quarta-feira, 29 de junho de 2016

Movimentos ocupam Ministério da Educação contra desmonte de Temer



O comitê "Fora Temer, pela democracia e nenhum direito a menos" composto por 40 entidades dos movimentos sociais e organizações em luta pela educação, ocupou nesta quarta-feira (29) o Ministério da Educação (MEC), denunciando o desmonte promovido pelo governo ilegítimo Temer, que entrega a pasta aos grupos educacionais privados, desarticula o Conselho Nacional de Educação (CNE) e corta verbas para a educação pública, prejudicando o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

 Foto: Mídia Ninja 

Por Laís Gouveia

Entidades como a União Nacional dos Estudantes, (UNE), Confederação Nacional dos Trabalhadores Estabelecimento de Ensino (Contee), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Professores do Destrito Federal (Simpro-DF), Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), entre outras organizações que lutam pelo direito à educação participaram da ocupação.
A presidenta da Contee, Madalena Guasco, explica a dimensão dos cortes promovidos por Temer no MEC.  "O conselho nacional de educação hoje é quem normatiza e regulamenta as políticas públicas de educação, ele é responsável por deliberar sobre as bases nacionais curriculares, os currículos dos professores, os curriculos dos cursos de graduação, o CNE é ligado o governo, porém, segundo a Lei de Diretrizes de Bases (LDB) ele tem um papel específico".
O interino revogou nesta terça-feira (29) a nomeação de 12 conselheiros do CNE nomeados por Dilma Rousseff no último mês de maio, manteve os conselheiros que estavam encerrando o mandato e os secretário do MEC que participam do Conselho. Na prática, Madela denuncia que, a ação de Temer, tem como objetivo esvaziar o CNE ou nomear conselheiros do seu interesse para conduzir o órgão. " É um acontecimento tão arbitrário e absurdo, que ainda não há condições de avaliar o impacto dessa revogação", denuncia.


Pacote de maldades

Desde que foi conduzido de forma ilegítima no MEC, o ministro da educação, Mendonça Filho, (DEM-PE) vem promovendo um verdadeiro desmonte das políticas educacionais promovidas nos últimos anos.
 
Confira algumas ações: 



Servidores da Educação do RN receberão adiantamento de 40% do 13º nesta Quinta-feira (30)



Os 22 mil servidores da Educação do Rio Grande do Norte vão receber 40% do 13º Salário amanhã (30). A informação foi confirmada pelo Secretário de Planejamento Rio Grande do Norte Gustavo Nogueira a Tribuna do Norte
Segundo o titular do SEPLAN, os professores receberão por que as receitas referentes aos salários são vinculadas ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento  da Educação Básica e de valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).

Governo do estado paga no proximo dia 05 os servidores estaduais! Mais uma vez com atraso!



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De acordo com o anuncio feito nessa terça-feira, pela Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), o governo Robson pagará o salário do mês de junho dos servidores estaduais no próximo dia 05 de julho, terça-feira.
Ainda de acordo com a Seplan, o governo aguarda a informação referente aos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) para anunciar o calendário completo de pagamento.
Percebe-se, assim, fazendo jus ao seu pequeno histórico a frente do governo do RN, mais uma vez  o governador Robson Farias irá atrasar os salários dos servidores estaduais que, lamentavelmente, terão que pagar suas contas com juros, como se já não bastasse as dificuldades enfrentadas diante da crise econômica que vivemos no momento.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Entidades do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher repudiam retirada de direitos



O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) constitui um marco na história política do Brasil. Sua criação em 1985 (Lei 7.353/85) representa a luta das mulheres brasileiras na afirmação de sua igualdade social como fator fundamental para um verdadeiro processo de democratização de nossas instituições políticas, após 21 anos de ditadura militar. O CNDM teve um papel fundamental na garantia dos direitos da mulher na Constituição de 1988.
Desde então o CNDM tem exercido a função de propor, avaliar e fiscalizar as políticas públicas com vistas a promoção dos direitos das mulheres (Decreto nº 8.202 de 2014). Exerce esse controle através de suas integrantes, representantes da diversidade do universo de mulheres brasileiras e atuantes na defesa de seus direitos através de redes, articulações, entidades de classe, associações, sindicatos e organizações não governamentais.
Cumprindo seus objetivos o CNDM coordenou as 4 grandes Conferências Nacionais para a elaboração de políticas públicas para as mulheres, em articulação com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). A esse ciclo virtuoso de conquistas e avanços, enfrentamos hoje o desmonte do Ministério da Mulher da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que passa a ser. uma subsecretaria do Ministério da Justiça.
Acompanhamos, com muita preocupação e indignação, o desenrolar do golpe que a cada passo desmonta as políticas sociais, sobretudo com a Publicação da Nº 611/junho de 2016, que desmobilizou e inviabilizou por 90 dias todas as atividades dos Conselhos de Controle Social, vinculados ao Ministério da Justiça. Se não bastasse, outra grande perda com a publicação do decreto publicado no último dia 22/06/2016, transferindo e subtraindo os recursos no valor de R$12.927.981,00 já destinados à SPM, para Presidência da República.
Para além dos desmandos, das contradições e das irregularidades amplamente denunciadas, tanto do encaminhamento deste processo, quanto das figuras que o encaminham, sobre as quais pesam múltiplas e comprovadas acusações, preocupamo-nos também com o papel da grande mídia. Em ação determinada e articulada com setores do judiciário e do parlamento, esta mídia ora fabrica, ora repercute seletivamente notícias, fatos e factoides que ajudam a construir a versão de um crime inexistente que se quer legitimar, sem o menor respeito à diversidade em suas fontes, ou à pluralidade de opiniões, como deveria ser a função de uma mídia minimamente imparcial e descente. Quem são os beneficiários dessa manipulação?
Culparam a presidenta pela crise econômica em curso, embora saibam que a crise é global, e vem se arrastando, atingindo economias de grandes países capitalistas em todo o mundo. Utilizaram-se de repertórios machistas e misóginos para difamar a figura da presidenta eleita pelo simples fato de ser mulher. Charges, memes, hashtags pornográficas, adesivos alusivos ao estupro da presidenta, reportagens de jornais e revistas traduzem o duro viés do discurso misógino, fundado no patriarcalismo estrutural presente na sociedade brasileira. Os meios utilizados para desconstruir a imagem da presidenta Dilma enquanto gestora e mulher, não agridem somente a ela, agridem a todas nós mulheres e motivam a incitação e apologia do crime contra mulheres, tão evidenciado nos últimos dias.
A absurda reforma ministerial realizada pelo governo ilegítimo encabeçado pelo vice Michel Temer logo após a votação pela admissibilidade do processo de impeachment no Senado, modificou diversas prioridades políticas do mandato eleito democraticamente pela população brasileira. Vários ministérios foram limados ou desmontados. Qual será o destino dos programas sociais? Qual será o destino dos projetos que defendiam mulheres, negros, LGBTTs, pessoas com deficiência, pessoas sem moradia?
O nosso país é constituído majoritariamente de mulheres e de negros e o governo interino, de forma compatível com a atitude retrógrada e discriminadora, não indicou nenhuma mulher, nenhum negro para compor o primeiro escalão do seu governo ilegítimo. Além dessa atitude claramente machista e racista, indicou para dirigir as principais pastas da administração federal, um grupo de deputados federais que incluía vários investigados e com ordens de prisão decretadas conforme fartamente divulgado pela mídia.
Se não bastasse, sob denúncias de setores da própria mídia, o presidente ilegítimo nomeia a ex-deputada federal Fátima Pelaes, que defende a submissão do estado às crenças religiosas e está sendo processada no seu Estado do Amapá, por desvio de três milhões de reais do Ministério do Turismo. Isso é uma vergonha para as mulheres brasileiras que se manifestam contra sua nomeação por todo o país.
Se não bastasse, o presidente ilegítimo nomeou a ex-deputada federal Fátima Pelaes que se opõe ao Estado laico e defende a submissão deste às crenças religiosas. A nova secretária, além de tudo, ainda é alvo de processo no seu Estado do Amapá, por desvio de quatro milhões de reais do Ministério do Turismo. Isso é uma agressão a todas as mulheres brasileiras que se manifestam contra sua nomeação por todo o país.
É inaceitável que os compromissos eleitos nas urnas sejam vendidos.
E lembrando Simone de Beauvoir: Estamos vigilantes
"Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.
Simone de Beauvoir
Assinam este manifesto as entidades da sociedade civil que compõem o pleno do CNDM - 26 JUNHO DE 2016.
Redes e Articulações feministas e de defesa dos direitos das mulheres

1) Articulação Brasileira de Lésbicas/ABL
Conselheira: KAROLINE SOARES CHAVES
2) Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica/ABMCJ
Conselheira: RENATA SCHMIDT CARDOSO
3) Associação Nacional de Travestis e Transexuais/ANTRA
Conselheira: CHOPELLY GLAUDYSTTON PEREIRA DOS SANTOS
4) Confederação das Mulheres do Brasil/CMB
Conselheira: LIDIA CORREA DA SILVA
5) Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil –
BPW Brasil
Conselheira: EUNICE APARECIDA DA CRUZ
6) Fórum de Mulheres do Mercosul Brasil/FMM
Conselheira: JEANETE MAZZIEIRO
7) Fórum Nacional de Mulheres Negras/FNMN
Conselheira: SILVANA DO AMARAL VERISSIMO
8) Liga Brasileira de Lésbicas/LBL
Conselheira: SILVANA BRAZEIRO CONTI
9) Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia/MAMA
Conselheira: MARIA ANTONIA S. SALGADO
10) Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil/MMC
Conselheira: JUSTINANA INÊS CIMA
11) Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa
Conselheira: CRISTIANE YUKIKO KONDO
12) Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos/RNFS
Conselheira: SHEILA REGINA SABAG KOSTIN
13) União Brasileira de Mulheres/UBM
Conselheira: LÚCIA HELENA RINCON AFONSO
14) União de Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira/UMIAB
Conselheira: ROSIMERE MARIA VIEIRA TELES
15) União Nacional dos Estudantes (UNE)
Conselheira: BRUNA COUTO ROCHA

Organizações de caráter sindical, associativa, Entidades de Classe que atuam na promoção dos direitos das mulheres

1) Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)
Conselheira: Ana Maria Costa
2) Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil/CTB
Conselheira: Ivânia Pereira da Silva Teles
3) Central Única dos Trabalhadores/CUT
Conselheira: Mara Luzia Feltes
4) Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação/CNTE
Conselheira: Isis Tavares Neves
5) Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura/CONTAG
Conselheira: Alessandra da Costa Lunas
6) Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos/FENATRAD
Conselheira: Sueli Maria de Fátima Santos
7) Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria/CNTI
Conselheira: Sônia Maria Zerino da Silva
8) Conselho Federal de Psicologia (CFP)
Conselheira: Valeska Maria Zanello de Loyola

Conselheiras de notório conhecimento das questões de gênero

1) Jacqueline Pitanguy de Romani
CEPIA – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação - pitanguy@cepia.org.br
2) CONSELHEIRA EMÉRITA: CLARA CHARF