, os estados e municípios devem investir um percentual mínimo da sua arrecadação em áreas como saúde e educação; mas com a DRU, parte desse valor poderá ser usada para outros gastos. Na prática, setores que já carecem de investimentos terão menos dinheiro ainda. O texto aprovado amplia de 20% para 30% o percentual que pode ser remanejado, o que chega a R$ 120 bilhões, de acordo com cálculos do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), um dos que votou contra a medida.

FONTE: Portal Vermelho

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