terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Gente Já Sabia...


Que a educação pública brasileira é, está, e pelo jeito, vai permanecer em um estado lamentável, a gente já sabe. E que não há vontade alguma por parte dos políticos em melhorar tal situação, isso a gente também já sabe. O problema é que nem (tentando) melhorar, a educação brasileira melhora.

Foi divulgado o resultado do ENEM – Exame Nnacional do Ensino Médio – realizado esse ano. E esse resultado apenas comprovou o que já sabíamos: falta muito, mais muito mesmo, para que o Brasil tenha uma educação digna.

Esse ano o governo dividiu o resultado das escolas pela porcentagem de participação de cada uma delas. No grupo das escolas nas quais a participação dos alunos foi de 75%, das primeiras 100 escolas, apenas 13 são escolas públicas. E exceção feita as 3 escolas militares, todas as outras 84 são privadas.

É aquele resultado que deixa qualquer cidadão medianamente instruído preocupado com duas coisas: com o atual nível de ensino dos nossos jovens e, em segundo lugar, com o futuro do país.

Levando-se em consideração que a falta de investimento em estrutura, pessoal e em um plano salarial decente para os profissionais da educação resultam em um nível de ensino público medíocre como esse indicado pelo ENEM, devemos inferir que o futuro do país estará entregue ao acaso, ou ao Cristo Redentor ou aos deuses astronautas.

E, logo agora, quando o Brasil descobriu que a partir de agora, será necessário a formação de profissionais em setores extremamente importantes para a nação nos próximos anos, como o setor petrolífero e da construção civil.

Ficamos a nos perguntar: será que a educação nacional, no estado em que está, será capaz de prover os futuros profissionais necessários para esses setores? Fica evidente que não. As grande parte das escolas públicas, hoje, não são capazes de instruir alunos capazes de se aprovarem nos vestibulares.

Não é culpa das escolas, nem dos profissionais ali locados, e muito menos, do governo atual ou do seu antecessor imediato. O problema é que no Brasil, nunca, eu disse, nunca a educação foi levada a sério. Por ninguém! E o pior é que mesmo se investimentos sérios forem iniciados agora, os resultados só serão vistos daqui a 20, 30 anos.

A perspectiva de esperar tanto tempo acaba assustando muita gente. Entretanto, é melhor torcer que daqui a 20 ou 30 anos, eu possa escrever outro texto dizendo que a educação está em um nível melhor do que imaginar que a solução será alcançada depois de algum tipo de maquiagem fajuta, cujas quais, os governos, ao longo do tempo, se tornaram especialistas.

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