quinta-feira, 25 de junho de 2015

PAI PERDOA-OS, ELES NÃO SABEM O QUE FAZ!



Este clamor certamente cairá bem para o debate do momento, onde os fundamentalistas sociais, políticos e religiosos, leigos e representantes do povo se portam como donos da verdade e aliciadores das consciências humanas em favor dos mais escravizadores conceitos


Por professor Antônio Neves

O debate sobre a construção dos planos municipais de educação que está em destaque nos municípios ganha um inimigo em comum: a desinformação, a ausência de participação social e o radicalismo religioso de setores que professam uma fé cega, individualista e de duvidoso amor ao próximo.
O foco do debate trouxe a tona termos como Gênero, Diversidade Sexual, Etnias e Raça, pressupostos que sempre estiveram à margem, vitimados pelo preconceito que insistentemente ainda agride toda a base social. Os planos nacional, estaduais e municipais de educação foram discutidos por meses com a sociedade organizada, educadores, instituições e movimentos sociais para instituir metas e diretrizes educacionais a altura dos desafios para a promoção de um desenvolvimento educacional, social e humano acessível a todos os brasileiros sem distinção de raça, cor, condição social, econômica, religiosa ou orientação sexual.
O conflito deste debate tem sido exatamente a desinformação de alguns atores e agentes públicos, políticos e religiosos, e até mesmo governamentais que, por pura ignorância e desconhecimento do que realmente está em discussão, ideologizando conceitos como os de gênero e orientação sexual, tiram do foco a essência do que realmente está sendo  legislado.
O debate final dos planos municipais de educação, na sua fórmula e conteúdo, nada tem a ver com a tão propalada IDEOLOGIA DE GÊNERO, que tem sido usada para esconder o despreparo e incompetência de vereadores e legisladores em todo o país, quando as discussões tratam de assuntos complexos como este. A discussão desses panos quando nas suas elaborações, nunca se pautou pela intenção de impor, ou mesmo introduzir aleatoriamente ideologias de qualquer natureza. Este argumento cai bem exatamente para os despreparados e desavisados que de nada entendem das mudanças em curso no seio da sociedade em constante estado de transformação.
O que temos no conflito deste debate são a reação e oportunismo de determinados setores da sociedade que, por desinteresse e outras ignorâncias ou pela falta de conhecimento mais profundo das relações que nos regem preferem teologizar a matéria em destaque, redirecionar as opiniões em função de uma perspectiva teocrática de um modelo de mundo e sociedade voltado para a alienação e escravização mental da pessoa humana.

De posse da dimensão que o debate assumiu em Caicó, fariseus que se escondem por trás da hipocrisia de um secular fanatismo dominador, professam o preconceito, o racismo e a homofobia; ignoram o extermínio infantojuvenil, fazem vista grossa para a pedofilia e alimentam a falsidade de conceitos para aparecem como os novos redentores de uma ordem política socialmente distorcida e não menos ideológica do que aquilo que eles acusam está ideologizada. Nesta confusão de informações e clareza do debate, infelizmente, perde toda a sociedade.
Na contramão dos determinismos históricos que fragmentam  comportamentos alienadores, o Papa Francisco tem demonstrado total desacordo à intolerância e seus desdobramentos, fazendo um chamamento aos povos de todo o mundo para a prática de uma cultura de  acolhimento e amor ao próximo, erguido sobre uma perspectiva de paz e respeito as particularidades de cada ser.

Outro mundo é possível!

Fonte: Blog do Professor Antonio Neves 

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