sexta-feira, 27 de março de 2015

Em Cena Celebra a nomeação de Alexandre Muniz



Por Maguila Torquato


                                                         ” Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.” Bertold Brecht


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Hoje 27 de março de 2015 os artistas de Caicó celebram o dia mundial do teatro como já fez nos 2 últimos anos, realizando o vinte 27 em Cena.

O 27 em cena deste ano tem um sabor todo especial e clima de celebração pela conquista da batalha de toda comunidade artística de Caicó que através do Movimento Artistas na Gestão cultural conseguiu que o governo do estado nomeasse o artista Alexandre Munis para gesto do Centro Cultural Adjuto Dias.

Alexandre é pedagogo, arte educador, presidente da Associação União do Sobrado, Coordenador do Ponto de Cultura e tem inclusive projetos aprovados nas leis de incentivo a culturas para serem realizados em Caicó.

A luta do movimento dos artistas não para nesta conquista, declarou a comissão do movimento, versemos uma batalha, mais é preciso a partir do Centro Cultural criamos políticas de ocupação dos outros espaços através de políticas públicas de cultura e de participação no sistema nacional de cultura.

Sem dúvidas hoje é um dia de celebração e de conquista para arte e a cultura de Caicó.


terça-feira, 24 de março de 2015

A ideologia burguesa destrói os sonhos da juventude

Por Luciana Costa, militante da UJR e Diretora de Políticas Educacionais da Ubes
 

As classes dominantes procuram colocar na cabeça da juventude que todos os problemas se resolvem quando se está bem consigo mesmo, prezando sempre pelo individualismo: “Todos são inimigos; segue teu caminho com teus poucos amigos e conquistará a paz interior”. Fazem isso para nos tirar do rumo da luta e vendar os nossos olhos às mazelas desse sistema.

O trabalho de propaganda da ideologia burguesa faz com que fiquemos uns contra os outros, pobres contra pobres. Pedimos a redução da maioridade penal, criticamos grevistas, dizemos que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher!”, que quem não estuda é vagabundo, e só não trabalha quem não quer. Além disso, taxamos manifestantes de baderneiros, etc.

UJR nas ruas

Mas a coisa começa a mudar quando vemos que a comida na mesa é pouca, apesar de trabalharmos o dia todo até a exaustão. Quando grande parte da população mora de aluguel ou de favor, enquanto milhares de casas estão vazias. Quando 5/6 dos jovens ficam de fora do ensino superior e 50 mil mulheres foram mortas em 10 anos, vítimas da violência doméstica. Quando 70% da população carcerária tem até 29 anos e 1/3 da população mundial não tem comida nem água.

Diante de tudo isso, o povo passa a se revoltar e a questionar por que milhões de pessoas são exploradas e nada possuem, enquanto poucos milhares se apropriam de quase tudo que é produzido pelos trabalhadores.


O feminicídio em Juárez e o pacto de silêncio



Juárez e o pacto de silêncio

Ciudad de Juárez é uma cidade mexicana próxima na fronteira com os Estados Unidos. Conhecida por ser um conglomerado de parques industriais é, também, notória por conter a sede de um dos maiores cartéis de drogas do México. Porém, acima de tudo, Juárez é conhecida pelos brutais assassinatos contra mulheres. Desde 1993, quando se começou a contar as mortes, estima-se que mais de 1.100 mulheres perderam suas vidas, e este número é apenas das desaparecidas: não podemos esquecer que grande parte dos crimes contra a mulher não são reportados, logo, não entram para as estatísticas.

A violência contra mulher é sistêmica, nunca um ato isolado. São complexas questões estruturais que datam desde o surgimento dos primeiros espectros da sociedade capitalista-patriarcal.

Pequeno panorama histórico

Nas sociedades antigas, os núcleos familiares eram constituídos, principalmente, pelas mulheres e crianças, podendo ou não existir a figura masculina/paterna. Nessa configuração, as mulheres possuíam mais autonomia e um papel ativo no que tange a coleta e o preparo dos alimentos. E essa é a verdadeira liberdade: não depender de outro para a sobrevivência. Porém, ao surgir aquilo que conhecemos como civilização, como aponta Engels em seu A Origem da Família, da propriedade privada e do Estado, a mulher teve seu status social destruído: com o surgimento da agricultura, surgiu a produção excedente e a necessidade de se negociar essa mercadoria. Junto com essa noção de excedente, surgiu a noção de propriedade privada, acumulação de bens e negociação de mercadoria: o primeiro espectro do capitalismo.

Um dos principais pontos aqui é, justamente, o da propriedade privada: com seu surgimento, foi estabelecido, de vez, os papeis do homem e da mulher. O homem assumia o controle da produção, tornando-a seu domínio. Para a manutenção desse sistema e para que ele fosse passado às próximas gerações, a mulher precisaria ter um forte laço com o homem. É aqui que começa a dominação e o controle sobre nossa sexualidade: o homem precisava garantir que a prole carregasse seus genes. Esse é o primeiro espectro do patriarcado: seu surgimento foi por necessidades socioeconômicas vinculadas aos homens. Nossa sexualidade passou a ser controlada e nossos corpos passaram a pertencer aos homens e às suas necessidade, sendo deles por direito.

O pacto de silêncio – a violência contra a mulher

O poder, sabemos, tem duas faces: da dominação e da subordinação, e as mulheres conhecem muito bem a segunda, já que nossa socialização se dá através dela. É isso que a supremacia masculina significa: esse acesso ao corpo da mulher. Os homens “estão permanentemente autorizados a realizar seu projeto de dominação/exploração das mulheres, mesmo que, para isso, precisem utilizar-se da força física” (SAFFIOTI, 2002, p. 203). A culpa é inerente ao gênero mulher, como disse a escritora nigeriana Chimamanda Adichie, e faz parte da nossa criação enquanto indivíduos. Para a manutenção do status quo, foi importante que as mulheres aprendessem que, qualquer que seja a violência sofrida, elas têm uma parcela dessa culpa.

Assim, surgiu uma cultura do silêncio, de crimes não reportados, de vítimas silenciadas quando tentam reportar. E, por ser privilegiada por isso, a sociedade patriarcal compactua com esse silêncio e o faz um importante fator da manutenção desse sistema que se escora em instituições artificiais. Analisá-las e denunciá-las é colocá-lo em risco.

Em Juárez, os casos de feminicídio têm um tom execução – os assassinatos são o rito de passagem de homens ao ingressarem no mundo do cartel, como forma de dar recado para grupos inimigos. Faltam políticas públicas, e, claro, falta atenção às mulheres que são maioria dentro das fábricas. A maior fonte de emprego de Juárez são as maquiladoras – empresas situadas na zona de comércio livre que empregam mão de obra barata e exportam materiais para produção estrangeira. A jornada de trabalho é intensa e, a volta para casa, sempre arriscada: o perfil das vítimas são as jovens trabalhadoras de origem humilde.

Juárez não é um caso isolado, pelo contrário. É uma amostra da macroestrutura operando na microestrutura. Perguntaram-me por que me preocupar com uma cidade tão distante geograficamente. Minha resposta é que, sendo a violência sistêmica, ela é parte da nossa estrutura, das nossas vidas e das ruas da nossa cidade também. Nada disso está longe: temos uma Juárez em cada esquina.


Aldo Rebelo destaca papel da literatura para o desenvolvimento social

 
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, ressaltou durante pronunciamento na cerimônia de posse da diretoria da União Brasileira de Escritores (UBE), em São Paulo, o papel da literatura para o desenvolvimento da sociedade. O ministro Aldo destacou que a literatura chegou aos assistidos por políticas públicas primeiro que a ciência e a tecnologia.    

Ministro da CT&I participou da cerimônia de posse da diretoria da União Brasileira de Escritores (UBE) na capital paulista
 

  
 
A solenidade de posse da nova diretoria da UBE, encabeçada por Durval de Noronha, e do conselho consultivo fiscal da entidade para o biênio 2015-2017 foi realizada, , nesta segunda-feira (23), no teatro da Academia Paulista de Letras, no Largo do Arouche.

"Recentemente eu participei da inauguração das novas instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), que tem como objetivo monitorar os desastres naturais para salvar e proteger vidas", disse Aldo Rebelo.

"No entanto, antes que a ciência e a tecnologia chegasse aos assistidos a literatura os alcançou. Os escritores têm essa tarefa permanente de expressar de forma mais profunda e duradoura todas as dimensões da vida e do destino humano."

O ministro Aldo citou como exemplo as obras Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e A Fome, de Raquel de Queiroz, que levaram ao conhecimento público a forte seca no Semiárido brasileiro na primeira metade do século 20.

Ao fim da solenidade de posse, foi lançada a Antologia UBE, pela Global Editora. A obra, com 75 autores, é composta de crônicas, contos e poesias, e foi organizada por Joaquim Maria Botelho, ex-presidente da UBE.
 

GREVE DOS SERVIDORES DA PREFEITURA DE CAICÓ CHEGA AO OITAVO DIA COM A ADESÃO DE MÉDICOS



                   Movimento reivindica reajustes salariais de acordo com plano de carreira
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A greve dos servidores de nível superior da Prefeitura de Caicó completa oito dias nesta quarta-feira (25), com a adesão de alguns médicos que atendem nos Postos de Saúde, que também reclamam de defasagem salarial e condições de trabalhos que segundo eles estão precárias nas unidades de saúde.
De acordo com Joseana Soares, presidente do Sindserv., as negociações com o prefeito Roberto Germano não teve qualquer avanço. “Aliás, o prefeito não tem chamado a categoria para qualquer diálogo. É como se a greve não existisse, ele simplesmente ignora a legitimidade do movimento, mas nos bastidores está cortando ponto dos servidores, e ameaçando pedir a ilegalidade da greve”, comentou.
Grevistas irão à Câmara Municipal de Caicó pedir apoio dos vereadores à sua luta
O Movimento Grevista tem realizado mobilizações diariamente na cidade. O exemplo foi nesta terça-feira (24) com panfletagens nos semáforos da cidade, e nesta quarta-feira (25) os funcionários em greve tomarão as galerias da Câmara Municipal, cobrando um posicionamento de todos os vereadores, independente de pertencerem ou não a base de apoio ao prefeito.

domingo, 22 de março de 2015

Decisão histórica: STF reconhece direito de adoção por casal homossexual

 
O Ministério Público do Paraná havia entrado com recurso contra um casal de homens que tinha adotado uma criança. Órgão federal, no entanto, entendeu que a adoção não altera o conceito de família e que pode ser praticada por pessoas do mesmo sexo: “A Constituição Federal não faz a menor diferenciação entre casais heterossexuais e homoafetivos”, disse ministra 


Enquanto na Câmara dos Deputados os parlamentares seguem com perspectivas de aprovar o conservador Estatuto da Família, que exclui qualquer possibilidade de se reconhecer um núcleo familiar que não seja composto por um homem e uma mulher, o Supremo Tribunal Federal dá um importante passo no reconhecimento dos direitos da população LGBT.

Nesta quinta-feira (19), a Corte, em decisão inédita, reconheceu o direito de um casal composto por dois homens de adotar um filho. A iniciativa foi da ministra Carmen Lúcia e se refere ao casal mineiro Toni Reis e David Harrad, que haviam adotado uma criança em 2005, mas estavam na iminência de perder a guarda, já que o Ministério Público Estadual do Paraná entrou com recurso extraordinário contra a adoção.

Confira a íntegra da decisão do Supremo:

“A Constituição Federal não faz a menor diferenciação entre a família formalmente constituída e aquela existente ao rés dos fatos. Como também não distingue entre a família que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por pessoas de inclinação homoafetiva. Por isso que, sem nenhuma ginástica mental ou alquimia interpretativa, dá para compreender que a nossa Magna Carta não emprestou ao substantivo “família” nenhum significado ortodoxo ou da própria técnica jurídica. Recolheu-o com o sentido coloquial praticamente aberto que sempre portou como realidade do mundo do ser. Assim como dá para inferir que, quanto maior o número dos espaços doméstica e autonomamente estruturados, maior a possibilidade de efetiva colaboração entre esses núcleos familiares, o Estado e a sociedade, na perspectiva do cumprimento de conjugados deveres que são funções essenciais à plenificação da cidadania, da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho. Isso numa projeção exógena ou extramuros domésticos, porque, endogenamente ou interna corporis, os beneficiários imediatos dessa multiplicação de unidades familiares são os seus originários formadores, parentes e agregados. Incluído nestas duas últimas categorias dos parentes e agregados o contingente das crianças, dos adolescentes e dos idosos. Também eles, crianças, adolescentes e idosos, tanto mais protegidos quanto partícipes dessa vida em comunhão que é, por natureza, a família. Sabido que lugar de crianças e adolescentes não é propriamente o orfanato, menos ainda a rua, a sarjeta, ou os guetos da prostituição infantil e do consumo de entorpecentes e drogas afins. Tanto quanto o espaço de vida ideal para os idosos não são os albergues ou asilos públicos, muito menos o relento ou os bancos de jardim em que levas e levas de seres humanos abandonados despejam suas últimas sobras de gente. Mas o comunitário ambiente da própria família. Tudo conforme os expressos dizeres dos artigos 227 e 229 da Constituição, este último alusivo às pessoas idosas, e, aquele, pertinente às crianças e aos adolescentes.

Assim interpretando por forma não-reducionista o conceito de família, penso que este STF fará o que lhe compete: manter a Constituição na posse do seu fundamental atributo da coerência, pois o conceito contrário implicaria forçar o nosso Magno Texto a incorrer, ele mesmo, em discurso indisfarçavelmente preconceituoso ou homofóbico. Quando o certo – data vênia de opinião divergente – é extrair do sistema de comandos da Constituição os encadeados juízos que precedentemente verbalizamos, agora arrematados com a proposição de que a isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. Entendida esta, no âmbito das duas tipologias de sujeitos jurídicos, como um núcleo doméstico independente de qualquer outro e constituído, em regra, com as mesmas notas factuais da visibilidade, continuidade e durabilidade.”

Fonte: Portal Forum 

Documentos provam que Aécio, Alckmin, Serra e FHC receberam R$39,9 milhões na Lava Jato




Documentos obtidos com exclusividade pelo Portal mostra envolvimento dos tucanos Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique no esquema de Furnas (Lava - Jato)


Por Mayara Tridente - em Minas Gerais, para o Portal Metrópole


Quem pensa que o mensalão do PSDB é o único esquema de corrupção do partido que está impune, se engana. A sigla está envolvida em pelo menos outro escândalo de desvio de recursos que não foi julgado até agora, apesar de a Polícia Federal ter atestado a autenticidade do documento-chave para a denúncia.

O mensalão tucano, recorde-se, ajudou a financiar a campanha de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso se reelegeu ao Planalto e Eduardo Azeredo, do PSDB, foi derrotado na disputa pelo governo de Minas Gerais por Itamar Franco.

Nas eleições de 2002, os tucanos promoveram outra forma de arrecadação de recursos para financiar suas campanhas e as de seus aliados. O esquema previa o repasse de dinheiro por meio de licitações superfaturadas da empresa Furnas Centrais Elétricas S.A.

Na ocasião, Aécio Neves era candidato a governador de Minas, Geraldo Alckmin concorria em São Paulo – ambos foram eleitos – e José Serra disputava com Lula o Planalto.

A chamada Lista de Furnas, como ficou conhecida a estratégia de financiamento montada pelos tucanos, rendeu milhões de reais para financiar campanhas. Denúncia da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro classifica o esquema como criminoso.

O delator do mensalão tucano, Nilton Monteiro, que também é o responsável pelo vazamento de informações sobre a lista, informou à procuradora Andréa Bayão Pereira, autora da ação do MPF, que os recursos eram controlados em um fundo (caixa 2).

A Lista de Furnas, documento de cinco páginas assinado por Dimas Fabiano Toledo, à época diretor de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas e operador do esquema, traz os nomes de mais de 150 políticos beneficiários, assim como uma centena de empresas financiadoras. No alto de cada folha se lê a advertência: confidencial.

“Esses recursos eram controlados em um fundo formado com valores obtidos junto às diversas empresas que mantinham contratos com Furnas” afirma Nilton Monteiro em seu depoimento à procuradora. Ele explica que os empresários que queriam atuar em Furnas tinham de contribuir com esse fundo. “Caso contrário não conseguiriam realizar nenhum contrato na empresa estatal.”

O deputado estadual Rogério Correia (PT/MG), primeiro a entregar uma cópia da Lista de Furnas à Polícia Federal, conta como o esquema funcionava. Ele obteve o xerox do documento com o delator do mensalão tucano. “Quando ele me passou a Lista de Furnas, eu tomei um susto”, relata.

O laudo da Polícia Federal atesta que o documento é autêntico. O pedido de perícia foi feito pelo parlamentar. “Na época o Nilton Monteiro, e até hoje provavelmente, não ficou satisfeito comigo. A intenção dele não era entregar [a lista] à Polícia Federal. Ele tinha aquilo para fazer suas negociações com o lado de lá”, afirma ao se referir às tentativas do delator de arrancar vantagens dos ex-aliados tucanos.

Nilton Monteiro, que trabalhou com o empresário Sérgio Naya, ex-deputado federal por Minas Gerais, operava nos bastidores da política do estado e tinha intimidade com figuras importantes do ninho tucano nas Alterosas.


Desvio de milhões de reais


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, então candidato ao cargo, o ex-governador José Serra, que disputava a Presidência da República, e o senador Aécio Neves, à época candidato ao governo de Minas Gerais, foram os principais beneficiários do esquema de corrupção milionário do PSDB.

Pela lista, Alckmin foi quem mais recebeu recursos: R$9,3 milhões, R$3,8 milhões distribuídos no primeiro turno e R$5,5 milhões repassados no segundo. Serra foi beneficiado com R$7 milhões, R$3,5 vieram no 1º turno e o restante no 2º. Aécio aparece como beneficiário de R$5,5 milhões, quantia repassada em uma única parcela. Alckmin e Aécio foram eleitos, Serra perdeu a eleição para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o deputado federal José Aníbal (PSDB), que disputavam uma cadeira no Senado pelo Rio e por São Paulo, respectivamente, receberam R$500 mil cada um.
Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas e então candidato ao Senado, recebeu R$550 mil. Já o candidato a outra vaga no Senado por Minas, Zezé Perrella (PSDB/MG), pai do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD/MG), dono da empresa proprietária do helicóptero apreendido pela Polícia Federal, no Espírito Santo, com quase meia tonelada de cocaína, foi beneficiado com R$350 mil.

Ao lado do nome de Zezé Perrella e do montante repassado aparece a informação entre parênteses: autorização de Aécio Neves. Esse é o único caso em toda a lista em que se encontra esse tipo de anotação.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSDB), candidato a deputado federal à época, foi beneficiário de R$250 mil. O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), que também disputava uma cadeira na Câmara dos Deputados, recebeu R$100 mil.

Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, eleito na época deputado federal pelo PTB, também se beneficiou do mesmo valor. Quantia equivalente foi entregue ao filho do ex-delegado da Polícia Federal Romeu Tuma, o ex-deputado federal Robson Tuma (PTB/SP), assim como ao ex-presidente da Força Sindical e ex-deputado federal Luiz Antônio de Medeiros (PL/SP). Ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP) foram destinados R$50 mil.

Antônio Carlos Pannunzio, eleito em 2012 prefeito de Sorocaba, aparece na lista como recebedor de R$100 mil para sua campanha a deputado federal.
O delator do “mensalão” petista, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB/RJ), também foi beneficiado pelo esquema de corrupção tucano. Recebeu R$75 mil. Valdemar Costa Neto, condenado no “mensalão” petista, recebeu R$250 mil do PSDB por meio do desvio fraudulento de recursos. O capitão do Exército e deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PP), crítico dos direitos humanos e árduo defensor da ditadura militar, foi beneficiado com R$50 mil do esquema corrupto desencadeado pelos tucanos. Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, também recebeu R$695 mil, para repassar a comitês e prefeitos do interior do Estado de Minas Gerais.

O deputado Rogério Correia explica que além do laudo da Polícia Federal atestando a veracidade da Lista de Furnas, há também o relatório da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro, de janeiro de 2012, que chegou à mesma conclusão por outras vias.


Empreiteiras e bancos


As construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht são algumas das empreiteiras que financiaram o esquema de corrupção do PSDB. O Banco do Brasil, Bank Boston, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Opportunity e Rural são algumas das instituições financeiras que, segundo a lista assinada por Dimas Toledo, injetaram dinheiro no esquema.

A Alstom e a Siemens, envolvidas mais recentemente no esquema de superfaturamento de trens do Metrô e da CPTM comprados pelo governo tucano paulista, são citadas na lista. As agências de publicidade de Marcos Valério, DNA e SMP&B, também contribuíram.

Petrobras, Vale do Rio Doce, CSN, Mitsubishi, Pirelli, Eletropaulo, Gerdau, Mendes Júnior Siderúrgica, General Eletric e Cemig figuram entre a centena de empresas públicas e privadas que aparecem como financiadoras.

Os fundos de previdência privada dos funcionários da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, respectivamente, Petros, Previ e Funcef também são mencionados. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Firjan, foi outra que destinou recursos para o esquema tucano, de acordo com o documento.

O Tribunal de Contas da União analisou contratos de Furnas e detectou direcionamento em favor de determinadas empresas, além de superfaturamento nas licitações.

Uma auditoria da Controladoria Geral da União, realizada em 2006, constatou falhas no processo licitatório de Furnas: fraudes, desperdícios e abusos, além de projetos antieconômicos e inadequados às necessidades da empresa.

Mesmo com todas as evidências, o processo sobre a Lista de Furnas está parado, segundo o deputado Rogério Correia.

O esquema operado por Dimas Toledo o fazia tão poderoso que Aécio Neves, eleito governador de Minas em 2002, negociou com o então presidente Lula a permanência de Toledo na direção de Furnas.

“O que deixou a bancada do PT bastante insatisfeita, porque Dimas Toledo arquitetava tudo contra o PT, especialmente no sul de Minas”, frisa o deputado Correia.

Curiosamente, o filho de Dimas Toledo, Dimas Fabiano Toledo Jr., deputado estadual em Minas, aparece na lista como tendo recebido R$250 mil.


Eduardo Cunha entra na mira das ruas



O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), entrou na mira das ruas. Em um momento de forte insatisfação da população para com as instituições políticas, o parlamentar evangélico vem se tornando, nos últimos dias, o principal alvo de críticas de internautas. Um evento no Facebook que pede sua saída do Congresso já conta com mais de um milhão de pessoas confirmadas. O ato está marcado para acontecer no dia 30 de abril, no vão livre do Masp, em São Paulo.

Entre outros eventos, páginas e hashtags de ojeriza ao deputado, como a #ForaCunha, a insatisfação com o parlamentar ganhou força principalmente depois de, na última quarta-feira (18), o ministro da Educação Cid Gomes ter deixado o cargo em decorrência de uma discussão com Cunha na Câmara. O episódio acabou escancarando o abuso de poder que exerce sobre o governo federal.

Cid Gomes havia sido chamado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre uma declaração em que afirmava que a Câmara dos Deputados, em sua maioria, era composta por “achacadores”, incluindo Cunha. Como, na ocasião, o ex-ministro sustentou sua afirmação, Eduardo Cunha chantageou o governo e determinou que caso Cid Gomes não deixasse o cargo, o PMDB deixaria a base de Dilma.

O episódio ganhou grande repercussão nas redes, fazendo com que começasse a surgir uma série de manifestações em apoio a Cid Gomes e comparações de Eduardo Cunha com Francis Underwood, personagem da série House of Cards que, através do seu jogo político, torna-se um dos homens mais poderosos do país – como Cunha, que hoje é o terceiro nome na linha sucessória da nação.

Na página do evento contra Cunha no Facebook, são listados alguns motivos pelos quais a população deveria ir às ruas contra o deputado que preside a Câmara:

“Religião e política não se misturam!

- É contra a legalização do aborto

- É contra o casamento igualitário

- É contra a adoção por LGBTT

- É contra a democratização da mídia

- É a favor da TV Câmara nas mãos da TV Record

- É contra a legalização da maconha”

Além das manifestações de internautas, Ciro Gomes, irmão mais velho do ex-ministro da educação, também vem ajudando o movimento a ganhar força. O ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula compartilhou em seu perfil do Facebook uma página que pede a renúncia de Eduardo Cunha, logo após o afastamento do irmão do cargo.

“Falar a verdade neste País, especialmente, nestes tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago, porque quem faz história não são os pilantras que hoje dominam a cena nacional e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos”, afirmou ao comentar o episódio envolvendo Cid.