sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

RESGATANDO O SONHO DE UMA EDUCAÇÃO POPULAR






“o que acontece, no meio popular, nas periferias das cidades, nos campos, - trabalhadores urbanos ou rurais reunindo-se para rezar ou para discutir seus direitos – nada pode escapar a curiosidade arguta dos trabalhadores envolvidos na pratica da educação popular” (Paulo Freire, 1992)


A citação acima foi extraída do texto Educação de Adultos, Hoje, Algumas Reflexões, escrito por Paulo Freire em 1992. Através de suas palavras, ao fazer algumas considerações sobre o que ele pensava a respeito  da educação de adultos naquele momento, Paulo Freire nos extinga a fazer parte da construção de uma educação popular.

Essa nova educação que estava sendo proposta deveria ir além do mero ensino de conteúdos, da transmissão de conceitos extremamente abstratos, dos métodos e das práticas escolares. A educação popular, proposta por Freire, é acima de tudo um ato político e, assim sendo, exigi do educador o conhecimento do mundo do educando, de sua cotidianidade, para que se posicione diante dele e, a partir disso, direcione sua prática educativa para verdadeira libertação de seu alunado.

Partindo desse pensamento, pode-se inferir que limitar-se a reclamações sobre indisciplina, agressividade ou da falta de apoio da família. É certo que esses fatores são relevantes e condicionantes da aprendizagem, tendo origens históricas, sociais, psicológicas, físicas, familiares, em fim, infinitas razões. Porém, também é certo que se não nos aproximarmos de nossos alunos, de seu mundo pouco poderemos fazer para ajuda-los a avançar em seus conhecimentos, pois, é também é certo que eles já possuem muitos saberes de suas vivências.

Tornando-nos conhecedores de alguns aspectos tangentes  ao mundo dos nossos educandos – onde moram, como vivem, quem são seus familiares, que conceitos d e famílias eles possuem, o que pensam sobre saneamento básico, doenças, normas de boa convivência, criminalidade – poderemos tornar os conteúdos escolares mais atrativos, pois, dessa forma, os alunos não estarão mais diante de conceitos e palavra distantes de sua cotidianidade, mas, ao contrário disso, se sentiram contemplados, inclusos pela prática de seus professores.

Sentindo-se contemplado pela escola e por seus professores, passando a perceber-se cada vez mais como um ser que é sabedor e produtor de conhecimentos, o aluno poderá avançar de um mero expectador para aquele que se interessa pelas aulas, os conteúdos escolares, que tem curiosidade, que quer pesquisar, aprender, produzir, divulgar seus conhecimentos e produções, que quer atuar no mundo, tornando-se sujeito livre para escolher suas convicções e exercer sua cidadania.

Portanto, nesse novo ano que se inicia, convidamos a todos os amigos, camaradas da educação, a refletir, reviver, buscar tornar real esse sonho de formar sujeitos críticos, capazes de resistir as artimanhas de seus opressores,  livres para atuar e transformar esse mundo turbulento e repleto de incerteza no qual vivemos.

AUTOR: Professor Thiago Costa


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