quinta-feira, 21 de julho de 2016

'Escola sem Partido' quer transformar estudantes em zumbis

 Alunos pedem aulas sobre política, contrariando parlamentares que querem Escola sem Partido - Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por Tico Santa Cruz 


O sistema de ensino no Brasil está muito aquém do que os jovens merecem. Ainda assim, como observamos recentemente, os secundaristas deram uma verdadeira aula de cidadania e política. Quer algo mais perigoso para uma casta de políticos, empresários e todo tipo de explorador do que uma escola que coloque alunos para pensar, questionar e agir politicamente?

Sociologia, filosofia, história, geografia, educação sexual e música são matérias que estimulam o conhecimento sobre a humanidade, sobre a formação e as transformações da sociedade. Essas disciplinas abrem espaço para a reflexão sobre o respeito ao indivíduo e suas orientações, além de ajudar as pessoas a desenvolverem o senso crítico.

Esse projeto “escola sem partido” quer criar fábricas de zumbis, que estejam dispostos apenas a repetir paradigmas e a crer que a vida se resume em nascer, crescer, ser explorado, se reproduzir e morrer trabalhando como mão de obra barata.

O papo de neutralidade é para boi dormir. A escola é um espaço político e lá deve prevalecer a democracia. Isso inclui a possibilidade do aluno ter acesso a todo tipo de conhecimento que lhe ofereça condições de fazer suas escolhas políticas.

Acho mais importante debater sobre as "igrejas sem partido".  Milhares de fiéis depositam sua fé na palavra de pastores que usam o nome de Deus para ter vantagens na política. Usam a influência que possuem para criar grandes bancadas no Congresso Nacional, colocando em risco a laicidade do Estado. O que é mais perigoso para o sistema, podre e retrógrado?
 

Datafolha real: 81% defendem o Fora, Temer!



Pesquisa Datafolha revela: 81% dos brasileiros não querem que Michel Temer continue exercendo a presidência da República até 2018. A esmagadora maioria (62%) defende novas eleições presidenciais, enquanto 12% acreditam que a volta da presidente Dilma Rousseff ao cargo seria o melhor para o País neste momento. Apenas 19% querem que Temer se torne presidente definitivo e exerça o mandato-tampão até 2018.
Confira, abaixo, os dados:
 
Este gráfico, no entanto, não foi publicado pela Folha de S. Paulo no último domingo. Ao contrário disso, a Folha informou que 50% preferem que Temer continue até 2018, enquanto 32% defendem a volta da presidente Dilma Rousseff ao poder.
O que explica uma diferença tão grande? O "erro", "imprecisão" ou "fraude" foi explicado ontem por uma nota divulgada pela Folha de S. Paulo e por seu instituto. Nela, o jornal informa que não colocou diante do eleitor, na questão "o que seria melhor para o Brasil" a hipótese de novas eleições, muito embora tenha levantado, em outra pergunta, que 62% dos brasileiros defendem a realização de uma nova disputa eleitoral.
Ou seja: na prática, a Folha eliminou da amostragem de sua pesquisa que foi divulgada ao público nada menos que 62% dos brasileiros. Portanto, restariam apenas 38% do total. Se, destes 38%, metade defende que Temer fique até o final, eles representam apenas 19% da população brasileira apta a votar. O que significa, em outras palavras, que 81% são favoráveis à saída do vice-presidente em exercício.
Curiosamente, antes do impeachment, a Folha chegou a defender, em editorial, a renúncia conjunta de Dilma e Temer, propondo a saída de novas eleições. O que talvez tenha contribuído para a mudança de postura do jornal foi o fato de o ex-presidente Lula ter subido em todas as simulações de voto, passando a liderar isoladamente os cenários de primeiro turno.



Impeachment de Dilma é golpe de Estado, conclui Tribunal Internacional



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Foi divulgada no início da noite desta quarta-feira 20 a sentença final do Tribunal Internacional pela Democracia no Brasil sobre a legalidade do processo de impeachment que afastou a presidente eleita Dilma Rousseff. O evento reuniu juristas de vários países por dois dias no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro.
A decisão do corpo de jurados – formado por profissionais vindos do México, da França, da Itália, da Espanha, da Costa Rica e dos EUA – , aprovada por unanimidade, diz que "o processo de impeachment, nos termos da decisão de sua admissibilidade pela Câmara dos Deputados e do parecer do Senado Federal, viola todos os princípios do processo democrático e da ordem constitucional brasileira".
A conclusão aponta ainda que o processo de impeachment nos termos ocorridos no Brasil violou também a "Convenção Americana de Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, e constitui-se um verdadeiro golpe de Estado". Por isso, "deve ser declarado nulo", acrescentam os juristas.
Para chegar à decisão final, os juristas tiveram o auxílio de testemunhas, da defesa e da acusação, e analisaram quatro perguntas, com base nos aspectos jurídicos, econômicos, políticos, culturais, sociais e históricos do processo: 1. Viola a Constituição?; 2. Sem a ocorrência de crime de responsabilidade, caracteriza um golpe parlamentar?; 3. Foram violados os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário?; e, 4. Impeachment deve ser declarado nulo?. A todas as perguntas, foi dada a resposta "sim".
"Decidiram os jurados declarar que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff viola todos os princípios do processo democrático e da ordem constitucional brasileira", disse o jurista Juarez Tavares, que presidiu os trabalhos. "Em democracias presidencialistas não se pode impedir um chefe de Estado por razões políticas. A aprovação ou desaprovação de um governo deve ser resolvida por eleições diretas, não por ato do Parlamento", completou.
O evento foi organizado pela Via Campesina Internacional, Frente Brasil Popular e Frente Brasil Juristas pela Democracia, com apoio de diversas organizações sociais, e teve como objetivo julgar o argumento da acusação de que não há base jurídica para sustentar o impeachment de Dilma. O evento aconteceu com a estrutura de um júri (composto por acusação, defesa e sentença).
Após a leitura da decisão, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o Tribunal Internacional cumpriu um papel importante para os senadores brasileiros, que tomarão a decisão final sobre o processo no final de agosto. "Há um clima de constrangimento no Senado", declarou. A sentença agora será entregue ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Caicó: casa de cultura divulga programação para a festa de Sant’Ana de 2016



Eventos, exposições, comida regional, música, artesanatos: estas são muitas das atrações que poderão ser encontradas na Casa da Cultura durante programação social da Festa de Sant’Ana
 Casa da Cultura Popular fica por traz da Igreja de Sant'Ana

Veja Programação completa


  • 21 de julho (quinta-feira), ás 21h- Laryssa Costa
  • 22 de julho (sexta-feira), ás 21h- Coral Canto Caá, Coral Meninas do Encanto e Tânia Soares
  • 23 de julho (sábado), ás 21h- Caio Canutto (Lançamento de “Cordelistas”), Compadre Barbosa (Lançamento do CD- “Beleza do Sertão”) e Fundação José Augusto (Lançamento da “Revista Carcará” e “Jornal O Galo”)
  • 24 de julho (domingo) ás 21h- Hilka Raquel e Coral Sementes da Terra
  • 25 de julho (segunda-feira) ás 21h- Mostra Audiovisual de alunos de Medicina da UFRN e Silvio Ceará
  • 26 de julho (terça-feira), ás 21h- Quadrilha dos Idosos
  • 27 de julho, ás 21h (quarta-feira) - Noite do Artesão e Rodolfo Lopes
  • 28 de julho (quinta-feira), ás 21h- Encontro de Violeiros (Carlos Nascimento, Francisco Dantas, Cícero Nascimento, Antônio Silva, Zé Viola e Sevirino Feitosa) e Forró do Seridó (com Dodora Cardoso e Geraldão)
  • 29 de julho (sexta-feira), ás 21h- Renato Guerra
  • 30 de julho (sábado), ás 21h- Tony Pan e Lançamento do Livro “O Homem da Feiticeira” com Rafael Duarte

Mulheres negras são mais vítimas de violência que as brancas, diz promotora



As mulheres negras são mais vítimas de violência que as brancas e as raízes do problema estão associadas à escravidão. A avaliação é da promotora de Justiça Lívia Santana Vaz, do Ministério Público da Bahia, que participou hoje (20) do I Seminário Biopolíticas e Mulheres Negras: práticas e experiências contra o racismo e o sexismo.
“Não há dúvida nenhuma que, em decorrência da forma como houve a escravização das mulheres negras no Brasil e o racismo institucional que persiste até os dias de hoje, a mulher negra é muito mais vítima de violência de gênero do que a mulher branca.”
A promotora destacou que, de acordo com o Mapa da Violência 2015, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%.
Segundo Lívia Vaz, elementos culturais e midiáticos contribuem para a manutenção e aumento da violência e discriminação contra as mulheres negras e citou o exemplo do carnaval, em que as mulheres negras são associadas ao sexo e parte do negócio do turismo.
“Isso tudo tem a ver com a nossa história e tem a ver com como ainda estamos lidando com essa situação hoje, por exemplo: a hipererotização do corpo da mulher negra, isso contribui para que ela seja, ainda, considerada objeto. Essa questão da cultura da violência e da violência sexual, principalmente, a cultura do estupro”, analisou.

Educação e desigualdade

A ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, também participou do debate, que faz parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher Afro-Latina Americana e Afro-Latina Caribenha, comemorado no próximo dia 25 de julho.
Nilma destacou as desigualdades a que são submetidas as mulheres negras e disse que a mudança de perspectiva pode ocorrer por meio da educação.
“A educação, seja ela escolar, formal, seja a educação enquanto processo de vida, sempre fez parte da luta das mulheres e, principalmente, das mulheres negras”, destacou.
Para a ex-ministra, houve avanços na educação brasileira no que se refere às minorias, sobretudo com a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas brasileiras. No entanto, segunda ela, o atual momento político do país, com o governo interino de Michel Temer, ameaça algumas dessas conquistas.
“Estamos na conjuntura de um golpe de Estado e eu tenho chamado atenção de que esse é um golpe parlamentar, midiático, de classe, de gênero e de raça. E nós temos visto a emergência de um fundamentalismo religioso e político muito sério, com uma ala muito conservadora que tem ido contra os avanços que já fizemos no campo do gênero e da diversidade sexual. Me preocupa muito, porque um dos focos onde essa onda conservadora tem investido é a educação”, criticou.


Carina Vitral: Plebiscito para “botar a cara” na democracia



O momento político do Brasil desperta paixões. Obviamente, não haveria como ser diferente em uma conjuntura de rompimento do pacto democrático, firmado após a ditadura militar, e da ofensiva golpista de um grupo que não aceitou o resultado das urnas.

Por Carina Vitral

  



Vivemos um dos momentos mais complexos e mais graves da história nacional, com a peculiaridade de um golpe de Estado sem tanques, mas com a violência autoritária de setores do parlamento, a mão de ferro do judiciário, a ação ilegítima de uma mídia nativa monopolizada, o controle das opiniões e da verdade.
Frente a esse cenário, os movimentos sociais, os setores progressistas da sociedade precisam respirar fundo, entender o que está em jogo, planejar o contra-ataque para recuperar o que foi tomado do país: a democracia. A União Nacional dos Estudantes realizou esse exercício de reflexão e debate no último fim de semana, em São Paulo, durante o seu 64º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg). O resultado foi a resolução da UNE em apoiar a proposta de um plebiscito para consultar a população acerca da realização de novas eleições. Trata-se de uma luta conjunta, travada ao lado da resistência ao golpe, da denúncia dos desmandos do governo de Michel Temer e a busca pelo retorno da presidenta eleita ao seu cargo.
Para os estudantes e outros movimentos, o pacto que foi rompido e não será restituído com a política de gabinetes, com o desenrolar do contaminado jogo institucional que se apresenta. Um novo pacto qualquer não terá legitimidade sem a participação popular direta, sem o protagonismo dos milhões de brasileiros que se sentem mal representados pela classe política em geral e desejam sua renovação. A fragilidade do atual sistema se mostrou escancarada com a tomada de assalto da República por personagens como Eduardo Cunha, o tirano que dá as cartas sob holofotes ou nos bastidores, manipulando toda a dinâmica do presidencialismo de coalizão e fazendo do futuro do país uma partida sádica de xadrez.
O plebiscito será como a retirada do poder de narrativa dessas figuras como Cunha, Temer e outros cujo projeto é rejeitado pela maioria, entregando-o à população. É o horizonte de uma nova disputa a ser vivida nas ruas, junto aos trabalhadores, aos jovens, pobres, camponeses, às mulheres, negros, indígenas, a população LGBT. Assusta aos golpistas, como os dois citados logo acima, a possibilidade de precisarem defender sua agenda na luz do dia, em uma campanha na qual precisariam justificar o desmonte das leis trabalhistas, os cortes nos programas sociais, na educação, na saúde, a retirada de direitos, a priorização dos grandes interesses econômicos em detrimento do desenvolvimento dos menos favorecidos. O plebiscito é um desafio para “botarem a cara” e dizerem a que vieram.
A cara da UNE já está aqui, esperando os que aceitam o embate sem golpes, sem viradas de mesa, frente a frente com o povo. O plebiscito é uma construção que está amadurecendo entre as diversas correntes da sociedade, a partir do debate respeitoso e de uma nova articulação popular formada pelas bases, como sempre foi nos momentos mais críticos da história do país. É uma proposta que agrega consensos e que acua os inimigos em comum. A juventude quer ouvir a voz do Brasil sobre novas eleições. Você também quer? Vamos juntos.