terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

EDUCAR É SER UM ARTESÃO DA PERSONALIDADE



Mais um ano letivo está preste a se iniciar em muitas escolas públicas e privadas do nosso país. Apesar da diversidade sócio-cultural brasileira podemos dizer, com as devidas ressalvas, que há inúmeros questionamentos e conflitos em comum entre as nossas diversas realidades educacionais.
Porque que os alunos não se concentram? Porque não conseguem aprender quase nada, ou nada, que ensinamos? Porque repetem os mesmos erros dos quais já foram advertidos?
Vivemos em um mundo bem diferente daquele de nossos pais, a informação é cada vez mais acessível, circula nas ondas do rádio, pela televisão pela internet e ainda assim temos dificuldades em ensinar a uma geração cujo acesso ao saber é bem mais democrático do que aquelas que nos antecederam.
No entanto é justamente essa modernidade,dinâmica, veloz, que muda a cada instante, que se impõe como desafio aos educadores – pais e professores.
A modernidade, as inovações tecnológicas, se renova numa velocidade incrível. A todos instante somos bombardeados por milhares de informações, porém não fomos e nem estamos sendo educados a lidar com tantos estímulos. Para que essas informações, veiculadas por rádio, televisão, internet, outdoor se tornem úteis, ou seja, se transformem em conhecimento, é preciso que sejam, submetidas a crítica, avaliadas, comparadas a realidade, aplicadas para solucionar ou pensar problemas do cotidiano e, contudo, servir a vida.
Augusto Cury nos Alerta para o que ele chama de Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) que é, ao seu vê, um dos grandes males das sociedades modernas. A sociedade ficou viciada em pensar, em receber informações de um sem número de produtos a venda na internet, veiculadas em comercias televisivos e de problemas radiofônicos, em se envolver com as emoções de um filme de amor, de terror e se divertir com um filme de comedia ou de animação em 3 D. São tantos estímulos que o nosso cérebro fica sobrecarregado, causando stress, depressão, esquecimento, fadiga e outros danos a nossa saúde além de perdermos a capacidade de apreciar fatos simples e significativos da vida.
Estamos diante de uma sociedade que se viciou e se vicia nessas emoções e estímulos e que produz uma alienação que castra a nossa humanidade. Passamos a maior parte do tempo trabalhando, levando os filhos para shopping, para cinemas, presenteando-lhes com vídeo games, matriculando-os em vários cursos mantendo, assim, suas mentes ocupadas, saciando seus vícios emocionais. Por outro lado, esquecemos de sentar-se à mesa com nossos filhos, dividir com eles as nossas emoções, de compartilhar as nossas histórias de vida, nossas idéias, de lhe dar afeto, de mostrar para eles que eles são muito importantes para nós.
O que está ocorrendo no âmbito familiar também não diverge muito da realidade escolar. Em muitos casos estamos nos prendendo nos recursos didáticos, nas imagens a serem exposta em cartazes ou slides, nos conteúdos a serem vencidos, nas provas a serem aplicadas. Não é que tais ingredientes não sejam importantes, mas é preciso pensar também no lado humano da educação. Nossos alunos não são depósitos de informações, de imagens, são seres humanos, cada um deles é um mundo a ser descoberto, com necessidades diferentes, com vidas diferentes e não apenas um número na sala de aula.
Diante desses desafios da contemporaneidade não basta ser bons pais e professores, temos que ser brilhantes e fascinantes, como também nos ensina Augusto Cury.

A mídia já descobriu o caminho, através do impacto das cores, de cenas violentas, de cenas surpreendentes, frases de efeitos, músicas e uma infinidade de recursos molda uma sociedade alicerçada no consumismo, egocêntrica, excludente e carente de afeto o que também acaba gerando violência, stress, síndrome do pânico, síndrome de Burnout e outros males desses tempos atuais.

Mas esse caminho pode ser refeito com cores mais alegres. Através de estímulos emocionais podemos gerar momentos de aprendizagens com fins humanizantes. Surpreenda seus filhos com afetos, com elogios. Surpreenda seu filho dizendo não, o fazendo perceber limites, dialogando.
É preciso que os educadores, sejam eles pais ou professores, resgatem o caráter afetivo do ato de educar para que sejamos verdadeiros artesãos de personalidades. Temos que impressionar nossos filhos e alunos, compartilhar com eles as nossas historias, nossas experiências de vida, nossos fracassos, nossos medos, nossos sentimentos, pois, assim, estaremos nos doando. É preciso estabelecer pontes entre as nossas vidas e a deles, fazer-lhes perguntas, estimulá-los a pensar, a expor seus pensamentos, dúvidas e alegrias. Surpreenda, essa é a palavra chave. Cativemos nossos filhos e alunos pela emoção, conheçamo-los, entendamo-los seus modos de pensar e, inclusive, mostremo-los humildade para pedir desculpas quando errarmos em nossas atitudes.
É através de momentos significativos, impactantes, que podemos aprender com a mídia para trilhar um caminho para uma nova educação, através da qual podemos construir um novo mundo, sociedades mais solidárias, indivíduos capazes de refletir sobre seu mundo exterior e interior, pessoas felizes e resolvidas na vida. A humanização da educação é uma das maiores necessidades diante dos cânceres da alma que enfermam o homem contemporâneo.


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