Por Luciana Costa, militante da UJR e Diretora de Políticas Educacionais da Ubes
As
classes dominantes procuram colocar na cabeça da juventude que todos os
problemas se resolvem quando se está bem consigo mesmo, prezando sempre
pelo individualismo: “Todos são inimigos; segue teu caminho com teus
poucos amigos e conquistará a paz interior”. Fazem isso para nos tirar
do rumo da luta e vendar os nossos olhos às mazelas desse sistema.
O trabalho de propaganda da ideologia
burguesa faz com que fiquemos uns contra os outros, pobres contra
pobres. Pedimos a redução da maioridade penal, criticamos grevistas,
dizemos que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher!”, que
quem não estuda é vagabundo, e só não trabalha quem não quer. Além
disso, taxamos manifestantes de baderneiros, etc.
Mas a coisa começa a mudar quando vemos
que a comida na mesa é pouca, apesar de trabalharmos o dia todo até a
exaustão. Quando grande parte da população mora de aluguel ou de favor,
enquanto milhares de casas estão vazias. Quando 5/6 dos jovens ficam de
fora do ensino superior e 50 mil mulheres foram mortas em 10 anos,
vítimas da violência doméstica. Quando 70% da população carcerária tem
até 29 anos e 1/3 da população mundial não tem comida nem água.
Diante de tudo isso, o povo passa a se
revoltar e a questionar por que milhões de pessoas são exploradas e nada
possuem, enquanto poucos milhares se apropriam de quase tudo que é
produzido pelos trabalhadores.
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