A Comissão Diretora Nacional
da UJS, reunida nesta segunda-feira (3) em São Paulo, avaliou o acirrado
cenário político do Brasil e tirou um posicionamento claro para o novo capítulo
da disputa das ruas previsto para esse mês de agosto. A direita, os neofascistas
e a grande mídia, desejosos de um novo golpe político, mobilizam para o dia 16
deste mês. A UJS e diversas organizações do movimento social mobilizam o povo
para, no dia 20, fazer a defesa do seu bem mais caro: a democracia.
Não poderia ser diferente.
Exatamente nessa data, há 27 anos, a Assembleia Nacional Constituinte aprovava
o fim da censura e da tortura. Dois anos antes, entidades como a UNE e a UBES
foram retiradas da clandestinidade. Em 1984, nascia a UJS, desde a concepção
vocacionada à democracia e entusiasta das lutas pela ampliação dos direitos
populares.
Somos herdeiros diretos
daqueles que tombaram no Araguaia, vítimas do terrorismo de Estado, por se
disporem a lutar por um Brasil justo e democrático. A UJS tem no DNA as marcas
de toda uma geração que foi submetida às piores condições de vida por conta de
um projeto que espalhou miséria e terror aos que ousavam discordar da condução
política dos militares.
Por conta disso,
consideramos nefasta a iniciativa odiosa de uma parcela da população contra
Dilma, seus aliados, a esquerda e os movimentos sociais. Motivados pela
histeria da cobertura da grande mídia, multiplicam-se agressões a pessoas que
nutrem simpatia pelos movimentos populares, ataques a sedes municipais e
estaduais de partidos de esquerda e expressões neofascistas.
A ponto de, na última
quinta-feira (30), explodirem uma bomba na sede do Instituto Lula, o que já
pode ser considerado uma das atitudes mais absurdas da história recente da
política nacional.
Condenamos as iniciativas de
parte da direita de buscar voltar ao poder central do país por meio do tapetão.
Contam, para isso, com os excessos da operação “Lava Jato”, cuja condução do
juiz Sérgio Moro tem levado à prisão pessoas que se encontram na condição de
suspeitas em meio às investigações, como a ocorrida na manhã dessa
segunda-feira (3) com José Dirceu.
Nosso país precisa retomar o
curso do desenvolvimento nacional, com mais empregos, geração de riquezas,
distribuição de renda e justiça social. As empresas nacionais, tanto públicas
quanto privadas, são um ponto fundamental nesse sentido. A despeito de
investigar esquemas de propinas na Petrobras, a “Lava Jato” levou à prisão
executivos das principais empresas que mais se prepararam tecnologicamente para
conduzir os empreendimentos ligados ao desenvolvimento nacional, como as obras
de expansão da Petrobras. Condenamos todo e qualquer ato de corrupção, no
entanto, é preciso resguardar a engenharia nacional e toda a cadeia produtiva
por ela desenvolvida.
A ação do consórcio
oposicionista tem elevado grau de coesão. Atento a esses movimentos, o tucano
José Serra apresentou no Senado um projeto de lei que desobriga a Petrobras ser
operadora única e ter a participação mínima de 30% na exploração do pré-sal.
Que
os mais ricos paguem pela crise
Defendemos um ajuste fiscal
onde os ricos paguem a conta. Os seguidos aumentos da taxa Selic, privilegiam
os investimentos no capital especulativo, inibem os investimentos no setor
produtivo e aumentam sobremaneira a dívida pública. Defendemos que as saídas
mais coerentes para a crise sejam saídas como: a taxação das grandes fortunas e
heranças, taxação das remessas de lucros das grandes empresas transnacionais,
dos bancos e a repatriação de fortunas não declaradas, mantidas em paraísos
fiscais. De uma reforma tributária que tribute as rendas e não o consumo.
A UJS convoca sua militância
para ir às ruas no dia 20 de agosto entendendo que a defesa da democracia passa
também por lutar pela retomada do crescimento econômico e recolocar o país nos
trilhos do desenvolvimento.
Às ruas, numa frente ampla,
contra o golpe da direita e por uma agenda de novas conquistas para a juventude
e para a classe trabalhadora.
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