Os petroleiros decidiram em
assembleia na noite da quarta-feira (30) encerrar a paralisação, informa o
vice-presidente da CTB e diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP),
Divanilton Pereira.
Leia abaixo a nota divulgada
pela categoria nesta quinta (31):
Os petroleiros novamente
deixam sua marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da
Petrobrás ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que
pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da
gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para
cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações
internacionais.
Antes do protesto legítimo
dos caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus sindicatos
já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada descontrolada de
aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a retomada da produção a
plena carga das refinarias e o fim das importações de derivados.
Diante da situação caótica
em que se encontra o país, desgovernado e refém das imposições do mercado que
manda e desmanda na Petrobrás, uma empresa que é estratégica para a nação, os
petroleiros não poderiam se omitir. E, como em outros momentos da história, se
levantaram e enfrentaram os desmandos do Tribunal Superior do Trabalho, que
mesmo ciente de que a greve de advertência da categoria não causaria riscos de
desabastecimento, tomou a decisão arbitrária e política de decretar a
ilegalidade do movimento, assumindo o golpe e agindo como um tribunal do
capital.
Os petroleiros não recuaram
e seguiram em frente, ganhando a solidariedade dos movimentos sociais e de
várias outras categorias, dentro e fora do país. A população veio junto e
apoiou a greve, pois sofre os efeitos do desmonte da Petrobrás, que vão muito
além da disparada dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis. A
privatização conduzida por Pedro Parente, os desinvestimentos, a transferência
para a Ásia das encomendas de plataformas e navios desmontaram a indústria
nacional, aumentaram o desemprego em massa e fizeram o PIB despencar.
O TST joga o jogo do capital
e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil
saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O
tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos
trabalhadores, em caso de desobediência. Essa multa abusiva e extorsiva jamais
seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem
política e economicamente. Jamais seria imposta aos empresários que entregam
patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos
trabalhadores.
A decisão do TST é
claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais.
Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo
momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que
foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa grave violação dos direitos
sindicais será amplamente denunciada.
Estamos diante de mais um
desdobramento do golpe que fragiliza cada vez mais as instituições e o Estado
Democrático de Direito. O enfrentamento é de classe e precisa da união de toda
a sociedade.
A pauta pela mudança da
política de preços da Petrobrás é de todos os brasileiros, pois diz respeito à
luta histórica contra a exploração do país, que desde os tempos de colônia vem
tendo seus bens minerais espoliados pelas nações imperialistas. É assim que
ocorre ainda hoje com o nosso petróleo. E por isso, a população está pagando
preços absurdos pelo gás de cozinha e pelos combustíveis.
Os petroleiros saem da greve
de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao
desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da
Petrobrás. O representante da Shell que o mercado colocou no Conselho de
Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente.
Sigamos em frente, pois a
defesa da Petrobrás é a defesa do Brasil.
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