A reportagem de capa da revista Veja na última
sexta-feira (24) teve repercussão internacional e gerou indignação entre
jornalistas pela falta de apuração e compromisso ético com a verdade. Alex
Cuadros, que já trabalhou para a Bloomberg, publicou no Twitter uma mensagem
criticando a publicação. “Acabei de ler a história da Veja alegando que Lula e
Dilma sabiam do esquema da Petrobras. Não cita nenhuma evidência, e a
testemunha em delação premiada não diz como sabe disso”, escreveu.
O também jornalista Jon Lee Anderson, da revista New
Yorker, respondeu: “Isso é clássico da Veja, que publica calúnias e opiniões
como se fossem fatos. Uma revista tóxica com uma linha editorial que passa bem
longe do jornalismo”. Jon Lee é autor do livro “Che Guevara, uma biografia” e
foi duramente criticado pela revista em 2007. À época, ele disse que o texto
publicado pela Veja fingia ser imparcial, mas esquecia de critérios
fundamentais de um “jornalismo honesto”, como mostrar pelo menos “um esforço de
objetividade”, conforme escreveu na ocasião.
A reportagem a que eles se referem gerou polêmica por
ter sido realizada com o objetivo claro de desestabilizar as eleições
presidenciais a favor do candidato tucano Aécio Neves. A edição que sairia
apenas no domingo foi adiantada para sexta-feira e sem qualquer comprovação das
denúncias apresentadas.
O presidente do PT, Rui Falcão, lembrou que o partido
entrou com representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Ministério
Público Eleitoral (MPE) e no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a revista.
“Nós não podemos tolerar que continue a ter tanta tentativa de interferência no
processo eleitoral através de matérias caluniosas, mentirosas, totalmente sem
fundamentos e sem fontes”, disse em entrevista na última semana.
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