A
presidenta Dilma Rousseff vem promovendo uma série de bate-papos com os
internautas, denunciando a agenda neoliberal imposta pelo presidente interino
Michel Temer, que retira direitos e conquistas dos trabalhadores. Nesta
terça-feira (21), Dilma convidou a titular do Ministério do Desenvolvimento
Social Combate à Fome do seu governo, Tereza Campello, para esclarecer alguns
questionamentos à respeito dos cortes feitos pelo governo ilegítimo no Bolsa
Família.
Por Laís Gouveia
Questionada sobre a decisão do interino Michel Temer em não
realizar o reajuste no Bolsa Família, Dilma alertou para o impacto negativo
dessa medida para os pequenos munícipios. “O aumento do benefício do Bolsa
Família é importante para a família e também para a economia local. Quando a
família gasta com alimentos, roupas, calçados, remédios, isso impacta a
economia local e o comerciante, o feirante, o dono do armazém, etc., também se
beneficiam. Cada R$ 1,00 gasto pelo beneficiário do Bolsa Família gera R$ 1,78
para o conjunto da economia. Por isso o Bolsa Família tem impactos
significativos nos pequenos municípios com menor IDH do país. Sem o benefício
do reajuste do Bolsa Família todos perderão!”
O povo paga o pato
E denuncia: “Não dá pra entender este governo golpista. Havia
previsão de recursos para o aumento. Eles ampliaram o deficit fiscal. Eles
concederam aumento para várias categorias do funcionalismo, fizeram uma anistia
para os estados, que segundo eles mesmos custará R$ 20 bilhões. Eles aumentaram
vários outros gastos. Só não acharam dinheiro para dar o reajuste do Bolsa
Família, cujo valor não passa de R$ 1,2 bilhão. Onde foi parar o dinheiro que
tínhamos reservado para o reajuste do Bolsa Família? Só os mais pobres devem
pagar o pato?”
Falsos boatos
Dilma aproveitou a oportunidade para, mais uma vez,
desmistificar as falsas afirmações sobre o programa. “Ao contrário do que
alguns afirmam, os valores pagos ao Bolsa Família são muito pequenos, em média
R$ 162,00 por família. Esse valor garante não só um complemento para
alimentação familiar mas, sobretudo, garante que 17 milhões de crianças estejam
frequentando a escola e 9 milhões de crianças e gestantes tenham acompanhamento
de saúde semestral: medir, pesar, tomar vacinas e fazer o pré-natal, no caso das
gestantes. De fato, os R$ 1,2 bilhão estava previstos no orçamento e com
recursos financeiros garantidos. Só um grande preconceito com o Bolsa Família
pode explicar porque o aumento de 9% no benefício médio não foi até hoje
concedido. Desde sexta, está sendo pago o benefício do Bolsa Família com zero
de reajuste. É uma fantástica injustiça.”
E continuou: “Nós sabemos que mais de 70% dos adultos que
recebem o Bolsa Família trabalham. Trabalham muito. Como não tiveram a
oportunidade de estudar, ter uma profissão, acesso à informação ao longo de sua
vida, mesmo trabalhando muito não recebem o suficiente para garantir uma vida
digna para seus filhos. O Bolsa Família é só um complemento, uma retirada de
algumas famílias da pobreza extrema. No caso das crianças, o Bolsa Família
impede que elas repitam a história de exclusão de seus pais. Ao acompanharmos a
frequência à escola, garantimos que elas tenham melhor formação e mais
oportunidades no futuro”.
A presidenta afirmou que a primeira medida caso volte ao governo
será pagar o reajuste ao Bolsa Família. “É claro que este governo provisório,
ilegítimo e interino está comprometendo as políticas sociais do meu governo”,
concluiu.
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