Em assembléia realizada nesse dia 23 de agosto de 2012 os professores da rede pública de ensino de Caicó decretaram, por unanimidade, greve da educação. A categoria está reivindicando o reajuste salarial estabelecido anualmente pelo MEC, de acordo com a Lei do Piso Nacional do Magistério.
Para esse ano de 2012 o MEC estabeleceu um reajuste de 22, 22% proporcional a carga horária de cada rede de ensino, fato esse que, até o presente momento, vem sendo descumprido pelo prefeito dessa cidade.
A assembléia foi aberta com um ato místico, no qual foram apresentados cartazes, gestos, canto em coro com o intuito de externar o sentimento de “luto” dos professores em relação ao atual quadro da educação municipal.
Pode-se perceber, através dos discursos, o quanto a categoria está inflamada com o desrespeito da atual gestão dessa cidade no que se refere à valorização do nosso magistério. Com fins ilustrativos reproduzimos, abaixo, alguns trechos desses discursos que demonstram o grau de descontentamento dos professores:
“Até hoje nós não fomos convocados para nenhuma conversa, apesar de ter sido aprovado o indicativo de greve na semana passada. Estamos aqui para discutir o que vamos fazer [...] e a direção diz que o único caminho é a greve, greve com responsabilidade, com luta, com sangue nas veias” (Joseane, presidenta do SINDSERV).
“O IDEB é precário por causa da falta de estrutura: falta biblioteca, espaços, em salas de aulas que chegam a ter 40 alunos. Quem ainda não aderiu à greve é porque o salário deve está muito bom e a sala de aula também. Eu nunca vi tanta união como agora” (Professor Onofre).
“Ou ficamos omissos e cúmplice da nossa própria desvalorização profissional, ou assumimos a responsabilidade pela mudança, a começar pela luta pelo cumprimento dos nossos próprios direitos” (Thiago, diretor de escola).
“É hora de ousar e seguir firme mão a mão. Longa vida e soberania aos homens e mulheres de boa vontade. Viva a greve” (Professor Ronaldo Carlos).
“Gritamos no passado: diretas Já! Gritemos agora: greve já! O país não é e não pode ser o país da ilegalidade” (Professora Janaina Nóbrega).
“O momento exigi radicalização pra ver se esse prefeito se sensibiliza” (Professora Jane Mariz).
“Encheram as escolas com contratos e IEl, mas se os colocarem para assumir a sala de aula durante a greve eu serei a primeira a denunciar” (Professora Daniele).
“A sala em que trabalho é multiuso: depósito de material de limpeza, instrumentos da banda marcial e biblioteca” (Professora Ana Maria).
“Ele (Bibi) vai ter que pagar por que é lei, ele (Bibi) vai ter que pagar. Com a educação de Caicó não vão brincar. O piso tem que ser pago e reajustado de Janeiro a janeiro” (Joaquina, presidente do conselho do FUNDEB).
Após todos terem votado a favor da greve, Joseane puxou a palavra de ordem e todos gritaram em Coro:
Resistir! Resistir! Resistir...
Portanto, diante de tudo o que tem acontecido, os professores resolvem dar um basta a falta de compromisso da atual gestão desse município com a nossa categoria. Os professores de Caicó entrarão, a partir da próxima quarta feira, em greve por tempo indeterminado, pela valorização do magistério, por uma escola a altura da dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras de Caicó.
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