Não me surpreende a ação da
Policia Militar nos movimentos estudantis de São Paulo, Natal ou em qualquer
outra luta popular que vier acontecer no Brasil, pois não podemos esquecer que
vivemos em um estado burguês. O pior é que não podemos mascarar o fato de que é
povo que, de quatro em quatro ano, renova o contrato com este tipo de estado.
A burguesia compra do povo
as eleições, elegem os representantes de seus interesses, que organizam o
executivo, o legislativo e o judiciário aos seus moldes. A polícia, como órgão mantenedor
da ordem necessária ao poder constituído, cabe agir em pró dos interesses das
elites que se encontram no comando da nação.
No caso de São Paulo,
governado pelo Tucano Geraldo Alckmin (PSDB), e do Rio Grande do Norte,
governado pela “democrata” Rosalba Ciarline (DEM), legítimos representantes de
interesses neoliberais, privados e conservadores, nada mais natural que, numa débil
democracia como a que vivemos, aconteça o que está acontecendo, pois só teremos
uma policia do povo no dia em que os trabalhadores, verdadeiros responsáveis
pela riqueza brasileira, tomarem as rédeas desse país.
É por pensar assim que vejo
algo de muito positivo em tudo o que está acontecendo: O povo indo as ruas
novamente.
As várias greves ocorridas
em 2012, as manifestações dos trabalhadores do campo e da cidade, a revolta do buzão
que se expande por todo país demonstram que o povo está clamando por reformas
mais ousadas, que garantam o progresso econômico do país de forma sustentável,
mas, sem esquecer de repassar, de modo satisfatório, os merecidos bônus dos
trabalhadores.
Portanto, essa crise é um
campo fértil para mudança, pois mostra que as pessoas estão querendo um rumo. No
entanto, é preciso que não deixemos o bonde da história mergulhar no horizonte.
É hora das forças progressistas também abdicarem um pouco de seus
individualismos, projetos pessoais, buscando coesão em torno de projetos maiores.
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