quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A crise do capitalismo e as falácias dos prefeitos




Por Professor Thiago Costa



Diante do atual momento é notório o ataque dos governos contra os salários, os direitos, as condições de trabalho, a dignidade do trabalhador, cabendo, a nós, uma simples indagação: quais têm sido as expressões mágicas e preferidas dos vários prefeitos da região e do país?

São elas: crise, limite prudencial, queda dos repasses federais.

Em nome disso se atropela e se busca triturar os planos de carreiras, atrasam-se salários, retiram-se direitos como salubridade, adicional noturno, sucateiam-se as condições de trabalho, diminuem-se investimentos em saúde, educação, programas habitacionais e sociais.

Ou seja, estamos em crise e é o trabalhador que tem que carregar todo o seu fardo! Esse tem sido o discurso e a prática de muitos gestores municipais da região em que vivemos e por todo Brasil.

E há, ainda, em tudo isso, o sabor e o oportunismo revanchista de uma elite politica e econômica, ligada as velhas famílias oligárquicas e grupos empresariais mais ricos do país, desacostumada a lidar com as derrotas eleitorais, e que ficam a salivar com o desejo de golpe, da retomada do poder, da expectativa de voltar a impor uma agenda conservadora, com seu receituário neoliberal, do estado mínimo, e ampliar o tamanho do saque que já promovem contra os resultados do suor da classe trabalhadora.

Daí a massificação do discurso simplista que atribui a um único governo e a um único partido a responsabilidade por tudo o que há de pior na atual conjuntura, mesmo que seja evidente que o que nós temos é uma debilidade na nossa cultura politica, na administração pública e nas atuais regras que regem o sistema politico brasileiro.

Todos esses argumentos são, assim, muito convenientes aos nossos excelentíssimos senhores prefeitos, servindo aos seus propósitos econômicos e políticos. O fato é que nós, a classe trabalhadora, que produzimos a riqueza desse país, precisamos está sempre atento as armadilhas desses discursos para não corrermos o risco de defender um projeto que não nos serve.

Existe crise? Existe. E ela é mundial e está sendo vivida, em menor ou maior grau, em todo o mundo, ainda que seus efeitos mais fortes tenham chegado tardiamente no Brasil, uma vez que os Estados Unidos e alguns países europeus (Portugal, Espanha, Grécia) já vem sentido os seus efeitos desde 2008.

Crise essa que, no Brasil, se agrava em função de uma das piores secas já vividas no país, produto das mudanças climáticas, efeito de uma natureza que pouco a pouco tem respondido a um modelo de economia e de sociedade predatório chamado de capitalismo.

Uma crise econômica, do capitalismo mundial, que no Brasil se agrava em função de outra crise na qual setores da politica, com destaque para um dos congressos mais conservadores e reacionários que já existiram no país, e das elites empresariais e do setor financeiro têm apostado no caos, no quanto pior melhor. Como exemplo disso podemos citar as tentativas do congresso em aprovar medidas que onerariam ainda mais os gastos do governo federal, sacrificando a economia, penalizando o povo, para sangrar o atual governo.

Uma crise da qual o governo federal também passa a ter culpa, uma vez que impõe aos trabalhadores um pacote de medidas que os penalizam, mas, que não taxa as grandes fortunas, as heranças, os bens de luxo e que não inibe a contento a sonegação de imposto e os paraísos fiscais dos mais ricos.

Mas o que os prefeitos tem feito pra dar resposta a essa crise? Muitos deles vêm de longas datas inchando a maquina pública, utilizando-se da prefeitura como cabide de emprego, tramando com setores do empresariado e do comercio licitações fraudulentas, gastando cifras questionáveis em obras que não saem do papel e ainda por cima negligenciando ao não cobrar dividas de grandes empresas que sonegam seus impostos e ao não pensar e não construir um plano que possibilite alavancar a econômica local e tornar esses entes federados menos dependentes do governo federal.

Limite prudencial? É claro que existe. É um lugar confortável no qual os prefeitos tem o sossego de atacar os salários e os direitos dos trabalhadores, buscando se amparar no direito, ainda que esse mesmo direito diga que antes de qualquer medida que penalize os trabalhadores é preciso que esses gestores cortem na própria carne.

Diante dessa conjuntura não resta outra saída para classe trabalhadora, se não a de resistir a esses ataques, defender com unhas dentes os nossos direitos, e construirmos uma pauta propositiva que nos direcione na perspectiva da superação da crise do capitalismo e para que possamos viver dias melhores.

Para isso, o momento é de debate, de organização, de prepararmos os nossos estado de espirito e disponibilidade para luta.

Se os prefeitos não tem resposta para crise, nós (trabalhadores e trabalhadoras) teremos uma resposta para eles.

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