segunda-feira, 16 de junho de 2014

Personalidades lançam manifesto criticando conduta de Joaquim Barbosa

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Cerca de 300 intelectuais, artistas e lideranças políticas e dos movimentos sociais lançaram manifesto que critica a conduta do presidente do STF.

Cerca de 300 intelectuais, artistas e lideranças políticas e dos movimentos sociais lançaram manifesto que critica a conduta do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, à frente da execução penal dos réus da AP 470, nesta segunda-feira (16/6).

A manutenção por sete meses em regime fechado dos condenados ao regime semi-aberto no processo do mensalão sensibilizou lideranças, que criaram o Comitê por Democracia, Justiça e Solidariedade.

A iniciativa partiu de um grupo que articulou o presidente da nacional da CUT, Vagner Freitas; o coordenador do MST, João Pedro Stedile, o presidente Nacional do PT, Rui Falcão; o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo; a dirigente do PT, Misa Boito; o ativista dos direitos humanos, Aton Fon Filho; o dirigente da Consulta Popular, Ricardo Gebrim; o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh e o jornalista Celso Horta, entre outras personalidades.

A construção da carta pública teve apelo até no meio artístico, com a adesão dos atores Chico Diaz, Débora Duboc, Hugo Carvana, Osmar Prado, Sergio Mamberti, Tuca Moraes e Zé de Abreu.

A primeira iniciativa foi construir um apelo público, que denuncia o desrespeito aos direitos dos presos na AP-470 (leia abaixo). O documento questiona Barbosa e cobra que os presos sejam presos no regime pelo qual foram condenados.

“O Presidente do Supremo Tribunal Federal, ao invés de cumprir as decisões dessa Suprema Corte, nega direitos a alguns sentenciados, desrespeitando a decisão do próprio pleno do STF e a jurisprudência do STJ quanto ao cumprimento do regime semiaberto”, expressa o apelo público.

O grupo cresceu com a articulação do apelo e pretende promover atividades públicas para denunciar as arbitrariedades do julgamento do mensalão e da execução das penas por todo o país.

De acordo com Misa Boito, dirigente do PT, o apelo é importante porque reúne várias entidades, movimentos, partidos, parlamentares, juristas, intelectuais e artistas. “São setores e personalidades que se colocam no campo da defesa da democracia que vem sendo colocada em questão com essas arbitrariedades. A lista de adesão mostra a amplitude”, afirma.

Na próxima quarta-feira (18), a carta será levada e protocolada no gabinete de todos os ministros do Supremo por um grupo representante dos signatários.

“Queremos começar a chamar mais a atenção para toda essa situação aberta com a Ação Penal 470 que, se nesse momento atinge os que foram condenados, é na verdade um perigoso precedente para o conjunto do movimento social e para a democracia no Brasil”, avalia Misa.

O comitê pretende continuar as reuniões e realizar atividades de sensibilização da sociedade diante das irregularidades no processo de execução penal.


“O comitê pretende esclarecer o que realmente foi a Ação Penal 470, num certo sentido, desconstruir o que nós consideramos um julgamento injusto e de exceção”, projeta Misa.

Fonte: Carta Maior

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