Na Tunísia, em março de
2015, os movimentos sociais defendem que a democratização dos meios de
comunicação seja apresentada como uma pauta que precisa ser
internacionalizada.
Os movimentos socias estão
discutindo os temas que serão levados para o Forum Mundial da Mídia Livre,m que
acontece no próximo ano na Tunísia.
Na reunião ocorrida na
última sexta-feira (7), a jornalista e ativista da Ciranda Internacional da
Comunicação Compartilhada, Rita Freire, explicou que o objetivo é “organizar
mais coletivamente a nossa participação em um processo internacional, que tende
a devolver ao Brasil a pressão pela democratização da mídia”.
O encontro de mídia livre
ocorre junto com o Fórum Social Mundial. Até o fim do ano, os militantes da
área de comunicação pretendem colocar em consulta pública um documento que será
finalizado no fórum do próximo ano. Para isso, estão sendo feitas reuniões
preparatórias como a que aconteceu na sexta-feira.
Para a secretária-geral do
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, a
democratização dos meios de comunicação é um processo que fica incompleto se
for feito isoladamente, apenas no Brasil. “Se nós não tivermos ações políticas
internacionais, buscando a garantia de espaços democráticos de comunicação, nós
vamos continuar tendo dificuldades internas. Porque o fluxo de informações que
chega ao Brasil sobre o mundo é muito desequilibrado”, avaliou.
Na opinião de Renata, o
cidadão brasileiro tem dificuldade em ter acesso a informações fidedignas sobre
o que se passa em outros países devido aos “filtros ideológicos” dos grandes
veículos de comunicação, citando os exemplos das coberturas jornalísticas
feitas na Venezuela, na Argentina, no Uruguai. “Isso para falar no continente
que nós estamos, mas fora do continente é pior ainda”, disse ao destacar a
cobertura jornalística da epidemia de ébola.
Rita Freire criticou ainda a
cobertura nacional sobre as atividades dos movimentos sociais. “As agendas do
movimento social não são tratadas pela nossa mídia. Quando são tratadas, são
distorcidas, os movimentos são criminalizados e aquilo que nós estamos dizendo
não é ouvido”, reclamou.
Rita defende uma articulação
conjunta para pressionar o Poder Público no sentido de implementar políticas
que garantam uma comunicação mais plural.
Da Redação em Brasília
Com Agência Brasil
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