domingo, 22 de março de 2015

Bancada do PT vincula apoio ao ajuste fiscal à taxação do 'andar de cima'

De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que participou do encontro, a bancada está coesa ao reivindicar esses dois pontos de tributação da riqueza, já amadurecidos no debate partidário. “Nós entendemos que as três medidas provisórias enviadas ao congresso pelo governo corrigem distorções e não representam, de forma alguma, uma traição da presidenta aos princípios que ela sempre defendeu. Mas acreditamos que o sacrifício não pode pesar apenas sobre os trabalhadores e sobre o setor produtivo: tem que atingir a todos, incluindo o ‘andar de cima’”, afirmou.

De acordo com ele, o ministro Levy não confirmou que irá atender as reivindicações, mas garantiu que o governo está estudando uma forma de taxar o ‘andar de cima’. A preferência do ministro é pela taxação da herança, diretamente na transmissão, que ele considera mais eficiente e mais simples de operar do que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), previsto inclusive na constituição, mas jamais regulamentado. A bancada, entretanto, quer o IGF, uma bandeira histórica do PT.

O deputado admitiu preocupação com os protestos que tomam conta do país. Segundo ele, são manifestações intensas, de caráter nacional, com um forte componente de classe média, mas que têm tudo para atrair setores populares, caso o governo não recupere sua capacidade de diálogo. 

Para ele, a pauta das ruas precisa ser muito bem compreendida antes de ser trabalhada, já que há uma parte legítima e outra nada lícita. “É legítimo que as pessoas se manifestem contra a corrupção, e essa pauta nós temos que atender. Mas é inadmissível que peçam intervenção militar, a volta da ditadura ou o impeachment de uma presidenta contra a qual não pesa nenhuma denúncia. Não podemos abrir espaços para golpismos porque isso prejudica não só este governo, mas toda a democracia”, defende.

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