Está rolando pelos grupos de
whatsapp um áudio no qual um dito representante do povo, membro da Câmara de Vereadores
de Caicó, caçoa de um apresentador de um programa de rádio, de grande audiência,
pelo fato de o mesmo ter dado espaço ao movimento que surgiu em defesa da integridade
do Plano Municipal de Educação da nossa cidade.
No áudio, o mencionado cidadão
tenta diminuir esse movimento, de ampla representação feminina. Dessa forma, uma
parte dos vereadores de Caicó declara, abertamente, guerra às mulheres, aos educadores
e as famílias caicoenses.
Alimentados por ideias
conservadoras e extremamente defasadas, contrariando o principio da laicidade
do estado brasileiro (misturando religião a ações do poder legislativo),
pretende-se suprimir da politica educacional questões como igualdade de gênero,
respeito a diversidade e ensino da história da África e da Cultura
Afro-brasileira.
Que fique claro, não são
todos os vereadores que defendem essa violência contra a educação de nossa
cidade, mas, são aqueles que defendem ideologias conservadoras e extremamente
atrasadas, contrariando tudo o que existe em defesa da construção de um mundo
mais justo e solidário.
Para impedir uma reação
popular contra esse golpe contra a educação municipal tais vereadores
convocaram, mesmo de férias, uma sessão extraordinária para próxima segunda-feira
(13/07/2015) com claro intuito de derrubar o veto dado pelo prefeito Roberto
Germano.
Para ficar bem claro, o que parte
dos vereadores pretende dizer ao povo de Caicó, de forma bem impositiva, sem nenhuma
discussão com a população é:
Menino brinca com menino e
menina brinca com menina.
Menino não pode brincar de
boneca e menina não pode brincar de carro.
Homem não deve ajudar as
mulheres nas tarefas domesticas.
Não se deve ensina história
da África nas escolas.
Não se deve trabalhar o
legado da cultura negra no país.
Mulher não deve trabalhar
fora.
Mulher não pode jamais
ganhar o mesmo que os homens.
Os homossexuais não devem
ser respeitados.
Os pais não devem permitir
que seus filhos tenham amizades com gays, lésbicas, travestis, transexual.
Que capoeira não deve ser
valorizada.
O Candomblé é coisa de satanás.
A mulher não pode ser autônoma.
Os meninos não podem vestir rosa.
Mulheres não devem dirigir automóveis.
Mulher não pode ocupar
funções de chefia.
E se as mulheres não se vestirem
e se portarem como devem serão as culpadas pelos estupros que vierem a sofrer.
Isso é tudo que se
defende quando se nega o respeito a igualdade de gênero, a diversidade sexual e
o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira.
É isso que nós queremos para
a educação de nossas crianças e adolescentes? É esse tipo de valores que
concordamos que devam ser os pilares da nossa sociedade? É um mundo fundado na violência,
no fascismo e na intolerância que queremos deixar como legado para as futuras
gerações da humanidade?
Se sua resposta é não, você
está convidado a fazer parte de um grande movimento a favor de uma educação
democrática, inclusiva e promotora de uma cultura de paz e respeito ao ser
humano.
Vamos todos participar da
sessão da Câmara de vereadores nessa segunda-feira pra dizer que somos contra ao
fascismo e ao fundamentalismo religioso.
Queremos uma educação de
qualidade, inclusiva, para todos os brasileiros, independente sua cor, sexo, etnia,
religião ou distinção de qualquer natureza.