Por Bajonas Teixeira de
Brito Junior, colunista do Cafezinho
Vivemos nesses últimos dias
a aceleração da indústria do boato para apressar a votação no Senado antes da
desmoralização completa do governo Temer. Alguns senadores já começaram a dar
sinais de impaciência, se isso é indignação verdadeira ou só uma pressão
oportunista para descolar um agrado, ainda não está claro. Mas, para evitar um final
infeliz, planta-se nas redes um frisson artificial, uma espécie de linchamento
digital de Dilma, exatamente como se fez com Lula algum tempo atrás. Toda essa
aceleração é ditada por Temer e pela Rede Globo.
No caso de Lula, quando foi
nomeado para o ministério, a Globo mobilizou num instante o lacaio FHC que,
durante um evento de agências de seguro, talvez ligadas a grandes bancos, em
São Paulo, usou todos os adjetivos para avacalhar a imagem de Lula. Foi a senha
para que outros, como Gilmar Mendes, viessem à ribalta cuspir também seus
impropérios. Para alcançar o efeito desejado, FHC desceu fundo no vocabulário
mais ofensivo, recuperando expressões que eram usados durante a Ditadura,
quando se dizia que Lula era analfabeto:
"Tem que ter cabeça
nova, não é só ser político, é preciso conhecimento. Conhecimento é
fundamental. Você não pode dirigir esse país sendo analfabeto. Não dá”.
Sentindo-se respaldado, e
livre para voar, Gilmar Mendes quis apontar crime tipificado no Código Penal,
ou seja, coisa de bandido comum, na nomeação de Lula:
“O que ressai é a impressão
de que pode ter ocorrido mesmo não um crime de responsabilidade, mas um crime
do código penal, que é o crime de falsidade, a possibilidade de que pode ter
havido de fato a declaração falsa de posse do presidente Lula”.
Veja-se que, como um tique
nervoso, ou um gesto compulsivo de um psicopata, as acusações dirigidas a Lula
e Dilma, têm sempre em mira produzir um desgaste que deve rebaixar e execrar.
Ou seja, é uma tara de depredar a imagem e o valor.
Nesses últimos dias, com o
andamento do golpe começando a engasgar, com a natureza decrépita do governo
Temer se fazendo visível, e o grau de corrosão interna do seu plantel de
ministros começando a assustar, Temer usa a batuta de maestro para, como se diz
em música, passar ao presto, senão ao prestíssimo, ou seja, à maior velocidade.
Começa então o jogo do linchamento público para instilar ódio na opinião
pública. O portal do G1 passou os últimos dias, em frenética exposição de
manchetes que serviam a esse martírio humilhante da imagem de Dilma.
FONTE: Blog O Cafezinho
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