segunda-feira, 13 de junho de 2016

Michel Temer e a Rede Globo – a maravilhosa fábrica de ciladas



Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, colunista do Cafezinho

Vivemos nesses últimos dias a aceleração da indústria do boato para apressar a votação no Senado antes da desmoralização completa do governo Temer. Alguns senadores já começaram a dar sinais de impaciência, se isso é indignação verdadeira ou só uma pressão oportunista para descolar um agrado, ainda não está claro. Mas, para evitar um final infeliz, planta-se nas redes um frisson artificial, uma espécie de linchamento digital de Dilma, exatamente como se fez com Lula algum tempo atrás. Toda essa aceleração é ditada por Temer e pela Rede Globo.

No caso de Lula, quando foi nomeado para o ministério, a Globo mobilizou num instante o lacaio FHC que, durante um evento de agências de seguro, talvez ligadas a grandes bancos, em São Paulo, usou todos os adjetivos para avacalhar a imagem de Lula. Foi a senha para que outros, como Gilmar Mendes, viessem à ribalta cuspir também seus impropérios. Para alcançar o efeito desejado, FHC desceu fundo no vocabulário mais ofensivo, recuperando expressões que eram usados durante a Ditadura, quando se dizia que Lula era analfabeto:

"Tem que ter cabeça nova, não é só ser político, é preciso conhecimento. Conhecimento é fundamental. Você não pode dirigir esse país sendo analfabeto. Não dá”.

Sentindo-se respaldado, e livre para voar, Gilmar Mendes quis apontar crime tipificado no Código Penal, ou seja, coisa de bandido comum, na nomeação de Lula:

“O que ressai é a impressão de que pode ter ocorrido mesmo não um crime de responsabilidade, mas um crime do código penal, que é o crime de falsidade, a possibilidade de que pode ter havido de fato a declaração falsa de posse do presidente Lula”.

Veja-se que, como um tique nervoso, ou um gesto compulsivo de um psicopata, as acusações dirigidas a Lula e Dilma, têm sempre em mira produzir um desgaste que deve rebaixar e execrar. Ou seja, é uma tara de depredar a imagem e o valor.

Nesses últimos dias, com o andamento do golpe começando a engasgar, com a natureza decrépita do governo Temer se fazendo visível, e o grau de corrosão interna do seu plantel de ministros começando a assustar, Temer usa a batuta de maestro para, como se diz em música, passar ao presto, senão ao prestíssimo, ou seja, à maior velocidade. Começa então o jogo do linchamento público para instilar ódio na opinião pública. O portal do G1 passou os últimos dias, em frenética exposição de manchetes que serviam a esse martírio humilhante da imagem de Dilma.

Nenhum comentário: