De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que participou do
encontro, a bancada está coesa ao reivindicar esses dois pontos de
tributação da riqueza, já amadurecidos no debate partidário. “Nós
entendemos que as três medidas provisórias enviadas ao congresso pelo
governo corrigem distorções e não representam, de forma alguma, uma
traição da presidenta aos princípios que ela sempre defendeu. Mas
acreditamos que o sacrifício não pode pesar apenas sobre os
trabalhadores e sobre o setor produtivo: tem que atingir a todos,
incluindo o ‘andar de cima’”, afirmou.
De acordo com ele, o ministro Levy não confirmou que irá atender as
reivindicações, mas garantiu que o governo está estudando uma forma de
taxar o ‘andar de cima’. A preferência do ministro é pela taxação da
herança, diretamente na transmissão, que ele considera mais eficiente e
mais simples de operar do que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF),
previsto inclusive na constituição, mas jamais regulamentado. A bancada,
entretanto, quer o IGF, uma bandeira histórica do PT.
O deputado admitiu preocupação com os protestos que tomam conta do país.
Segundo ele, são manifestações intensas, de caráter nacional, com um
forte componente de classe média, mas que têm tudo para atrair setores
populares, caso o governo não recupere sua capacidade de diálogo.
Para ele, a pauta das ruas precisa ser muito bem compreendida antes de
ser trabalhada, já que há uma parte legítima e outra nada lícita. “É
legítimo que as pessoas se manifestem contra a corrupção, e essa pauta
nós temos que atender. Mas é inadmissível que peçam intervenção militar,
a volta da ditadura ou o impeachment de uma presidenta contra a qual
não pesa nenhuma denúncia. Não podemos abrir espaços para golpismos
porque isso prejudica não só este governo, mas toda a democracia”,
defende.
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