sábado, 31 de maio de 2014

Quem é quem? Será que estamos atirando no alvo certo?

Por Thiago Costa (PCdoB)

Se violência fosse o remédio para as mazelas do mundo, o Brasil seria hoje o país mais rico, mais justo e mais humano da face da terra. Temos vivido, há 500 anos, os mais diversos tipos de violência.

Desde os primórdios de nossa civilização, vivemos a violência econômica e cultural que vitimaram milhares de nativos que habitavam essa terra; a violência física, psicológica, cultural e a expropriação da liberdade imposta aos africanos expatriados de suas terras; a histórica exploração de trabalhadores e trabalhadores do campo e da cidade, muitas vezes vítimas de abusos físicos, assédio moral e sexual que os tem feito adoecerem do corpo e da alma; o terrorismo de estado imposto pelo regime antidemocrático vigente entre 1964-88; a violência urbana, produto de um estado de coisa que beira a anomia social; a violência contra milhares de crianças e adolescentes que não tem as suas fazes de desenvolvimento respeitadas em função de uma ordem e do progresso que não os beneficiam, e etc, etc, etc.

Se a violência é de fato a solução, a receita mágica para o nosso desenvolvimento, então por que passamos tanto tempo estacionados?

Estamos atirando contra as nossas crias, “os monstros” paridos por uma sociedade perversa, que exclui, que marginaliza e que nega as crianças e adolescentes do mundo inteiro o direito a um ambiente familiar e social saudável, nega moradia, nega saúde, educação, saneamento básico, assistência social.

Produzem-se milhões e milhões de riqueza, investem-se cifras surreais em avanços científicos e tecnológicos buscando potencializar ainda mais a massificação do consumo e o enriquecimento dos VERDADEIROS BANDIDOS, que são as grandes e pequenas corporações capitalistas que assaltam as consciências dos cidadãos e os transformam em zumbis alienados, incapazes de enxergar o obvio.

E ai, com a ajuda da mídia sensacionalista e também BANDIDA é muito fácil taxar de bandidos aqueles fora da lei que de fato são o subproduto de um sistema esgotado em si mesmo.

A policia, realmente está fazendo o seu papel, pois, ela é militar, é de estado, a saber, um estado capitalista. Por tanto, ela existe para defender os interesses dos porcos que ditam as regras do jogo.


Por a culpa do atual estado de exacerbação da violência apenas naqueles que são os marginais, por que foram de fato marginalizados, é contribuir para a banalização do cinismo que impera entre aqueles que, por um motivo ou por outro, preferem, ou acham mais cômodo, não compreenderem as verdadeiras raízes desse mal.

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