domingo, 19 de julho de 2015

Desigualdade nas capitais diminui, mas ainda é grande entre bairros, diz Unicef

 Desigualdade

Um relatório lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ontem (14) aponta que a desigualdade social entre regiões de uma mesma cidade diminuiu em pelo menos oito capitais brasileiras nos últimos cinco anos, porém a diferença entre os bairros ainda continua grande. Para os especialistas do órgão, o caminho mais eficiente para reverter o quadro é investir em educação.

Em uma sala de aula com 30 alunos na periferia, por exemplo, há em média 11 com dois anos ou mais de defasagem escolar. Já em um bairro de classe média ou alta, esse número cai para apenas dois alunos, segundo um relatório do Unicef, que analisou as oitos capitais atendidas pelo projeto Plataformas dos Centros Urbanos, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. “É difícil entrar em uma sala de aula de uma escola pública de um bairro rico e ver que há só quatro alunos negros e que você é a única menina”, diz a estudante Michelle Mello, de 16 anos.

O mesmo ocorre nos índices de homicídios: nas regiões centrais, a probabilidade de jovens de até 19 anos serem vítimas de assassinatos é praticamente nula. Já em bairros mais pobres, a chance salta para 136 por 100 mil habitantes. “Os adolescentes assassinados que morrem por homicídios aqui no Brasil têm raça, cor e endereço: são homens, negros, de 16 a 18 anos, que vivem nas periferias das grandes cidades. Eu acho que isso não é uma pura coincidência”, afirmou o representante do Unicef no Brasil, Gary Stahl. “Se o Brasil oferecer a mesma oportunidade para todas as crianças vai reduzir as desigualdades.”

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