Por David Rhuan
A fosfoetanolamina
sintética, conhecida popularmente como pílula do câncer ou simplesmente fosfo,
é uma substância estudada desde os anos 1980 pelo químico Gilberto Chierice da
Universidade de São Paulo (USP). Durante os seus estudos, Chierice verificou a atividade
da substância contra a neoplasia maligna (câncer).
Esse composto é produzido
pelo próprio corpo humano, em quantidades pequenas e sua maior quantidade é
encontrada no leite materno. É sabido que um tumor surge a partir do momento em
que uma célula sofre uma mutação e passa a se reproduzir descontroladamente,
sem que o nosso corpo reconheça como algo estranho. Independente do tipo, todo
câncer tem essas duas características em comum.
A fosfoetanolamina age não
no combate das células cancerígenas, mas seu papel é de ir ao encontro das
mitocôndrias (organela responsável pela respiração) das células anaeróbicas
(células que não utilizam oxigênio na obtenção de energia) que chegando lá,
provoca uma reação que sinaliza as células cancerígenas tornando-as visíveis ao
sistema imunológico e por consequência os anticorpos atacam as células
eliminando-as.
Estima-se que entre 2016 e
2017, teremos 1 milhão e 200 mil novos casos da doença no Brasil, segundo o
Ministério da Saúde. Tratados através de cirurgia, radioterapia e
quimioterapia, causa grandes danos físicos e psicológicos ao paciente. Todos
esses danos poderiam ser evitados através da utilização da pílula, que era
distribuída há cerca de 20 anos pelo laboratório da USP de São Carlos, mas que
teve a produção é suspensa em junho de 2014 por ordem da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA). Desde então, os pacientes passaram a ter acesso
ao medicamento apenas por liminares judiciais.
Em 13 de abril de 2016, a
então presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que permite o uso da substância
de forma compassiva, ou seja, o paciente assina um termo no qual assume toda a
responsabilidade pelo uso da pílula, sendo considerada uma grande vitória para
os pacientes diagnosticados com câncer.
Entretanto, a Associação
Médica do Brasil entrou com uma medida liminar de Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 5501 para suspender a eficácia da Lei 13.269/2016
e, por consequência, impedir novamente o uso da fosfoetanolamina sintética,
utilizando como argumento a ausência de testes da substância em seres humanos e
desconhecimento acerca da eficácia do medicamento e seus efeitos colaterais,
considerando que sua liberação é incompatível com direitos constitucionais
fundamentais, como o direito à saúde, à segurança e à vida, e o princípio da
dignidade da pessoa humana.
Todavia, é sabido que a
fosfoetanolamina não é tóxica, ou seja, não provocará males ao nosso corpo. E
qual seria o efeito colateral que ela provocaria aos pacientes terminais? E o
que ela afetaria na dignidade desses pacientes?
Na verdade, todo esse
esforço para impedir a utilização da fosfo se deve ao seu baixíssimo custo,
algo por volta de R$ 0,10 por pílula, frente ao altíssimo custo dos
quimioterápicos, que atingem cifras de mais de meio milhão de reais, com uma
pequena eficácia contra a doença, além das milionárias máquinas de radioterapia
que muitas vezes só alivia os sintomas.
Por que tanta relutância da
ANVISA em fazer os teste da fosfo em seres humanos? Mas, ao contrário, permite
a utilização do cigarro, que possui uma gama enorme de substâncias
cancerígenas, como também libera o uso de dezenas de agrotóxicos, muitos deles
cancerígenos como o glifosato, o herbicida 2,4-d, entre outros comprovadamente
cancerígenos, muitos dos quais proibidos em dezenas de países.
Toda essa pressão da
indústria farmacêutica se deve ao temor de perder bilhões de lucro devido aos
milhares de relatos e comprovações do sucesso da fosfoetanolamina no tratamento
e cura do câncer. Isso é mais uma comprovação da bestialidade do sistema
capitalista que destrói não só com câncer, mas também com tantas outras doenças
curáveis que ainda matam milhões de pessoas, além das guerras, fome e
desemprego que atingem milhões de vidas todos os dias, tudo para satisfazer o
ego de uma parcela muito pequena da sociedade que tem por objetivo explorar ao
máximo o restante da humanidade. Por isso, só a revolução proletária e o
socialismo salvará a humanidade de tamanho câncer.
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