quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Henrique Alves lidera oposição contra o povo brasileiro



Está mais do que claro, agora, depois da atitude do deputado Henrique Alves e da bancada conservadora que ele passa a lidera, quem é que não deseja uma reforma política feita nos moldes democrático.


A derrubada do decreto presidencial que criava a Política Nacional de Participação Social tem, explicitamente, o objetivo de impedir a participação da sociedade na formulação das grandes reformas anunciadas por Dilma, principalmente, a reforma política.


Nesse contexto, o nosso conterrâneo Henrique Alves, que em seu discurso de candidato a governo do RN citava incessantemente a palavra povo, mostra agora qual a sua verdadeira face, revelando-se como o principal articulador de uma política que não é exatamente contra o governo Dilma.


A oposição que passa a ser liderada por Henrique é, escancaradamente, uma oposição a democracia, a liberdade expressão, o direito de participação social garantido em nossa carra magna, que estabelece a criação de mecanismos de participação popular por meio de consultas e de órgãos como os conselho. Trata-se, assim, de uma oposição contra o povo brasileiro.


Diante desses fatos considero que o Srº Henrique Alves figura, no atual momento da política, como inimigo número um do povo desse país.


Agora, mais do que nunca, é a hora e o momento do povo trabalhador, que nunca foge a luta, voltar as ruas com todo fervor e exigir as reformas que precisam ser feitas para que possamos viver em um país melhor, mais justo, mais igual.



E não queremos reformas feitas apenas nos moldes daqueles homens de preto que transitam pelo congresso nacional. Queremos reformas feitas com nossa participação, pois, só assim poderemos conseguir que as mesmas expressem aquilo que desejamos para as presentes e futuras gerações brasileiras. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Texto para reflexão: A verdadeira meritocracia



Por Leilton Lima


Naqueles tempos todo o reino estava em crise. O rei fraco e submisso era um fantoche nas mãos da corte, dividida entre várias facções. Aquela aldeia, perdida nos confins do reino, há muito não chamava atenção. E esse isolamento permitiu uma experiência que só viria a se popularizar algumas centenas de anos à frente: a escolha do governante pelos próprios aldeões.

Contam-se muitas histórias de sabedoria do líder escolhido na aldeia. Uma delas trata de um concurso para escolher a pintura da coruja, que era o símbolo da aldeia, bem como o pintor oficial. Dois concorrentes se apresentaram para a disputa.

Um mês depois, ambos estavam diante dos nobres do lugar. Telas encobertas por fino tecido de seda, mantinham o suspense dos convidados. Ao serem apresentadas de forma cerimoniosa, o público irrompeu em aplauso entusiasmado. As pinturas eram belíssimas.

coruja moldura

No entanto, sob olhares mais atentos as diferenças começavam a ser vistas. A coruja pintada pela dama denunciava uma tinta de baixa qualidade, mas a maior diferença estava na moldura. Enquanto o pintor emoldurara seu quadro em raro mogno filigranado em ouro, sua concorrente apresentava uma moldura em madeira local, com entalhes de caprichosos arabescos. Os nobres logo chegaram à conclusão que, apesar da beleza, a peça perdia em requinte. O que não era adequado para o símbolo da governança.

Passado o burburinho, o governador tomou a palavra:

— Amigos e amigas, estamos diante de duas obras-primas e precisamos decidir com justiça, que é irmã do merecimento. Deve vencer aquele que tem mérito para tanto. Ouvi os comentários sobre o resultado do trabalho e observei a tendência para aquele que se apresenta mais adequado ao nosso julgamento de beleza, qualidade e requinte. Mas antes de expressar minha decisão, gostaria de compartilhar o relato a mim apresentado por dois observadores que enviei para acompanharem secretamente o trabalho dos finalistas do concurso.

As pessoas se entreolharam surpresas com a novidade, e o governador continuou.

— Nosso competente cavalheiro realmente está apresentando o trabalho mais apurado. Pelas informações que tenho, trata-se de alguém vocacionado que recebeu dos pais a condição de estudar na corte ainda na infância. Lá aprendeu com os melhores mestres da pintura. Ao participar do concurso, usou as melhores tintas e a tela mais perfeita, vindas de reinos distantes. Recebeu de presente a rica moldura, que encanta e acentua a beleza de sua obra.

Observando o interesse dos convidados, dirigiu o olhar para a pintora e seguiu seu raciocínio:

— A pintura apresentada pela gentil dama tem algumas falhas ante o comparativo. Sua história no entanto chamou-me a atenção: trata-se de uma plebeia nascida na parte mais densa da floresta. Meus observadores relatam que ela aprendeu a desenhar e pintar olhando os cenários que a cercava. Suas tinturas são extraídas, por suas próprias mãos, a partir de flores, madeiras e frutos. Seus pinceis, são feitos de pelos de animais atados a varetas.
Dirigindo-se a mulher, tocou-a gentilmente e solicitou: — Por favor, senhora, mostre as mãos para nossos convidados.

Timidamente a mulher apresentou as mãos espalmadas para a plateia. Os dedos finos e longos não conseguiam tirar a atenção dos resíduos de tinta e das marcas de cortes em suas palmas. Algumas ainda recentes.
E o governador prosseguiu:

— O que vocês estão vendo é o resultado do trabalho sem as ferramentas adequadas. Meus observadores constataram que todo o entalhe foi feito com uma velha lâmina de adaga, sem o cabo. Antes de proferir a minha decisão, gostaria de acrescentar que a pintura desta senhora, foi feita nos intervalos do seu trabalho voluntário de ensino a crianças. Assim, por dever de justiça, premio e escolho, para enfeitar a parede da sala principal da nossa sede, a obra do cavalheiro por ser a pintura mais perfeita.

E fazendo uma pausa dramática concluiu:

— Quanto à gentil dama, a partir de hoje será nossa pintora oficial. Por que, a meritocracia para ser verdadeira não pode olhar tão somente o resultado, mas também valores eternos como esforço, superação e solidariedade.

Para bom entendedor meia palavra basta



O discurso de Robson depois de eleito foi bastante objetivo em relação ao seu entendimento sobre de quem seria o mérito de sua eleição. Ou seja, o cara não é bobo. Mesmo em meio o fervor do palco da campanha ele teve lucidez para perceber as movimentações dos bastidores.


Ao afirmar que foram as pessoas anônimas, desconhecidas, os verdadeiros responsáveis pela sua eleição, Robson automaticamente tira o crédito daqueles que passaram a maior parte do tempo brigando para saber quem seria o coordenador da sua campanha em Caicó, ao invés de gastar as energias para fazer, de fato, a campanha.



Assim, para bom entendedor meia palavra basta, é como se o novo governador tivesse dito que  não foi Franciele Lopes, nem leleu e nem outra pretensa liderança os principais responsáveis por sua eleição, e sim, as pessoas anônimas, desconhecidas, o povão mesmo.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Hulk usa instagram para repudiar ataque de jornalista ao nordeste

Hulk detonou as lamúrias xenófobas de Diogo Mainardi
 
"Morando tanto tempo fora do Brasil, o jornalista Diogo Mainardi não demonstra conhecimento pela importância do Nordeste ao País e principalmente respeito com a população nordestina. Já que ele fala também de cultura, será que ele sabe a importância destes homens para o Brasil: Graciliano Ramos, Rui Barbosa, Glauber Rocha, Jorge Amado, Suassuna, Renato Aragão, Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Wilker e Chico Anysio. Cito 10 importantes nomes nascidos no Nordeste em vários períodos que contribuíram para a evolução do Brasil. São escritores, poetas, pensadores, atores e compositores que ajudaram e são referências do Brasil no exterior. Infelizmente o Mainardi demonstra ignorância e arrogância quando crítica o Nordeste. Nossa população tem dificuldades e luta com humildade para melhorar sua condição de vida. As maiores dificuldades foram impostas pelos diversos Governos ao longo dos anos. Mainardi, respeite o Nordeste!"

Henrique Alves lidera campanha pra brecar participação popular na reforma política


Henrique Eduardo Alves, candidato ao governo do RN pelo PMDB (Foto: Canindé Soares/G1)


Agora os senhores representantes começam a mostrar quem verdadeiramente são. O Srº Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) lidera uma campanha na câmara federal contra o plebiscito a favor da reforma política. Fica a pergunta! Qual é a mudança que ele e a galerinha tucana queriam mesmo em?

Uma mudança de cara em beneficio das velhas elites que sempre concentrarão o poder econômico e político em suas mãos.

Posicionam-se veementemente contra o plebiscito para consultar se as pessoas são a favor ou contra a criação de uma constituinte exclusiva sobre a reforma política, que abriria espaço para setores da sociedade, escolhidas por seus pares, participarem na elabora de uma nova regra para a política brasileira.

Sobre essa mesma ótica anti-povo, os deputados votaram, em retalhamento a reeleição de Dilma, uma projeto de lei que anula o decreto presidencial instituído esse ano que criava a Política Nacional de Participação Social, que teve como propósito normatizar os mecanismos de participação social por parte da sociedade brasileira.

Fica outra pergunta: por que será que esses homens de preto tem tanto medo da opinião, acompanhamento e fiscalização do povo?

O Srº Henrique Alves, com tal conduta, visa brecar a participação popular na elaboração de uma legislação política decente, que atendesse os anseios do povo brasileiro.

Esse é o Srº que queria ser governador do RN e que agora mostra claramente que, no seu entendimento, povo não deve ter voz na hora de apontar os rumos da nação, pois, sempre esteve acostumado a ver o cidadão como ser passível de ser domado pelo cabresto.

Esse é Henrique Eduardo Alves, ainda há duvidas sobre a quem ele serve?

Vamos escrever uma educação pública de qualidade!


cartaz


Participe da elaboração ou adequação dos Planos dos 26 estados, do Distrito Federal e dos 5.570 municípios ao novo PNE. Não se trata apenas de uma exigência legal; sem planos subnacionais formulados com qualidade técnica e participação social que os legitimem, o PNE não terá êxito. Exija os Planos Estaduais e Municipais de Educação!

Passada a mobilização em torno do Plano Nacional de Educação, a luta agora fica por conta da elaboração democrática e aprovação dos planos subnacionais até 24/06/2015. O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE), divulgou um caderno de orientações para apoiar os diferentes entes federativos no desafio de alinhar os planos municipais e estaduais de educação ao PNE. O material destaca que "os Planos Estaduais de Educação (PEEs) precisam ser imediatamente produzidos, debatidos e aprovados em sintonia com o PNE. E os Planos Municipais (PMEs), da mesma maneira que devem ser coerentes com o PNE, também devem estar alinhados aos PEEs dos estados a que pertencem. Para o cidadão, o PNE e os planos de educação do estado e do município onde ele mora devem formar um conjunto coerente, integrado e articulado, para que seus direitos sejam garantidos e o Brasil tenha educação com qualidade e para todos".

O documento também lembra que o grande desafio é construir em todo o Brasil a unidade nacional em torno de cada uma das vinte metas, o que começa na busca de acordos em torno de algumas premissas importantes para o processo de pactuação.

"É no território do município que as metas nacionais se concretizam. A articulação efetiva de esforços para as ações colaborativas deve ser construída no espaço territorial do município, onde vive o cidadão a quem o direito à educação precisa ser garantido", reforça o secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, Heleno Araújo.

A elaboração do material de apoio, com orientação das ações a serem realizadas no planejamento da próxima década, contou com o apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), da União dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCE) e do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Participe desse processo de construção. Consulte o caderno de orientações aqui.

Para entender a vitória de Dilma Rousseff


Por Leonardo Boff

Nestas eleições presidenciais, os brasileiros e brasileiras se confrontaram com uma cena bíblica, testemunhada no salmo número um: tinha que escolher entre dois caminhos: um que representa o acerto e a felicidade possível e outro, o desacerto e infelicidade evitável.
Criaram-se todas as condições para uma tempestade perfeita com distorções e difamações, difundidas na grande imprensa e nas redes sociais, especialmente uma revista que ofendeu gravemente a ética jornalística, social e pesssoal publicando falsidades para prejudicar a candidata Dilma Rousseff. Atrás dela se albergam as elites mais atrasadas que se empenham antes em defender seus privilégios que universalizar os direitos pessoais e sociais.

Face a estas adversidades, a Presidenta Dilma ao ter passado pelas torturas nos porões dos órgãos de repressão da ditadura militar, fortaleceu sua identidade, cresceu em determinação e acumulou energias para enfrentar qualquer embate. Mostrou-se como é: uma mulher corajosa e valente. Ela transmite confiança, virtude fundamental para um político. Mostra inteireza e não tolera malfeitos. Isso gera no eleitor ou eleitora o sentimento de “sentir firmeza”.

Sua vitória se deve em grande parte à militância que saiu às ruas e organizou grandes manifestações. O povo mostrou que amadureceu na sua consciência política e soube, biblicamente, escolher o caminho que lhe parecia mais acertado votando em Dilma. Ela saiu vitoriosa com mais de 51% dos votos.

Ele já conhecia os dois caminhos. Um, ensaiado por oito anos, fez crescer economicamente o Brasil mas transferiu a maior parte dos benefícios aos já beneficiados à custa do arrocho salarial, do desemprego e da pobreza das grandes maiorias. Fazia políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres. O Brasil fez-se um sócio menor e subalterno ao grande projeto global, hegemonizado pelos países opulentos e militaristas. Esse não era o projeto de um país soberano, ciente de suas riquezas humanas, culturais, ecológicas e digno de um povo que se orgulha de sua mestiçagem e que se enriquece com todas as diferenças.

O povo percorreu também o outro caminho, o do acerto e da felicidade posssível. Neste ele teve centralidade. Um de seus filhos, sobrevivente da grande tribulação, Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu com políticas públicas, voltadas aos humilhados e ofendidos de nossa história, que uma Argentina inteira fosse incluída na sociedade moderna. Dilma Rousseff levou avante, aprofundou e expandiu estas políticas com medidas democratizantes como o Pronatec, o Pro-Uni, as cotas nas universidades para os estudantes vindos da escola pública e não dos colégios particulares; as cotas para aqueles cujos avós vieram dos porões da escravidão assim como todos os programas sociais do Bolsa Família, o Luz para Todos, a Minha Casa, minha Vida, o Mais Médicos entre outros.

A questão de fundo de nosso país está sendo equacionada: garantir a todos mas principalmente aos pobres o acesso aos bens da vida, superar a espantosa desigualdade e criar mediante a educação oportunidades aos pequenos para que possam crescer, se desenvolver e se humanizar como cidadãos ativos.

Esse projeto despertou o senso de soberania do Brasil, projetou-o no cenário mundial como uma posição independente, cobrando uma nova ordem mundial, na qual a humanidade se descobrisse como humanidade, habitando a mesma Casa Comum.

O desafio para a Presidenta Dilma não é só consolidar o que já deu certo e corrigir defeitos mas inaugurar um novo ciclo de exercício do poder que signifique um salto de qualidade em todas as esferas da vida social. Pouco se conseguirá se não houver uma reforma política que elimine de vez as bases da corrupção e que permita um avanço da democracia representativa com a incorporação da democracia participativa, com conselhos, audiências públicas, com a consulta aos movimentos sociais e outras instituições da sociedade civil. É urgente uma reforma tributária para que tenha mais equidade e ajude a suplantar a abissal desigualdade social. Fundamentalmente a educação e a saúde estarão no centro das preocupações desse novo ciclo. Um povo ignorante e doente não pode dar nunca um salto rumo a um patamar mais alto de vida. A questão do saneamente básico, da mobilidade urbana (85% de população vive nas cidades) com transporte minimamente digno, a segurança e o combate à criminalidade são imperativos impostos pela sociedade e que a Presidenta se obrigará a atender.

Ela nos debates apresentou um leque signficativo de transformações a que se propôs. Pela seridade e sentido de eficácia que sempre mostrou, podemos confiar que acontecerão.

Há questões que mal foram acenadas nos debates: a importância da reforma agrária moderna que fixa o camponês no campo com todas as vantagens que a ciência propiciou. Importa ainda demarcar e homologar as terras indígenas, muitas ameaçadas pelo avanço do agro-negócio.

Por último e talvez o maior dos desafios nos vem do campo da ecologia. Severas ameaças pairam sobre o futuro da vida e de nossa civilização, seja pela máquina de morte já criada que pode eliminar por várias vezes toda a vida e as consequências desastrosas do aquecimento global. Se chegar o aquecimento abrupto, como inteiras sociedades científicas alertam, a vida que conhecemos talvez não possa subsistir e grande parte da humanidade será letalmente afetada. O Brasil por sua riqueza ecológica é fundamental para o equiíbrio do planeta crucificado. Um novo governo Dilma não poderá obviar esta questão que é de vida ou morte para a nossa espécie humana.


Que o Espírito de sabedoria e de cuidado oriente as decisões difíceis que a Presidenta Dilma Rousseff deverá tomar.

Jornalistas internacionais criticam reportagem da revista Veja

A reportagem de capa da revista Veja na última sexta-feira (24) teve repercussão internacional e gerou indignação entre jornalistas pela falta de apuração e compromisso ético com a verdade. Alex Cuadros, que já trabalhou para a Bloomberg, publicou no Twitter uma mensagem criticando a publicação. “Acabei de ler a história da Veja alegando que Lula e Dilma sabiam do esquema da Petrobras. Não cita nenhuma evidência, e a testemunha em delação premiada não diz como sabe disso”, escreveu.

O também jornalista Jon Lee Anderson, da revista New Yorker, respondeu: “Isso é clássico da Veja, que publica calúnias e opiniões como se fossem fatos. Uma revista tóxica com uma linha editorial que passa bem longe do jornalismo”. Jon Lee é autor do livro “Che Guevara, uma biografia” e foi duramente criticado pela revista em 2007. À época, ele disse que o texto publicado pela Veja fingia ser imparcial, mas esquecia de critérios fundamentais de um “jornalismo honesto”, como mostrar pelo menos “um esforço de objetividade”, conforme escreveu na ocasião.

A reportagem a que eles se referem gerou polêmica por ter sido realizada com o objetivo claro de desestabilizar as eleições presidenciais a favor do candidato tucano Aécio Neves. A edição que sairia apenas no domingo foi adiantada para sexta-feira e sem qualquer comprovação das denúncias apresentadas.

O presidente do PT, Rui Falcão, lembrou que o partido entrou com representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Ministério Público Eleitoral (MPE) e no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a revista. “Nós não podemos tolerar que continue a ter tanta tentativa de interferência no processo eleitoral através de matérias caluniosas, mentirosas, totalmente sem fundamentos e sem fontes”, disse em entrevista na última semana.



Contra a histeria: os 7 mitos da eleição


MITO 1: FOI O NORDESTE QUE ELEGEU DILMA


É claro que o desempenho de Dilma no Nordeste foi crucial para a sua vitória – lá, ela teve 20 milhões de votos no segundo turno, o que correspondeu 72% do total de válidos. Mas a presidente reeleita obteve um apoio razoável em todas as cinco regiões. Seu menor porcentual de votos válidos foi no Sul, onde ela teve o apoio de 41% dos eleitores que escolheram um candidato.Na verdade, a impressão de que o Nordeste sozinho é o grande responsável pela reeleição de Dilma é fortalecida quando se vê o mapa eleitoral de cada Estado pintado por quem teve o maior porcentual de votos ali. Nesse mapa, metade do Brasil aparece pintado de azul, como se ela tivesse ido em direção totalmente oposta à outra metade, vermelha. O deputado estadual eleito Coronel Telhada (PSDB-SP) chegou a defender a independência do Sul e do Sudeste por causa disso. Mas, na verdade, dos dez Estados em que Dilma obteve menor votação, apenas três estão nessas regiões: SC, SP e PR. Todos os outros estão ou no Norte ou no Centro-Oeste. Visualmente, é possível ver como o apoio a Dilma se espalha pelo Brasil pelo gráfico de relevo ao lado – nenhuma das duas maiores “montanhas” que representam o número absoluto de votos está no Nordeste.


MITO 2: PALANQUE ESTADUAL INFLUENCIA ELEITORES


Pesquisas e resultados eleitorais voltaram a demonstrar que a maioria dos eleitores não faz conexão entre o voto para presidente e para governador. Apesar da prática tradicional dos presidenciáveis de buscar “palanques fortes” nos Estados – alianças com candidatos a governador -, não há evidências de que isso renda votos.Apoiado por praticamente toda a cúpula do PMDB do Rio de Janeiro, o tucano Aécio Neves buscou popularizar a chamada “chapa Aezão”, na esperança de que os eleitores de Luiz Fernando Pezão votassem também nele. Os mapas de votação de ambos, porém, mostram que não houve sintonia eleitoral.Pesquisa Ibope divulgada pouco antes do 2º turno mostrou que, dos eleitores de Pezão, seis em cada dez pretendiam votar em Dilma Rousseff. Marcelo Crivella, adversário do peemedebista, fez campanha explícita para Dilma – mas isso não impediu que cerca de 40% de seus eleitores manifestassem intenção de votar em Aécio.



MITO 3: PESQUISAS ERRAM RESULTADO DA URNA


Embora alguns insistam que as pesquisas de intenção de voto consistentemente erram o resultado das urnas, não é o que mostram os dados – tanto os das eleições de domingo quanto os e históricos. A vitória de Dilma Rousseff (PT) na disputa pela Presidência foi prevista pelo Ibope, que atribuía a ela 53% da preferência do eleitorado. Dilma recebeu 52% dos votos válidos, portanto dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos porcentuais.O Datafolha também atribuía favoritismo à petista, embora ela estivesse no limite do empate técnico com Aécio Neves (PSDB). Ambos os institutos descreveram, por meio dos números, a campanha do 2.º turno: Aécio começa à frente, carregado pelo embalo do 1o turno, em que teve votação superior ao esperado. Dilma se recupera na última semana, com uma insuficiente reação de Aécio na véspera do pleito. Para os institutos, os números exatos importam menos que o movimento descrito pelas curvas de intenção de voto de cada candidato. Sem elas, é impossível analisar qualquer campanha.Desde 2002, a diferença média da sondagem de véspera do dia da eleição de Ibope e Datafolha para o resultado do 2.º turno é de um ponto porcentual – portanto dentro da margem de erro. Assim, os institutos acertaram os resultados das eleições em todos os anos, mesmo em 2014, na disputa mais acirrada da história.



MITO 4: VOTOS NULOS SÃO SINAL DE PROTESTO


Após os protestos que tomaram as ruas das principais cidades do País em junho de 2013, analistas e cientistas políticos previram aumento significativo de votos nulos na eleição deste ano. Isso não ocorreu: foram 4,4% de nulos em 2010 e 4,6% em 2014 – a comparação leva em conta os dois segundos turnos da disputa presidencial.É claro que muitos indivíduos podem anular o voto como forma de protesto. Mas as estatísticas indicam que parcela significativa dos nulos se deve a erros no momento do voto. Uma evidência disso é a diminuição dos votos anulados entre o 1.º e o 2.º turno das eleições – entre uma e outra etapa, o número de cargos em disputa cai de cinco para apenas um ou dois, o que reduz a complexidade do manejo da urna eletrônica.Outro indício é o fato de que a taxa de nulos para deputado estadual – o primeiro cargo na ordem de votação – é sempre mais baixa, já que são contadas como voto na legenda as tentativas equivocadas de digitar os números de presidenciáveis.



MITO 5: FAMÍLIA CAMPOS TRANSFERE VOTOS


O tucano Aécio Neves lançou sua campanha no 2.º turno em Pernambuco, onde recebeu o apoio da viúva e dos filhos de Eduardo Campos, candidato a presidente pelo PSB até agosto, quando morreu em um acidente aéreo. Os líderes do PSDB esperavam que a família Campos e a máquina do PSB no Estado proporcionassem uma vitória a Aécio no Nordeste, assim como já havia ocorrido com Marina Silva, primeira colocada em Pernambuco no 1.º turno.A estratégia não deu resultados. Aécio teve entre os pernambucanos apenas 29,8% dos votos, resultado próximo da média que obteve em todo o Nordeste: 28,3%. O tucano ganhou em apenas uma cidade pernambucana: a pequena Taquaritinga do Norte, onde obteve 7.340 votos, 432 a mais do que a presidente Dilma Rousseff (PT). Em Recife, onde Marina havia obtido 63% dos votos no 1.º turno, Dilma venceu na segunda rodada da disputa por 60% a 40%.



MITO 6: MINAS GERAIS ELEGE PRESIDENTE


Mesmo se ganhasse seu Estado natal, Aécio Neves (PSDB) ainda teria dificuldade em se eleger. Dilma Rousseff (PT) teve 52,4% no Estado, e o tucano teve 47,6%. Se ele tivesse invertido esse resultado e ganhado os 550.601 votos que ela ganhou a mais em Minas, ainda faltariam 2,3 milhões de eleitores no resto do Brasil. Na votação total de Aécio, Minas representa 11%, menos que a soma de Santa Catarina e Bahia. Só uma vitória distante em Minas, de 63% a 37%, daria a Aécio os votos necessários para ganhar de Dilma. Com esse resultado – quase igual ao do Estado de São Paulo (64% a 36%) –, ele teria 52.771.137 de votos em todo o Brasil, um a mais que Dilma. Mas uma vantagem tucana como essa não acontece em eleições presidenciais em Minas desde que Fernando Henrique Cardoso ganhou em 1994, no primeiro turno. Naquele ano, derrotou Lula no Estado por 65% a 22%. Nem em sua segunda vitória de primeiro turno, em 1998, Fernando Henrique repetiu o resultado: foi 56% a 28%.



MITO 7: ABSTENÇÃO É ALTA E DEMONSTRA APATIA



Ao fim de todas as eleições, analistas correm para declarar que cerca de um quinto da população decidiu não votar. O número se baseia na abstenção divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou seja, os eleitores que não foram às seções eleitorais. Historicamente, a abstenção gira em torno de 20% e o número não varia muito de eleição para eleição.Essa análise é falha porque atribui às abstenções um peso político maior que o que de fato têm. Isso porque o suposto não comparecimento às urnas tem mais a ver com uma falha no cadastro eleitoral do TSE que com a falta de engajamento político. A abstenção foi menor em 2014 precisamente nos municípios que passaram recentemente pelo recadastramento biométrico — em que os eleitores registram na Justiça Eleitoral suas impressões digitais. O recadastramento remove da lista do tribunal eleitores que já morreram, e que, naturalmente, não podem aparecer para votar.