Ontem à tarde, 27 de
novembro, a direção do Sindserv recebeu uma denúncia anônima de que o Matadouro
Público de Caicó estaria funcionando sem abastecimento d’água por dois dias
seguidos. Diante disso, o presidente e o secretário de finanças daquele
sindicato, respectivamente, Thiago Costa e Henning Saraiva, dirigiram-se até
aquele espaço para averiguar o que estava acontecendo.
Chegando ao matadouro a
informação repassada ao Sindserv foi de que aquele espaço teria deixado de
receber agua da CAERN e que, de acordo com as normas técnicas, não poderia ser
abastecido por carros pipas, uma vez que esses não teriam como atesta o devido
tratamento e qualidade da agua ofertada.
Adentrando no matadouro, os
membros da direção perceberam e registraram, com fotos, evidências de que o
espaço havia acumulado sujeira há um tempo considerável. Além disso,
registrou-se a presença de cães, gatos e urubus no recinto.
Outro fato que se pode
perceber é a atual situação dos currais, bastante danificados, oferecendo
riscos à integridade e a vida dos usuários e servidores públicos lotados no
matadouro.
Diante de tudo o que foi
presenciado, percebe-se que, por mais que recentemente se tenha alcançado um
avanço em relação à instauração do regimento interno do matadouro, ainda há
muito caminho a percorrer para que as normas contidas naquele documento se
efetivem na prática, principalmente no que compete a secretaria de agricultura
e ao chefe do executivo municipal em relação a administração daquele
equipamento público.
Ainda em relação ao
regimento, nem mesmo foi baixada portaria nomeando a comissão administrativa do
matadouro, previsto no referido documento, com representações do governo,
servidores e usuários daquele recinto.
Infelizmente, ante as evidências
presenciadas e registradas, pode-se dizer que a situação do matadouro, que já é
habitualmente calamitosa, agrava-se ainda mais com a falta d’agua e o seu
funcionamento em tais condições, produto da negligência daqueles que, em nossa
opinião, deveriam ser indiciados criminalmente por atentar contra a saúde e a
vida de usuário, servidores públicos e consumidores da carne dos animais
abatidos naquele espaço.
É possível afirmar, ainda,
ante os registros obtidos in lócus, que
a carne dos animais abatidos no matadouro nessa sexta-feira, bem como os seus
derivados, tiveram o tempero nada agradável do sague, dejetos e da sujeira acumulados
no chão e nas paredes do Matadouro Público de Caicó.