terça-feira, 17 de junho de 2014

Educação: Entre a teoria e a prática

Por Mauricio Pestana

Um dos fatos que marcaram o mundo acadêmico recentemente foi a notícia de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso receberia o título de doutor Honóris Causa pela Universidade de Telavive, em Israel, uma das Instituições de Ensino mais respeitadas do mundo. FHC é o primeiro Latino Americano a receber tal honraria. 



O fato me fez refletir sobre algo inevitável: comparar, principalmente na área da educação, que estão em voga os resultados obtidos pelo professor doutor FHC, nos oito anos em que foi presidente do país, contra também os oito anos a frente da presidência do Brasil do operário Luiz Inácio Lula da Silva, com apenas o seu 4º ano primário.

Mesmo com todo o discurso vigente que aponta a necessidade de maior investimento educacional e da necessidade de importar mão de obraespecializada em função do avanço da economia pela ausência de profissionais qualificados em algumas áreas, foi exatamente no governo Lula que ouve o maior salto quantitativo e qualitativo na educação de todos os tempos no Brasil.

Não há registro em nossa história de outro período onde se tenha criado tantas universidades federais e escolas técnicas como entre 2002 e 2010. Neste mesmo período foram criados ou impulsionados outros programas de inclusão e democratização de vagas nas universidades, como o SISU e as cotas sociais e raciais, além do ProUni, que foi, destacadamente, o maior programa de inclusão social e racial na educação superior. Em números absolutos beneficiou cerca de 1.3 milhões de estudantes, número próximo da metade da população do Uruguai.

Pode-se afirmar que essa diferença acentuada na forma de governar principalmente na área de educação entre FHC e Lula se deve ao fato de que a elite intelectual do Brasil sempre privilegiar a educação dos seus pares. Foi assim durante os 380 anos de escravização negra e também em todo o século 20. E foi preciso a ascensão à presidência de um operário sem formação acadêmica para essa história começar a mudar de forma radical.

Esperamos que esses avanços em breve nos levem muito além de títulos Honoris Causa, quem sabe um Nobel, título esse que o país, com seu perfil de elite acadêmica, nunca conquistou. 

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