Por Professor Thiago Costa
Diante do atual momento é notório
o ataque dos governos contra os salários, os direitos, as condições de
trabalho, a dignidade do trabalhador, cabendo, a nós, uma simples indagação:
quais têm sido as expressões mágicas e preferidas dos vários prefeitos da região
e do país?
São elas: crise, limite
prudencial, queda dos repasses federais.
Em nome disso se atropela e se
busca triturar os planos de carreiras, atrasam-se salários, retiram-se direitos
como salubridade, adicional noturno, sucateiam-se as condições de trabalho,
diminuem-se investimentos em saúde, educação, programas habitacionais e
sociais.
Ou seja, estamos em crise e é o
trabalhador que tem que carregar todo o seu fardo! Esse tem sido o discurso e a
prática de muitos gestores municipais da região em que vivemos e por todo
Brasil.
E há, ainda, em tudo isso, o
sabor e o oportunismo revanchista de uma elite politica e econômica, ligada as
velhas famílias oligárquicas e grupos empresariais mais ricos do país,
desacostumada a lidar com as derrotas eleitorais, e que ficam a salivar com o
desejo de golpe, da retomada do poder, da expectativa de voltar a impor uma
agenda conservadora, com seu receituário neoliberal, do estado mínimo, e
ampliar o tamanho do saque que já promovem contra os resultados do suor da
classe trabalhadora.
Daí a massificação do discurso
simplista que atribui a um único governo e a um único partido a
responsabilidade por tudo o que há de pior na atual conjuntura, mesmo que seja
evidente que o que nós temos é uma debilidade na nossa cultura politica, na
administração pública e nas atuais regras que regem o sistema politico
brasileiro.
Todos esses argumentos são,
assim, muito convenientes aos nossos excelentíssimos senhores prefeitos,
servindo aos seus propósitos econômicos e políticos. O fato é que nós, a classe
trabalhadora, que produzimos a riqueza desse país, precisamos está sempre
atento as armadilhas desses discursos para não corrermos o risco de defender um
projeto que não nos serve.
Existe crise? Existe. E ela é
mundial e está sendo vivida, em menor ou maior grau, em todo o mundo, ainda que
seus efeitos mais fortes tenham chegado tardiamente no Brasil, uma vez que os
Estados Unidos e alguns países europeus (Portugal, Espanha, Grécia) já vem
sentido os seus efeitos desde 2008.
Crise essa que, no Brasil, se
agrava em função de uma das piores secas já vividas no país, produto das
mudanças climáticas, efeito de uma natureza que pouco a pouco tem respondido a
um modelo de economia e de sociedade predatório chamado de capitalismo.
Uma crise econômica, do
capitalismo mundial, que no Brasil se agrava em função de outra crise na qual
setores da politica, com destaque para um dos congressos mais conservadores e
reacionários que já existiram no país, e das elites empresariais e do setor
financeiro têm apostado no caos, no quanto pior melhor. Como exemplo disso
podemos citar as tentativas do congresso em aprovar medidas que onerariam ainda
mais os gastos do governo federal, sacrificando a economia, penalizando o povo,
para sangrar o atual governo.
Uma crise da qual o governo
federal também passa a ter culpa, uma vez que impõe aos trabalhadores um pacote
de medidas que os penalizam, mas, que não taxa as grandes fortunas, as
heranças, os bens de luxo e que não inibe a contento a sonegação de imposto e
os paraísos fiscais dos mais ricos.
Mas o que os prefeitos tem feito
pra dar resposta a essa crise? Muitos deles vêm de longas datas inchando a
maquina pública, utilizando-se da prefeitura como cabide de emprego, tramando
com setores do empresariado e do comercio licitações fraudulentas, gastando
cifras questionáveis em obras que não saem do papel e ainda por cima
negligenciando ao não cobrar dividas de grandes empresas que sonegam seus
impostos e ao não pensar e não construir um plano que possibilite alavancar a
econômica local e tornar esses entes federados menos dependentes do governo
federal.
Limite prudencial? É claro que
existe. É um lugar confortável no qual os prefeitos tem o sossego de atacar os
salários e os direitos dos trabalhadores, buscando se amparar no direito, ainda
que esse mesmo direito diga que antes de qualquer medida que penalize os
trabalhadores é preciso que esses gestores cortem na própria carne.
Diante dessa conjuntura não resta
outra saída para classe trabalhadora, se não a de resistir a esses ataques,
defender com unhas dentes os nossos direitos, e construirmos uma pauta
propositiva que nos direcione na perspectiva da superação da crise do
capitalismo e para que possamos viver dias melhores.
Para isso, o momento é de debate,
de organização, de prepararmos os nossos estado de espirito e disponibilidade
para luta.
Se os prefeitos não tem resposta
para crise, nós (trabalhadores e trabalhadoras) teremos uma resposta para eles.
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