“o que acontece, no meio popular, nas
periferias das cidades, nos campos, - trabalhadores urbanos ou rurais
reunindo-se para rezar ou para discutir seus direitos – nada pode escapar a
curiosidade arguta dos trabalhadores envolvidos na pratica da educação popular”
(Paulo Freire, 1992)
A citação
acima foi extraída do texto Educação de
Adultos, Hoje, Algumas Reflexões, escrito por Paulo Freire em 1992. Através
de suas palavras, ao fazer algumas considerações sobre o que ele pensava a
respeito da educação de adultos naquele
momento, Paulo Freire nos extinga a fazer parte da construção de uma educação
popular.
Essa
nova educação que estava sendo proposta deveria ir além do mero ensino de conteúdos,
da transmissão de conceitos extremamente abstratos, dos métodos e das práticas
escolares. A educação popular, proposta por Freire, é acima de tudo um ato político
e, assim sendo, exigi do educador o conhecimento do mundo do educando, de sua
cotidianidade, para que se posicione diante dele e, a partir disso, direcione
sua prática educativa para verdadeira libertação de seu alunado.
Partindo
desse pensamento, pode-se inferir que limitar-se a reclamações sobre
indisciplina, agressividade ou da falta de apoio da família. É certo que esses
fatores são relevantes e condicionantes da aprendizagem, tendo origens históricas,
sociais, psicológicas, físicas, familiares, em fim, infinitas razões. Porém,
também é certo que se não nos aproximarmos de nossos alunos, de seu mundo pouco
poderemos fazer para ajuda-los a avançar em seus conhecimentos, pois, é também
é certo que eles já possuem muitos saberes de suas vivências.
Tornando-nos
conhecedores de alguns aspectos tangentes
ao mundo dos nossos educandos – onde moram, como vivem, quem são seus
familiares, que conceitos d e famílias eles possuem, o que pensam sobre
saneamento básico, doenças, normas de boa convivência, criminalidade –
poderemos tornar os conteúdos escolares mais atrativos, pois, dessa forma, os
alunos não estarão mais diante de conceitos e palavra distantes de sua
cotidianidade, mas, ao contrário disso, se sentiram contemplados, inclusos pela
prática de seus professores.
Sentindo-se
contemplado pela escola e por seus professores, passando a perceber-se cada vez
mais como um ser que é sabedor e produtor de conhecimentos, o aluno poderá avançar
de um mero expectador para aquele que se interessa pelas aulas, os conteúdos escolares,
que tem curiosidade, que quer pesquisar, aprender, produzir, divulgar seus
conhecimentos e produções, que quer atuar no mundo, tornando-se sujeito livre para
escolher suas convicções e exercer sua cidadania.
Portanto,
nesse novo ano que se inicia, convidamos a todos os amigos, camaradas da
educação, a refletir, reviver, buscar tornar real esse sonho de formar sujeitos
críticos, capazes de resistir as artimanhas de seus opressores, livres para atuar e transformar esse mundo
turbulento e repleto de incerteza no qual vivemos.
AUTOR:
Professor
Thiago Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário