A atual gestão do município
de Caicó publicou na última sexta-feira, no site oficial da prefeitura, aviso
de licitação para contratação de empresa especializada em serviço de limpeza
urbana. Tal fato, aparentemente
resultante de uma prerrogativa administrativa do gestor municipal, mascara não
só um caso de má gestão, mas, também possíveis intenções nebulosas.
Sabe-se e é notório que o
serviço de limpeza urbana da nossa cidade tem deixado muito a desejar, no
entanto, o município de Caicó já dispõe de pessoal capacitado para realização
de tal serviço. O que pouca gente sabe é que essas pessoas, apesar de serem
profissionais dedicados, têm sido impedidas de realizar suas tarefas.
Impedidas de trabalhar. Por
incrível que pareça essa é a expressão que melhor define a realidade vivenciada
pelos garis aqui na cidade de Caicó.
Para realizar as suas
tarefas, insalubres, que oferecem sérios riscos a saúde, os garis precisam está
bem equipados com luvas, mascaras, botas, óculos específicos, protetor solar e
fardamento adequado. Esses Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são
fundamentais, pois, são eles quem atenua os riscos aos quais esses
profissionais, sejam eles servidores públicos ou profissionais de empresas
privadas, estão submetidos ao realizarem o serviço de limpeza urbana.
No entanto, constantemente
os garis estão sendo impedidos de trabalharem em razão da falta dos EPI. Para
piorar ainda tem a situação dos carros de coletas que tem quebrado com uma
assustadora frequência, inviabilizando o serviço de coleta de lixo e nos
levando a colocar sob suspeita a forma como tem sido feita a manutenção desses
instrumentos de trabalho.
Diante do exposto até aqui
creio que se tornam evidentes quais são as possíveis intenções nebulosas a que
me refiro no início do texto. Primeiro se inviabiliza a realização do trabalho
por parte dos garis negando-lhes condições adequadas para o trabalho;
consequentemente aproveita-se do desconhecimento técnico de parte da população
para deixar subtendido que os garis é que são culpados por tal situação; por
ultimo cria-se todo um clima favorável para contratar a iniciativa privada. A
nosso ver, a impressão é que essa tem sido a estratégia adotada pelo atual
gestor municipal.
Percebe-se, portanto, que ao
invés de dar as condições adequadas para que os garis possam trabalhar com
segurança e dispor meios para que eles possam realizar suas tarefas,
fornecendo-lhes os EPI necessários e cuidando da manutenção de suas ferramentas
de trabalho, tem-se optado por inviabilizar o trabalho e desmoralizar o serviço
público.
Trocando em miúdos, a lógica
tem sido sucatear para terceirizar.
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