Movimentos sociais, partidos políticos, professores e demais membros da
sociedade civil lançaram no sábado (6) o Comitê ABCD Contra a Escola sem
Partido. “Somos educadores que estudamos e analisamos a fundo o projeto e
buscamos informar a população”, afirmou a professora de sociologia Bruna
Sartori, durante evento na subsede do Sindicato dos Professores do Ensino
Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em São Bernardo do Campo.
Para
o comitê, “o movimento trás riscos à democracia e à população, quando censura
professores dentro das escolas”, completa Bruna, que é uma das coordenadoras da
organização. Diversos projetos de lei, em diferentes casas legislativas
tramitam pelo país, incluindo a Câmara dos Deputados. A ideia do movimento
Escola sem Partido é de que existe suposta “doutrinação” dos professores com os
alunos.
“Levaremos
esse debate para dentro das escolas de educação básica e também para as
universidades. É importante ressaltar que a gente defende a escola pública, mas
sabemos dos problemas que existem e é através da democracia que arrumaremos
esses problemas”, afirmou Bruna. O comitê pretende organizar aulas públicas em
diferentes faculdades. A primeira será realizada na quinta-feira (11), na
Universidade Federal do ABC (UFABC), às 17h. Existem planos de levar as aulas
para a Faculdade de Direito de São Bernardo e para a Fundação Santo André.
No
dia 22 de julho, o Ministério Público Federal (MPF) encaminhou para o Congresso
uma nota de repúdio ao projeto, alegando inconstitucionalidade por atentar,
entre outras leis e programas, contra a liberdade de cátedra. “O projeto de lei
propõe criminalizar professores sensíveis aos temas dos direitos humanos e
representa uma grave ameaça ao livre exercício da docência. Também constitui um
retrocesso na luta histórica de combate à cultura do ódio, à discriminação e ao
preconceito”, afirma o órgão.
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