sábado, 11 de julho de 2015

Vereadores preparam golpe contra a educação e o futuro de Caicó




Está rolando pelos grupos de whatsapp um áudio no qual um dito representante do povo, membro da Câmara de Vereadores de Caicó, caçoa de um apresentador de um programa de rádio, de grande audiência, pelo fato de o mesmo ter dado espaço ao movimento que surgiu em defesa da integridade do Plano Municipal de Educação da nossa cidade.

No áudio, o mencionado cidadão tenta diminuir esse movimento, de ampla representação feminina. Dessa forma, uma parte dos vereadores de Caicó declara, abertamente, guerra às mulheres, aos educadores e as famílias caicoenses.

Alimentados por ideias conservadoras e extremamente defasadas, contrariando o principio da laicidade do estado brasileiro (misturando religião a ações do poder legislativo), pretende-se suprimir da politica educacional questões como igualdade de gênero, respeito a diversidade e ensino da história da África e da Cultura Afro-brasileira.

Que fique claro, não são todos os vereadores que defendem essa violência contra a educação de nossa cidade, mas, são aqueles que defendem ideologias conservadoras e extremamente atrasadas, contrariando tudo o que existe em defesa da construção de um mundo mais justo e solidário.

Para impedir uma reação popular contra esse golpe contra a educação municipal tais vereadores convocaram, mesmo de férias, uma sessão extraordinária para próxima segunda-feira (13/07/2015) com claro intuito de derrubar o veto dado pelo prefeito Roberto Germano.

Para ficar bem claro, o que parte dos vereadores pretende dizer ao povo de Caicó, de forma bem impositiva, sem nenhuma discussão com a população é:

Menino brinca com menino e menina brinca com menina.

Menino não pode brincar de boneca e menina não pode brincar de carro.

Homem não deve ajudar as mulheres nas tarefas domesticas.

Não se deve ensina história da África nas escolas.

Não se deve trabalhar o legado da cultura negra no país.

Mulher não deve trabalhar fora.

Mulher não pode jamais ganhar o mesmo que os homens.

Os homossexuais não devem ser respeitados.

Os pais não devem permitir que seus filhos tenham amizades com gays, lésbicas, travestis, transexual.

Que capoeira não deve ser valorizada.

O Candomblé é coisa de satanás.

A mulher não pode ser autônoma.

Os meninos não podem vestir rosa.

Mulheres não devem dirigir automóveis.

Mulher não pode ocupar funções de chefia.

E se as mulheres não se vestirem e se portarem como devem serão as culpadas pelos estupros que vierem a sofrer.

Isso é tudo que se defende quando se nega o respeito a igualdade de gênero, a diversidade sexual e o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira.

É isso que nós queremos para a educação de nossas crianças e adolescentes? É esse tipo de valores que concordamos que devam ser os pilares da nossa sociedade? É um mundo fundado na violência, no fascismo e na intolerância que queremos deixar como legado para as futuras gerações da humanidade?

Se sua resposta é não, você está convidado a fazer parte de um grande movimento a favor de uma educação democrática, inclusiva e promotora de uma cultura de paz e respeito ao ser humano.

Vamos todos participar da sessão da Câmara de vereadores nessa segunda-feira pra dizer que somos contra ao fascismo e ao fundamentalismo religioso.

Queremos uma educação de qualidade, inclusiva, para todos os brasileiros, independente sua cor, sexo, etnia, religião ou distinção de qualquer natureza.



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