Por Procópio Lucena
Cínicas e cômicas as atitudes de
agentes políticos de poder: Depois de quatro anos de invernos
irregulares e açudes sem recargas com grave crise e conflitos intensos
para os múltiplos usos da água, os políticos copa do mundo chegam ao
Seridó em seus carrões importados sem nenhuma solução e acreditando no
quando pior melhor para garantir suas próximas eleições.
A Indústria da Seca que alimenta a
corrupção e a politicagem se mantém com força e muito requintada. Com
gente jovem que nunca viveu e nem conhecem o drama das secas, mas, sabe
espertamente como tirar proveito dela. Afinal, aprenderam minuciosamente
com seus familiares(que nunca saíram do poder) como se manterem na vida
pública com a miséria do povo.
Depois de 04 anos eles não sabiam
que os açudes do Seridó estavam quase todos secos. Que a seca chegou às
cidades e que antes estava apenas na zona rural. Não sabiam que houve
perda da safra e que os rebanhos estão sendo dizimados por falta de
políticas públicas que eles mesmos são responsáveis e não agiram por que
não lhes beneficiam diretamente.
Não
entendem que precisamos no semiárido de investimento público
estruturante e permanente independente de seca ou inverno para estocar
água de diversas formas, fazer reuso e uso racional, combater o
desperdício, utilizar novos métodos de irrigação..etc. Diante do descaso
dos agentes públicos seremos obrigados a aprender com nossas próprias
tragédias a lidar com a escassez de água.
Infelizmente fomos educados a achar
que água é um bem da natureza infinito e que nunca ia faltar. Nesta
crise que estamos passando surge à necessidade de novos comportamentos e
atitudes de consumo, como também vem á tona a questão do planejamento e
gestão dos órgãos públicos que diante do cenário de seca prevaricaram
de suas funções e estão levando populações urbanas e rurais a um colapso
hídrico generalizado.
O quadro é assustador e precisamos
todos cuidar agora, pois, se em 2016 a chuva não for suficiente para
fazer uma recarga dos reservatórios poderemos ver a falência total de
nossas cidades e campo no Seridó. Todos sabem que sem a água não á vida,
não há produção agrícola, criação de animais, indústria, serviços de
saúde, educação, construções….etc. Finalmente, que possamos tirar lições
e repensar nosso modelo de vida em sociedade, que estão baseadas no
consumo exagerado e na exploração ilimitadas dos bens comuns da
natureza.
Eng. Agr. José Procópio de Lucena.
Articulador Estadual do Seapac/Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu.
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