quarta-feira, 30 de maio de 2018

Greve de trabalhadores precisa levantar a defesa da democracia e de um Brasil para os brasileiros que trabalham



Por Professor Thiago Costa.


Não há dúvida alguma em relação ao mérito, a justeza, da greve dos caminhoneiros. É obvio que é uma afronta a esses trabalhadores, a precarização de suas condições de trabalho e de vida, com as constantes altas no preço do diesel, somada aos pedágios e a carga tributária que onera os seus encargos e o custo de vida desses brasileiros.

No entanto, o que não há como apóia, dentro de um movimento de trabalhadores, é a defesa de intervenção militar. Como eu estou nas rodovias, exercendo o meu direito de reivindicar, de protestar contra a atual política de reajuste de preço dos combustíveis, e ao mesmo tempo defendo a volta de um regime que repreenda esse direito, que me impeça de reagir quando o governo assaltar o meu bolso?

Não podemos esquecer, jamais, das torturas, dos desaparecidos, das mortes, da crueldade de um regime que punia qualquer sujeito que ousasse abrir a boca ou tentar usar de sua cidadania, uma vez que cidadania era crime. Precisamos, sim, levantar a defesa do re-estabelecimento do estado de direito e fortalecimento da democracia brasileira.

É preciso termos em mente que essa atual política de reajuste de Temer e de seu pupilo, Pedro Parentes, que está no comando da NOSSA PETROBRÁS, que por hora se encontra usurpada pelos golpistas, não afeta apenas os caminhoneiros, mas, toda a população brasileira tem sendo igualmente atingida na mesma proporção.

Não é fácil para um trabalhador, que precisa todos os dias se locomover para seus locais de trabalho, pagar cerca de R$ 4,40 à R$ 5,00 de gasolina. Não está sendo fácil, para as famílias brasileiras, voltarem a cozinhar com lenha ou carvão por não conseguir pagar R$ 80,00 de gás de cozinha.

O que estamos vivendo, com a alta de combustíveis, é fruto do entreguismo de um governo tirano e golpista, que tem desde o seu início leiloado a preço de banana a nossa Petrobrás, entregando-a as multinacionais como a Esso, a Chevron, a Shell, além de abrir mão da nossa capacidade de refino e de produção de derivados d e petróleo.

Vejam que absurdo, no Brasil Colônia, a mais de 400 anos atrás, Portugal vendia o açúcar grosseiro do Brasil para a Holanda, que refinava e revendia esse açúcar mais caro para outros países europeus, inclusive para Portugal e suas colônias, entre elas, o Brasil. E o que o governo golpista está fazendo hoje? Exportando a nossa matéria prima e importando-a de volta em forma de combustível. Voltamos 400 anos no tempo!

O que é preciso construir, desde ontem, é uma grande agenda de lutas nacional, com todos os trabalhadores e trabalhadoras, da indústria, do comercio, dos serviços públicos, do campo e da cidade, unidas em torno de bandeiras amplas: como redução do preço de todos os combustíveis (diesel, gasolina, álcool, gás), redução do preço do gás de cozinha, defesa do piso nacional do magistério, da educação pública, contra a reforma da previdência, contra a terceirização ampla (já aprovada no congresso), em defesa do SUS, em defesa de uma reforma tributária justa (fonte de equidade e desenvolvimento social)) e, principalmente, em defesa da DEMOCRACIA!

Portanto, já passou da hora dos brasileiros construírem um grande projeto nacional, que atenda aos anseios de todos aqueles e aquelas que são os verdadeiros produtores das riquezas do nosso país, na qual o desenvolvimento econômico esteja atrelado ao desenvolvimento social.

Menos repressão, mais direito, mais democracia! Essas devem ser a bandeiras de luta da nossa classe trabalhadora.  


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