quarta-feira, 22 de junho de 2016

Dilma: Onde foi parar o dinheiro para o reajuste do Bolsa Família?



A presidenta Dilma Rousseff vem promovendo uma série de bate-papos com os internautas, denunciando a agenda neoliberal imposta pelo presidente interino Michel Temer, que retira direitos e conquistas dos trabalhadores. Nesta terça-feira (21), Dilma convidou a titular do Ministério do Desenvolvimento Social Combate à Fome do seu governo, Tereza Campello, para esclarecer alguns questionamentos à respeito dos cortes feitos pelo governo ilegítimo no Bolsa Família.

Por Laís Gouveia

Questionada sobre a decisão do interino Michel Temer em não realizar o reajuste no Bolsa Família, Dilma alertou para o impacto negativo dessa medida para os pequenos munícipios. “O aumento do benefício do Bolsa Família é importante para a família e também para a economia local. Quando a família gasta com alimentos, roupas, calçados, remédios, isso impacta a economia local e o comerciante, o feirante, o dono do armazém, etc., também se beneficiam. Cada R$ 1,00 gasto pelo beneficiário do Bolsa Família gera R$ 1,78 para o conjunto da economia. Por isso o Bolsa Família tem impactos significativos nos pequenos municípios com menor IDH do país. Sem o benefício do reajuste do Bolsa Família todos perderão!”

O povo paga o pato

E denuncia: “Não dá pra entender este governo golpista. Havia previsão de recursos para o aumento. Eles ampliaram o deficit fiscal. Eles concederam aumento para várias categorias do funcionalismo, fizeram uma anistia para os estados, que segundo eles mesmos custará R$ 20 bilhões. Eles aumentaram vários outros gastos. Só não acharam dinheiro para dar o reajuste do Bolsa Família, cujo valor não passa de R$ 1,2 bilhão. Onde foi parar o dinheiro que tínhamos reservado para o reajuste do Bolsa Família? Só os mais pobres devem pagar o pato?”

Falsos boatos

Dilma aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, desmistificar as falsas afirmações sobre o programa. “Ao contrário do que alguns afirmam, os valores pagos ao Bolsa Família são muito pequenos, em média R$ 162,00 por família. Esse valor garante não só um complemento para alimentação familiar mas, sobretudo, garante que 17 milhões de crianças estejam frequentando a escola e 9 milhões de crianças e gestantes tenham acompanhamento de saúde semestral: medir, pesar, tomar vacinas e fazer o pré-natal, no caso das gestantes. De fato, os R$ 1,2 bilhão estava previstos no orçamento e com recursos financeiros garantidos. Só um grande preconceito com o Bolsa Família pode explicar porque o aumento de 9% no benefício médio não foi até hoje concedido. Desde sexta, está sendo pago o benefício do Bolsa Família com zero de reajuste. É uma fantástica injustiça.”
E continuou: “Nós sabemos que mais de 70% dos adultos que recebem o Bolsa Família trabalham. Trabalham muito. Como não tiveram a oportunidade de estudar, ter uma profissão, acesso à informação ao longo de sua vida, mesmo trabalhando muito não recebem o suficiente para garantir uma vida digna para seus filhos. O Bolsa Família é só um complemento, uma retirada de algumas famílias da pobreza extrema. No caso das crianças, o Bolsa Família impede que elas repitam a história de exclusão de seus pais. Ao acompanharmos a frequência à escola, garantimos que elas tenham melhor formação e mais oportunidades no futuro”.
A presidenta afirmou que a primeira medida caso volte ao governo será pagar o reajuste ao Bolsa Família. “É claro que este governo provisório, ilegítimo e interino está comprometendo as políticas sociais do meu governo”, concluiu.


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