sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mensagens para Orkut

Sai o pagamento do restante dos professores de Caicó.



O presente de grego foi melhorado e entregue por Papai Noel.
Rsrsrsrrs.

Ainda bem que o espírito natalino abrandou e sensibilizou o coração do pessoal da equipe da prefeitura fazendo-os pagar os professores a tempo.

Parabéns! Foi uma atitude sábia.

Agora a nossa festa de fim de ano está garantida e entraremos o ano com o pé direito.

Desejamos um feliz ano novo a todos os leitores desse blog, em especial aos meus colegas servidores da rede municipal de educação de  Caicó.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

AINDA DAR TEMPO PARA MELHORAR O PRESENTE DE GREGO



Os servidores da rede municipal de educação de Caicó tiveram uma surpresa nada agradável nessa quarta feira. Aqueles que se dirigiram aos caixas eletrônico do Banco Bradesco na esperança de sacar aquele dinheirinho para o ano novo se depararam com a conta vazia.

Procurei informação na prefeitura e me disseram que houve um erro técnico na folha de pagamento e que, por isso, o pagamento foi efetuado e que provavelmente só será feito na próxima semana.

Depois daquele “errinho” no pagamento do décimo será que teremos que amarga uma entrada de ano pulando Saci-Pererê com o pé esquerdo?

Tudo bem! Até concordo que errar é humano, mas, ter sensibilidade também é.

Espero que o pessoa da equipe de finanças e da prefeitura sejam sensíveis as centenas de pais e mães que passam o ano servindo ao público caicoense e que corre o risco de não poder usufruir de um momento de lazer com sua família e seus amigos.

Com boa vontade, sensibilidade e até com umas horinhas extras dar para fazer essas famílias felizes nesse fim de ano.

sábado, 17 de setembro de 2011

Vai Cair...

Quem espera (ou esperava) que um milagre pudesse cair do céu no final da semana que vem, pode esquecer. E nem é porque seu santo protetor vai sair de férias, ou porque o céu entrará em greve, não mesmo. Já está decidido. O que cairá do céu entre sexta e sábado é um satélite.

Isso mesmo. Um satélite! Lixo espacial. Quer dizer, lixo hoje, porque quando foi lançado em 1991 pelo ônibus espacial Discovery, o satélite meteorológico UARS era uma jóia. Uma belezinha saindo do forno. Mas, no final de semana que vem, o UARS vai entrar em um forno.

A NASA divulgou ontem que o satélite desativado irá realmente cair. O problema é que ninguém sabe, exatamente, onde ele poderá cair. O que se sabe é a área do planeta onde ele pode atingir a superfície do planeta. Essa área está destaca da no mapa abaixo:



A expectativa é que, ao reentrar na atmosfera, boa parte do satélite UARS se desintegre devido ao atrito com o ar. O grande problema é que poderão ainda resistir a essa desintegração pedaços do satélite de até 150 kg. E um bólido de 150 kg caindo céu abaixo provoca um estrago e tanto.

O Brasil está na área possível da queda do satélite – o que é absolutamente normal, pois o Brasil, desde que foi eleito sede da Copa do Mundo de 2014 está em absoluta evidência nos eventos mundiais, e nesse caso, não seria diferente.

Bem, para nós brasileiros, fica uma estatística favorável. Já aconteceram quedas de objetos do espaço, como o SkyLab em 1979 e a antiga estação espacial russa Mir em 2001. Nesses eventos não foram registrados nenhuma vítima.

Até a própria NASA fez o favor de calcular a probabilidade de alguém na Terra ser atingido por um pedaço de lixo espacial: 1/3200 (uma chance em três mil e duzentas).

Vamos admitir: estatisticamente falando, a probabilidade é realmente baixa, Contudo, porém, todavia, entretanto, se você estiver caminhando ao ar livre entre a sexta-feira e o sábado que vem (23 e 24 de setembro), lembre-se de uma coisa: se alguém olhar para o céu e vir algo caindo, não pergunte se é um pássaro, um avião, ou se é o super homem.

P.S. Embora eu confie em estatísticas, já marquei uma viagem para o norte do Canadá, para ver a aurora polar, essas coisas. Estar no norte canadense no final de semana próximo, me garantirá escrever a postagem sobre a queda do satélite... Fui!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Gente Já Sabia...


Que a educação pública brasileira é, está, e pelo jeito, vai permanecer em um estado lamentável, a gente já sabe. E que não há vontade alguma por parte dos políticos em melhorar tal situação, isso a gente também já sabe. O problema é que nem (tentando) melhorar, a educação brasileira melhora.

Foi divulgado o resultado do ENEM – Exame Nnacional do Ensino Médio – realizado esse ano. E esse resultado apenas comprovou o que já sabíamos: falta muito, mais muito mesmo, para que o Brasil tenha uma educação digna.

Esse ano o governo dividiu o resultado das escolas pela porcentagem de participação de cada uma delas. No grupo das escolas nas quais a participação dos alunos foi de 75%, das primeiras 100 escolas, apenas 13 são escolas públicas. E exceção feita as 3 escolas militares, todas as outras 84 são privadas.

É aquele resultado que deixa qualquer cidadão medianamente instruído preocupado com duas coisas: com o atual nível de ensino dos nossos jovens e, em segundo lugar, com o futuro do país.

Levando-se em consideração que a falta de investimento em estrutura, pessoal e em um plano salarial decente para os profissionais da educação resultam em um nível de ensino público medíocre como esse indicado pelo ENEM, devemos inferir que o futuro do país estará entregue ao acaso, ou ao Cristo Redentor ou aos deuses astronautas.

E, logo agora, quando o Brasil descobriu que a partir de agora, será necessário a formação de profissionais em setores extremamente importantes para a nação nos próximos anos, como o setor petrolífero e da construção civil.

Ficamos a nos perguntar: será que a educação nacional, no estado em que está, será capaz de prover os futuros profissionais necessários para esses setores? Fica evidente que não. As grande parte das escolas públicas, hoje, não são capazes de instruir alunos capazes de se aprovarem nos vestibulares.

Não é culpa das escolas, nem dos profissionais ali locados, e muito menos, do governo atual ou do seu antecessor imediato. O problema é que no Brasil, nunca, eu disse, nunca a educação foi levada a sério. Por ninguém! E o pior é que mesmo se investimentos sérios forem iniciados agora, os resultados só serão vistos daqui a 20, 30 anos.

A perspectiva de esperar tanto tempo acaba assustando muita gente. Entretanto, é melhor torcer que daqui a 20 ou 30 anos, eu possa escrever outro texto dizendo que a educação está em um nível melhor do que imaginar que a solução será alcançada depois de algum tipo de maquiagem fajuta, cujas quais, os governos, ao longo do tempo, se tornaram especialistas.

domingo, 11 de setembro de 2011

Concurso para professor estadual do RN oferecerá 3,5 mil vagas e edital pode sair em outubro



O próximo concurso público para professores da rede estadual de ensino disponibilizará 3,5 mil vagas a serem distribuídas em todo o Rio Grande do Norte (RN). As vagas foram contabilizadas a partir de um levantamento realizado pelas Diretorias Regionais de Educação, Cultura e Esportes (Direds) do Estado.De acordo com o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte-RN) e membro da comissão responsável pelo certame, professor Rômulo Arnauld, o levantamento foi feito há dois meses e esse número já pode não mais corresponder a necessidade das escolas estaduais."Em tese, essas vagas são suficientes, mas se formos olhar os diários oficiais dos últimos dois meses veremos que muitos professores foram aposentados. Essa demanda hoje é maior que a quantidade mínima de vagas que o concurso disponibilizará", explica o sindicalista.

As vagas do concurso da rede estadual serão distribuídas por polos de ensino, e não por cidades, com ocorria anteriormente. Serão cinco polos, correspondentes a todas as Direds do Estado.  "Em concursos anteriores, o candidato aprovado não poderia sair da cidade na qual foi aprovado, antes de concluir seu estágio probatório. Agora os professores poderão se deslocar para os municípios que fazem parte do polo ao qual está vinculado é uma forma de facilitar essa possível transferência", destaca Rômulo Arnauld.A empresa que executará o processo seletivo já foi contratada e, segundo o diretor regional do Sinte-RN, a previsão é que o edital do concurso seja lançado entre o final deste mês e o início de outubro. "Agora estão sendo resolvidas as questões burocráticas e acreditamos que até o fim do ano as provas sejam aplicadas e os professores aprovados estejam em sala de aula já no início do ano letivo de 2012, que devido a greve será iniciado somente em março", conclui Rômulo Arnauld. 

FONTE: V&C Artigos e Notícias
http://vcartigosenoticias.blogspot.com/2011/09/concurso-para-professor-estadual-do-rn.html

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CANTIGA ALADINENSE (OU O MESTRE ENCANTADO)

Atendendo a um pedido que aproxima,
Pra falar nesta data especial,
Hoje eu falo cantando contra o mal,
Que corroe, arrebenta a auto-estima.
Com a viola decanto prosa e rima,
Celebrando um dia diferente,
Minha arma é o verso contundente,
Que ilumina e desfaz o nó atado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

Precisei voar alto, qual condor,
Que liberto nos Andes corta o céu,
Tive que encarnar um menestrel,
Pra botar na minh’alma tanto amor.
Arranquei pranto, mágoa, até a dor,
Pra viver uma jornada incandescente,
E poder partilhar com minha gente,
Os preceitos de Deus contra o pecado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

No “Aladim”, que é a casa da razão,
Já se fala o idioma aladinense,
Construindo até peça forense,
Pra defesa de nossa posição.
Enfrentar com grandeza a humilhação,
Desfazendo o destino de indigente,
E trazer todo aluno consciente,
Para abraçar o professor marcado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

Aqui vejo o pão que é fraternura,
O cuscuz, queijo, suco de acerola,
Iogurte, feijão, café da hora,
Macarronada, salada, rapadura.
A tristeza vai embora, a tontura,
Com o riso que brota insistente,
Professor é sofrido, mas valente,
Mesmo diante da lei do pão negado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

Se o saber não for visto com desdém,
E o irmão lá de fora entender,
Que governo não existe pra bater,
Humilhar e nem constranger ninguém.
A ordem dura e indecente jamais vem,
Maltratando quem está no batente,
Pra punir quem trabalha, honestamente,
O projeto do aluno preparado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

Como é triste um governo desgovernante,
Que usa a força pra poder convencer,
Não escuta o justo parecer,
De mercador, faz ouvido ao ensinante.
Não se trata do Inferno de Dante,
Mas da infâmia do pão que é proibido
Vai pro lixo o que não foi repartido.
Custa ver o professor desprezado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

Liberdade, ainda que tardia,
Este o lema do grupo inconfidente,
Que em Minas fizera o diferente,
Enfrentando o descaso, a covardia,
Faz Palmares, Canudos, hoje em dia,
Aquecer todos nós, as nossas almas,
Com Severinos, Antônios, bater palmas
Construindo um marco inusitado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.

Vou fazer uma oração ao Pai Eterno,
Suplicar força, garra e vigor,
Dissipar todo medo, o temor,
Tão presentes no mundo moderno.
Que a oração não ressoe só no externo,
Mas penetre o coração da gente,
E renove, como antigamente,
O poder de um povo organizado,
Quem me dera ver meu país mudado,
E o mestre vivendo plenamente.




RONALDO CARLOS DANTAS DE SOUZA
Prof. de Filosofia
Escola Estadual Antônio Aladim
Caicó-RN

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Possibilidades e limites de ações dos conselhos escolares

A comunidade escolar e principalmente a família não pode esquecer que são delas, também, a responsabilidade da educação das suas crianças e adolescentes. Será através dessa interação entre escola, família e comunidade escolar – mundos pelos quais os educandos transitam – que poderemos desvelar um pouco das subjetividades de cada aluno, suas dificuldades de aprendizagem, seus problemas emocionais, suas limitações motoras e/ou psicológicas.

Desse modo, essa co-responsabilidade entre escola e comunidade será de estimado valor para  buscarmos encontrar respostas para o seguinte questionamento: de que maneira eu (professor,diretor, supervisor, pai, mãe) estou contribuindo para um ensino significativo e uma educação de qualidade? Nesse sentido, acreditamos que um dos lugares mas profícuos para esse debate será através da participação nos conselhos escolares (CEs).

Como dissemos em artigo anterior postado nesse espaço o conselho escolar (CE) é um órgão representativo, formado por representantes da direção da escola, supervisores, funcionários pais, alunos e cujo as regras para admissão de conselheiros e para funcionamento interno são fixado pelas unidades escolares variando, também, de acordo com a legislação de estados, municípios e distrito federal.

Mas o que é ser um conselheiro escolar? Entendemos que tal função deve implicar em tomar partido pela efetivação de um ensino que atenda as demandas não só do mundo atual mas também do nosso espírito. Ou seja, quando falo de espírito me refiro aos nossos valores, ao modo como percebemos o mundo, o que esperamos e desejamos para os nossos alunos, filhos, netos e até mesmo para humanidade. Assim, creio que o interesse pelas questões que rodeiam a educação dos alunos (meio ambiente, ética, sexualidade, saúde), a conscientização do que deve ser feito para que tenhamos adultos instruídos e com espírito de cidadania devem ser atributos de um conselheiro escolar.

O CE possui poderes de assessoramento, fiscalização e deliberação. Sendo formado por membros dos diversos atores que atuam na educação escolar, o CE tem a possibilidade de decidir em pró de interesses coletivos, participando da elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola, acompanhar o desenvolvimento das políticas educacionais e fiscalizar a aplicação dos recursos a eles destinados, participar e atuar nas deliberações das decisões importante referente a escola.

Relembrando que a forma de atuação nos CEs variam de acordo com a unidade de ensino e a unidade federativa a qual está vinculada citaremos, a fins de ilustrações, a Lei nº 290 de fevereiro de 2005 que no seu artigo 13 dispõe sobre as competência dos conselhos escolares.

Art. 13. Compete ao Conselho de Escola:
I - opinar acerca da proposta pedagógica da escola e fiscalizar seu cumprimento;
II - sugerir modificações no Regimento Escolar e fiscalizar seu cumprimento;
III - aprovar seu Regimento Interno;
IV - convocar a Assembléia-Geral, quando julgar necessário.


Percebemos que no plano das possibilidades estipuladas pelas leis os conselheiros possuem direitos que lhes dão condições reais de ação, mas, porém isso não implica que na prática essas ações sejam exercidas.

Existem conjunturas políticas, culturais e sociais que dificultam o pleno funcionamento dos CE. Sabemos que é cada vês mais comum, na correria dos tempos modernos, pai e mãe passarem o dia no trabalho enquanto as crianças e adolescentes ficam sobre a responsabilidade da escola, filhos mais velhos, avós, babás.  Resta pouco tempo para momentos de lazer, afetividade e conversas com os filhos. É fato, também, que nem sempre o pouco tempo que os pais dispões com os seus filhos se traduzam em qualidade e que a responsabilidade de educar é cada vez mais transferida para terceiros.

Desse modo, nas conversas entre educadores e pais tem surgido um acirrado debate sobre de quem é a responsabilidade de educar no mundo atual. Em outras épocas essa questão já esteve bem definida: os pais ensinavam valores, regras de convívio social, bons costumes, enquanto, a escola, cabia a tarefa de ensinar os conhecimentos historicamente produzido e acumulado pela humanidade. Assim, aumenta a cobrança e transfere-se progressivamente a escola a função de educar. Nesse sentido, temos ouvido freqüentemente pais ou responsáveis pelos alunos se queixarem de falta de tempo para acompanhar a educação dos mesmos, afirmando que não tem o que fazer com relação a indisciplina dos filhos, se negando ao dialogo e sem disposição de contribuir para melhoramento da escola através, por exemplo,  do ingresso no conselho escolar.

Há também fatores de ordem político-cultural que atravancam o funcionamento dos CEs. O autoritarismo, os hábitos centralizadores, ainda são bastante presente nas práticas dos gestores escolares. Observa-se, nesse aspecto, que as equipes diretivas consideram intrusas as participações de país, alunos, professores, funcionários no que tange aquilo que as mesmas percebem como sendo da alçada exclusiva da gestão.

Mas há determinações jurídicas, oriundas de políticas de governos, para que os conselhos escolares passem a existir e funcionar. Então como preservar o monopólio das decisões com a existência desse órgão? Na maioria dos casos os gestores escolares adeptos do autoritarismo ( que não são todos) não tem encontrado dificuldades para isso, pois os conselhos são criados sorrateiramente.

Há casos em que não há nem se quer eleições, inclusive, por falta de candidatos. A falta de candidatos justifica-se tanto pelo próprio desinteresse, como pelo desconhecimento da existência dos CEs , por faltar iniciativas esclarecedoras e incentivadoras por parte da escola. Essa conjuntura tem feito dos CEs um órgão meramente consultivo, onde as ações, proposta e finanças dos gestores são apresentadas a pessoas cujo a função é dizer sim. 

Não há duvida que os mecanismos de atuação que tem sido aberto com a constante introdução dos conceitos da gestão democrática dar aos cidadãos possibilidades reais para que possam opinar, fiscalizar e fazer valer os interesses e necessidades do grupo ao qual pertence.

No entanto, partindo das considerações apresentadas aqui, percebemos que ainda precisamos romper com alguns elementos que dificultam a participação dos cidadãos na definição dos rumos da educação escolar de seus filhos. Portanto, para que os conselhos escolares possam se tornar plenamente realidade é preciso que provoquemos uma mudança  na cultura do autoritarismo, da concentração de poder, da falta de consciência política, do desinteresse de muitos cidadãos no que se refere a educação de suas crianças e adolescente. Somente assim poderemos avançar no desenvolvimento da democracia representativa e ampliação de seu caráter participativo.


SITES CONSULTADOS



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ratos e insetos podem: professores não!



Nuvens negras de um Estado mórbido degeneram aviltantemente a figura mais nobre do processo educacional: o professor.

Este elemento poderá ser julgado, preso e condenado se insistir em compartilhar da merenda distribuída nas escolas pelas entidades responsáveis.Verdade, medida judicial não se discute, se cumpre. O governo agradece concomitantemente. O problema é do professor, ele que se vire. Não há o que reclamar.

O governo ostenta sua gestão, esclarecendo que está atendendo aos Princípios da Legalidade e da Eficiência do Serviço Público. Grande eloquência e exemplo de moralidade. Contudo, não sei se merece nossos aplausos.

Crianças que não chegam às escolas por falta de transporte escolar, estruturas físicas em ruinas, desabando sobre as cabeças de alunos, funcionários e professores, por falta de manutenção. Educadores estressados e desmotivados, salários aviltantes, desvios de recursos públicos por vias corruptivas, um caos que se generaliza, um torpedo que explode nas estruturas de uma educação decadente.

Exemplo de moralidade e eficiência dessa ideologia dogmática executada por legítimos representantes da classe trabalhadora.

Lotes de remédios vencidos ou não, encontrados nos lixões, toneladas de alimentos estragados, crianças passando fome, pessoas morrendo por falta destes mesmos medicamentos e a sociedade estarrecida e impotente diante deste descalabro administrativo governamental.

Além da queda, o coice. Professores impedidos de alimentar-se da merenda escolar. Cedo, às pressas, se levantam, café da manhã nem pensar, o tempo não espera, duas ou três escolas, varias conduções para ao destino chegar. Hora marcada, compromisso formalizado. Uma verdadeira proeza na execução de suas atividades pedagógicas em circunstâncias tão adversas.

Atitude impensada, inadmissível e irresponsável, negar ou impedir que o educador usufrua da alimentação escolar. Negar este benefício é imprimir um atestado de incompetência, desqualificar a valorização deste profissional é jogar a educação na lata do lixo.

O Estado e o Ministério Público têm coisas mais importantes para se preocuparem. Ofertar um pão ao professor que tanto colabora didática e pedagogicamente para o desenvolvimento cultural e intelectual da nação não pode ser considerado algo errado. Errado mesmo é esta atitude medíocre e mesquinha, incompreensível para homens e mulheres de bom senso.

Nos palácios e ministérios da vida todos se alimentam. Hora marcada, café pomposo, merenda excepcional, quem paga a conta? Sim, a lei 11.947 de 2009 foi feita por eles, não para eles, mas para nós. Sim, estes mesmos senhores que por nós passaram, que aqui estudaram, que os formamos para vida e aos quais, modéstia à parte, contribuímos para que se tornassem excelentes profissionais. É desta forma que eles nos agradecem. Sim, este é o reconhecimento.

Caros colegas professores. “Se vocês tremem de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros” (Che Guevara).

Senhores representantes, governantes e magistrados, nós que aqui estamos, por vós esperamos.

“O maior prazer de um homem inteligente, é bancar o idiota diante de um idiota, que banca o inteligente” (Confúcio).



Severino Ramos de Araújo
Graduado em História pela UFRN
Prof° do Centro de Educ. de Jovens e Adultos Prof° Lia Campos
Natal- RN, 28 de agosto de 2011