O primeiro dia de greve dos
bancários e bancárias em todo o Brasil é considerado o maior da história.
O movimento, uma resposta à
proposta rebaixada da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), fechou 7359
agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de
Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. Segundo dados
do Banco Central, o número equivale a 31,25% do total de agências no Brasil.
Ainda no final da
terça-feira, a Fenaban chamou a categoria para nova rodada de negociações que
acontece na sexta-feira (9), às 11h, em São Paulo. Os números da adesão deste
primeiro dia são 17,7% maiores do que os do primeiro dia do ano passado.
“O resultado mostra a força
do movimento e a disposição dos bancários em lutar por melhores salários,
garantia de emprego e melhores condições de trabalho. A tendência é que a greve
cresça ainda mais nos próximos dias com o fechamento de mais agências nas
principais bases sindicais“ ressaltou o presidente da Federação dos Bancários
da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza.
Má
vontade dos bancos
Desde a data da entrega da
minuta de reivindicações dos bancários à Fenaban, no dia 9 de agosto, já
ocorreram cinco rodadas de negociações e os banqueiros não apresentaram
proposta decente aos trabalhadores. A proposta que a Fenaban apresentou no dia
29 de agosto foi de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios
refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer,
a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa
perdas de 2,8% para os bancários.
Entre as reivindicações dos
bancários estão: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real,
valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese
(R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas
abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança,
melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim
como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.
Com os lucros nas alturas,
os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa)
lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado,
houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre
2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
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