Nos últimos dias temos acompanhado pelos diversos meios de comunicações as revoltas populares no mundo árabe.
Um imenso contingente de trabalhadores, estudantes e outros segmentos sociais foram corajosamente às ruas para confrontar e derrubar os regimes ditatoriais de Osni Mubarak (Egito)e Bem Ali (Tunísia).
Mesmo diante de tantas mortes e feridos os árabes não desistem da idéia de construir uma sociedade mas justa para si e seus descendentes.
Que lição nós brasileiros podemos tirar desse misto de bravura e banho de sangue?
Voltando um pouco na história do Brasil iremos nos lembrar que não faz muito tempo que o povo brasileiro saiu de uma ditadura militar. Em defesa de uma ordem desejada pela burguesia industrial brasileira e estrangeira, pelos latifundiários, bancários e políticos de extrema direita estivemos, entre 1964 a 1988, sobre o poder dos militares que procuram cercear os direitos democráticos dos cidadãos brasileiros.
Os brasileiros não podiam se reunir nas ruas, os sindicatos e associações estudantis foram perseguidos, não havia liberdade expressão, milhares de pessoas foram torturadas e mortas sendo que há, ainda, um grande percentual dessas vítimas das quais não se tem notícia até hoje.
Isso tudo tem uma lamentável relação com a realidade que estamos vivendo aqui em nossa cidade, a qual se caracteriza menos pelos mandos e desmandos daqueles que ocupam o poder e mais pela falta de coragem, de compromisso e de solidariedade com as causas de interesses coletivo por parte de uma significativa parcela dos cidadãos caicoenses.
É triste dizer isso: não estamos honrando os mortos e os sobreviventes da ditadura militar. Justamente hoje, que temos o direito constitucional de nos indignar, que podemos sair às ruas, fazer greve, expor as nossas opiniões por meio diversas ferramentas de comunicação temos, na maioria dos casos, nos limitado a conversas de esquina e de mesa de bar.
No entanto, temos em mãos o poder da mudança e essa deve iniciar-se pela pedra fundamental de toda sociedade: a educação.
Vamos honrar os mortos e sobreviventes das diversas lutas ocorridas em pró da democracia no Brasil e no mundo.
Na Assembléia do SINDSERV realizada hoje (28/03/2011) os trabalhadores da educação do município de Caicó decidiu que a partir dessa quarta feira a categoria irar montar acampamento dentro do Centro Administrativo.
Iremos ficar acampado até que a gestão municipal se disponha a negociar com a nossa classe.
Vamos mudar essa triste realidade de omissão e indiferença por parte de nós cidadãos a respeito de nosso próprio destino e do destino de nossa cidade. A partir dessa quarta feira, professores, pais, alunos e toda sociedade caicoense terão a oportunidade de ser agente participativo numa mudança profunda no capítulo da história de nossa cidade.
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