Nesse momento, em que muitas atenções se voltam para greve nacional da educação, torna-se necessário que nós, trabalhadores e trabalhadoras desse país, fiquemos atentos e reflitam sobre muitos discursos que são proferidos no intuito de denegrir a luta dos educadores e confundir a opinião pública.
Refiro-me, aqui, ao fato de muitos políticos – governadores, prefeitos, deputados – que colocamos no poder, usarem os meios de comunicação para taxar os professores de vagabundos, de inimigos do povo, de egoísta e de uma lista farta de termos pejorativos.
CUIDADO!
A maioria dessas pessoas que usam desses discursos demagogos tem, inclusive, a consciência da falsidade daquilo que proferem. No entanto, essas pessoas, na sua esmagadora maioria, não têm os seus filhos matriculados na escola pública e, portanto, estão se lixando para ela.
Aliás, é bom ressaltar que os filhos desses magnatas estudam nas melhores escolas, cursam as melhores faculdades e tudo isso pago com o nosso dinheiro.
O que mais nos incomoda é ver pessoas do povo, trabalhadores, que tem os seus filhos matriculados nas escolas públicas de nosso país, aceitarem e reproduzirem esse discurso nas esquinas, nos bares e até em meios de comunicação. É preciso que se tenha conhecimento de causa antes de ligarmos para uma emissora de rádio, por exemplo, para dizer que os filhos estão sendo prejudicados pela nossa luta.
Reconhecemos que de fato não é bom que os estudantes tenham sua vida escolar paralisada. Reconhecemos ainda, que nossos filhos estão sendo prejudicados. Porém, não é por causa de nossa luta que nossos alunos estão tendo prejuízo, e sim, em razão de um sistema político cheio das mazelas do clientelismo, da corrupção, dos desvios de verbas e da autopromoção.
Isso mesmo, da autopromoção, pois os prefeitos e governadores marcham para Brasília, afirmam não poder pagar o piso dos professores, falam do impacto dessa lei nas contas publicas, mas não fazem objeção quando os parlamentares lhes concedem aumentos exorbitantes.
Além disso, é bom que se saiba que a mobilização que estamos realizando em todo o país nesses dias 14, 15 e 16 não é apenas em pró da aplicação do piso nacional do magistério. Estamos reivindicando, também, a inclusão de 10% do PIB na educação.
Assim, estamos pensando na destinação de 10% da soma de todas as riquezas produzidas no nosso país sejam destinados para o desenvolvimento da educação. Com isso, queremos que esses recursos sirvam não apenas para termos profissionais bem pagos, valorizados e motivados, mas, além disso, queremos profissionais capacitados, escolas equipadas, com material esportivo, quadra de esporte, material didático, recursos multimídia, sala de informática, laboratório de ciência e tudo aquilo pelo qual nós pagamos através da carga tributária que nos é imposta.
A nossa luta é, acima de tudo, por uma educação de qualidade. Queremos que os filhos dos trabalhadores e trabalhadores responsáveis pela riqueza produzida nesse país possam degustar de uma fatia desse bolo e possam estudar em escolas tão boas quanto aquelas freqüentadas pelos filhos desses marajás que muito de nós ajudamos a eleger.
PENSE NISSO!
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