Este clamor certamente cairá bem para o debate do momento, onde os fundamentalistas sociais, políticos e religiosos, leigos e representantes do povo se portam como donos da verdade e aliciadores das consciências humanas em favor dos mais escravizadores conceitos
Por professor Antônio Neves
O debate sobre a construção
dos planos municipais de educação que está em destaque nos municípios ganha um
inimigo em comum: a desinformação, a ausência de participação social e o
radicalismo religioso de setores que professam uma fé cega, individualista e de
duvidoso amor ao próximo.
O foco do debate trouxe a
tona termos como Gênero, Diversidade Sexual, Etnias e Raça, pressupostos que
sempre estiveram à margem, vitimados pelo preconceito que insistentemente ainda
agride toda a base social. Os planos nacional, estaduais e municipais de educação
foram discutidos por meses com a sociedade organizada, educadores, instituições
e movimentos sociais para instituir metas e diretrizes educacionais a altura
dos desafios para a promoção de um desenvolvimento educacional, social e humano
acessível a todos os brasileiros sem distinção de raça, cor, condição social,
econômica, religiosa ou orientação sexual.
O conflito deste debate tem
sido exatamente a desinformação de alguns atores e agentes públicos, políticos
e religiosos, e até mesmo governamentais que, por pura ignorância e
desconhecimento do que realmente está em discussão, ideologizando conceitos
como os de gênero e orientação sexual, tiram do foco a essência do que
realmente está sendo legislado.
O debate final dos planos municipais de educação, na sua fórmula e
conteúdo, nada tem a ver com a tão propalada IDEOLOGIA DE GÊNERO, que tem sido
usada para esconder o despreparo e incompetência de vereadores e legisladores
em todo o país, quando as discussões tratam de assuntos complexos como este. A
discussão desses panos quando nas suas elaborações, nunca se
pautou pela intenção de impor, ou mesmo introduzir aleatoriamente ideologias de
qualquer natureza. Este argumento cai bem exatamente para os despreparados e
desavisados que de nada entendem das mudanças em curso no seio da sociedade em
constante estado de transformação.
O que temos no conflito
deste debate são a reação e oportunismo de determinados setores da sociedade
que, por desinteresse e outras ignorâncias ou pela falta de conhecimento mais
profundo das relações que nos regem preferem teologizar a matéria em destaque,
redirecionar as opiniões em função de uma perspectiva teocrática de um modelo
de mundo e sociedade voltado para a alienação e escravização mental da pessoa
humana.
De posse da dimensão que o debate assumiu em Caicó, fariseus que se escondem por trás da hipocrisia de um secular fanatismo dominador, professam o preconceito, o racismo e a homofobia; ignoram o extermínio infantojuvenil, fazem vista grossa para a pedofilia e alimentam a falsidade de conceitos para aparecem como os novos redentores de uma ordem política socialmente distorcida e não menos ideológica do que aquilo que eles acusam está ideologizada. Nesta confusão de informações e clareza do debate, infelizmente, perde toda a sociedade.
Na contramão dos
determinismos históricos que fragmentam
comportamentos alienadores, o Papa Francisco tem demonstrado total
desacordo à intolerância e seus desdobramentos, fazendo um chamamento aos povos
de todo o mundo para a prática de uma cultura de acolhimento e amor ao próximo, erguido sobre
uma perspectiva de paz e respeito as particularidades de cada ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário