sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Escola pública convoca PM para revistar alunos antes das aulas



















Desde a última segunda-feira (24), os alunos da Escola Estadual Geraldo Melo, em Maceió, são revistados antes do início das aulas por policiais militares. A medida foi adotada após reunião entre pais, professores, direção e conselho tutelar.

A presença de policiais para revistar estudantes começou após a denúncia de supostas ameaças feitas a direção, funcionários e professores da escola estadual - as ameaças teriam sido feitas por traficantes.

Na noite do último dia 13, o banheiro da escola, que era usado como ponto de encontro de usuários de drogas, foi incendiado criminosamente e o vaso sanitário explodiu.

O autor foi identificado, mas, por ser menor de idade, não teve a identidade revelada.

Temendo as supostas ameaças de traficantes e de alunos usuários de drogas, a direção suspendeu as aulas, reuniu a comunidade, os conselhos tutelar e escolar, além de pais e alunos e pediram a SEE (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) a autorização da presença da PM. O início das revistas e o retorno das aulas ocorreram na última segunda-feira (24).

Refém de criminosos

O comandante do Batalhão Escolar de Alagoas, Tenente Coronel Eduardo Lucena, defendeu a presença da Polícia Militar na escola e disse que a revista aos alunos ocorreu após a solicitação da comunidade e da escola. “Eles decidiram pelo bem da instituição escolar que ficou refém da ação de criminosos com o incidente do incêndio em um dos banheiros”, afirmou.

Segundo Lucena, a ação da polícia na escola será “ininterrupta”, apesar de a polícia não ter encontrado drogas ou armas durante o período que está de prontidão na unidade escolar.

“Sabemos que o problema não se resume a apenas a escola, mas a única forma de garantir a vida e a integridade física de alunos, professores e diretores foi essa.

Os servidores relataram que por mais que tentassem proibir estavam sendo ameaçados de morte. Tivemos uma reunião com a presença de pais, alunos, comunidade e da escola e nela ficou tudo acertado que a única forma de inibir o problema era a presença da polícia”, explicou.

Segundo o coronel, a Polícia Militar já apreendera drogas com usuários em frente à escola e uma arma com um aluno maior de idade.

O coronel ressaltou ainda que desde segunda-feira (24) “estamos com dois carros da polícia e oito policiais (masculinos e femininos) para fazer a revista no início de cada turno. Quando surge algum ato suspeito e há necessidade de averiguarmos, somos solicitados a entrar no pátio e nas salas de aula”, afirmou Lucena, destacando que desde o início da revista não foi encontrado drogas, nem armas com alunos.

O presidente do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Claudio Soriano, criticou a ação ativa da PM e afirmou que a revista é desnecessária. “O problema não começa dentro da escola e sim nos arredores com a presença de traficantes e criminosos que aliciam os estudantes”, disse.

Área de risco

A SEE explicou que acatou a medida de revistar os alunos pela escola estar em “área vermelha”. O órgão afirmou que a escola Geraldo Melo está numa área crítica e que seria a única escola das 346 unidades públicas a correr riscos da ação de traficantes.

A secretaria destacou que, apesar dos problemas de insegurança, a escola Geraldo Melo é uma unidade modelo e oferece ensino de qualidade.

No Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011, a nota da escola para os anos finais do ensino fundamental é 2.2, a média nacional é 4.1.


DO BLOG

É lamentável que A Secretaria de Educação do Estado de Alagoas, juntamente com o prefeito de Maceió e governo daquele estado, deveriam se envergonhar por deixar a situação da escola, assim como da comunidade aonde a mesma está inserida, chegar a esse ponto.

Que esse caso sirva como exemplo para que as autoridades municipais e estaduais do nosso RN reflitam e busquem alternativas para que os nossos alunos também não cheguem ao ponto de ter de passar por constrangimentos como o que se evidencia no caso acima.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

HUGO MARINHO E FRANCIELLE LOPES ASSINAM CARTA COMPROMISSO COM SERVIDORES MUNICIPAIS




Os candidatos a prefeito de Caicó, Hugo Marinho (PP) e Francielle Lopes (PPS) assinaram no final da tarde de hoje, 26, a Carta Compromisso proposta pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caicó. Os três principais candidatos a prefeito assumiram através deste documento o compromisso, caso quem venha se eleger, com o desenvolvimento por um Município Decente e Democrático.

O candidato Hiran Lucena, que também foi oficialmente convidado, não compareceu.

ROBERTO GERMANO, CANDIDATO A PREFEITO DE CAICÓ, ASSINA CARTA COMPROMISSO COM SINDICATO DOS SERVIDORES MUNICIPAL



Para direção do sindicato, candidato que assina Carta Compromisso revela responsabilidade com os servidores

Para RG servidores serão fundamental para novo projeto de desenvolvimento

Demonstrando seu comprometimento com o funcionalismo municipal, o candidato a prefeito Roberto Germano (PMDB) assinou nesta quarta-feira (26) “Carta de Compromisso”, elaborada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caicó, com os dez itens prioritários para a categoria.

“Meu compromisso é administrar junto com todos, principalmente com os servidores. Por sinal, muitos dos itens desta carta, nosso plano de governo já contempla”, destacou Roberto Germano.

Dentre os itens que se destacam na carta estão: o compromisso de estabelecer plano de metas e indicadores econômicos e sociais; publicar relatório de prestação de contas com indicadores básicos da plataforma e um primeiro balanço do plano de metas em andamento; revisar e atualizar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários do Magistério; cumprir integralmente e anualmente o piso salarial do magistério; promover a autonomia dos conselhos de controle social; promover a qualificação profissional dos servidores; cumprir a lei de acesso à informação, dentre outros.

CARTA DE COMPROMISSOS DO CANDIDATO A PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CAICÓ-RN.

Eu, ... candidato à ... pelo ..., na cidade de Caicó, estado do Rio Grande do Norte, assumo a responsabilidade, a partir do ato de assinatura desta Carta Compromisso, de quando eleito e empossado, adotar a PLATAFORMA POR UM MUNICÍPIO DECENTE E DEMOCRÁTICO apresentado pela Federação dos Trabalhadores em Administração Pública Municipal do Rio Grande do Norte – Fetam-RN  e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caicó-RN, Sindserv; nos termos a seguir:

1- Assumo, por este termo assinado, o compromisso com a Plataforma Por um Município Decente e Democrático, elaborado pela CONFETAM, FETAM-RN e que tem como signatário o Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Caicó-RN ­­­­­­­­­­­.

2- Concordo em produzir documento de Diagnóstico da situação administrativa atual que sirva de referência para o estabelecimento de um Plano de Metas e Indicadores Econômicos e Sociais, contemplando os eixos para a execução de uma gestão local para a sustentabilidade nos quatro anos de administração.

3- O Diagnóstico e o Plano de Metas e Indicadores serão apresentados em até 120 dias após a data da nossa posse, atendendo o propósito de atualizar, revisar e divulgar os indicadores básicos de ação a serem executados na gestão.
4- Concordo em publicar e divulgar um relatório de prestação de contas que contenha, no mínimo, os indicadores básicos da plataforma e um primeiro balanço do Plano de Metas em andamento. As informações serão apresentadas em uma Conferência Pública para um Município Democrático e Decente, no final do segundo ano da gestão.

5- Assumo o compromisso de revisar e atualizar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários do Magistério, como também o Plano Geral de Cargos, Carreira e Salários dos Servidores Públicos e o Estatuto do Servidor, a fim de adequá-los e atualizá-los a realidade dos direitos e deveres do servidor público, melhorando continuadamente a política salarial neles contidas para um melhor aproveitamento e valorização profissional de cada servidor.

6- Assumo o compromisso de cumprir integralmente e anualmente, o piso salarial do magistério de acordo com a Lei: 11.738/2008 e suas leis correlatas de acordo com as normas estabelecidas pelo MEC, colaborando com isso com a promoção de uma educação pública de qualidade, com uma gestão democrática autônoma e transparente.

7- Concordo em promover a total autonomia e independência dos Conselhos de Controle Social, constitucionalmente constituídos: Conselho Municipal do Fundeb; Conselho Municipal da Educação; Conselho Municipal da Saúde; Conselho Municipal de Ação Social, possibilitando ainda o fortalecimento e a operacionalidade do Conselho Municipal da Mulher, do Conselho Tutelar e do Conselho Municipal do Idoso.

8- Assumo o compromisso de promover a qualificação profissional e continuada de todos os servidores e servidoras da administração municipal, oferecendo amplas e melhoradas condições de trabalho, com equipamentos adequados para o exercício pleno e dinâmico de cada profissão, para o bem servir a população da cidade e do campo.

9- Assumo o compromisso pelo cumprimento pleno da Lei de Acesso a Informação de acordo com o disposto na Lei nº. 12.527 de 18 de novembro de 2011, promovendo com isso, a total transparência da gestão pública no nosso município.

10- Concordo com o exercício pleno da liberdade e organização sindical dos servidores públicos, em observância ao legítimo direito constitucional de reivindicar, participar e opinar em defesa inconteste das melhorias salariais, valorização profissional e por melhores condições de trabalho, combatendo toda e qualquer situação de Assédio Moral na administração pública contra funcionários, gestores e a população, garantindo a harmonia entre os direitos e deveres do servidor.

Nestes termos assinamos:

             __________________________________
              Candidato a prefeito
                                        
________________________________________
Candidato a vice-prefeito

            ________________________________________
Fetam/CUT-RN

________________________________________
Presidente do Sindserv. Caicó

Caicó-RN 26 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

TRANSTORNOS MENTAIS NA ADOLESCÊNCIA


A Adolescência é um período de intensas atividades e transformações na vida mental do indivíduo, o que, por si só, leva a diversas manifestações de comportamento que podem ser interpretadas por leigos como sendo doença. Assim sendo, muitas das manifestações ditas normais da adolescência podem se confundir com doenças mentais ou comportamentos inadequados.

Exemplo disso é o uso de drogas, que pode constituir-se em um caso de dependência, mas também pode constituir-se em um simples comportamento de experimentação da vida. Temos de ter o cuidado inicialmente de avaliar bem o comportamento de um adolescente, antes de se garantir a existência ou não de um transtorno mental. Para tanto é necessário se conhecer um pouco acerca do que chamamos de "adolescência normal".

ADOLESCÊNCIA "NORMAL"

A adolescência é a fase da vida em que a pessoa se descobre como indivíduo separado dos pais. Isso gera um sentimento de curiosidade e euforia, porém também gera sentimentos de medo e inadequação. Um adolescente está descobrindo o que é ser adulto, mas não está plenamente pronto para exercer as atividades e assumir as responsabilidades de ser adulto. Assim sendo ele procura exemplos, de pessoas próximas ou não - ídolos artísticos ou esportivos, entre outros - para construir seu caráter e seu comportamento.

Também é visível a necessidade do adolescente de contrariar a vontade ou as idéias dos pais. Esse comportamento opositor aos pais acontece em decorrência da necessidade do adolescente de separar-se dos pais, ser diferente deles, para construir sua própria identidade como pessoa. Ao mesmo tempo, o adolescente pode não se ver capaz ainda de se separar desses pais, gerando então nele um sentimento de medo. De um lado a necessidade de separar-se dos pais para ser um indivíduo diferente e de outro lado a dificuldade de assumir a posição adulta (com suas responsabilidades e desejos) levam o adolescente a uma fase de intensa confusão de sentimentos, com uma constante mudança de opiniões e metas, e com um comportamento bastante impulsivo.

Embora haja grande quantidade de conhecimento existente hoje sobre esse assunto, é necessário alertar que muitos dos comportamentos atípicos manifestados pelos adolescentes podem apenas ser uma busca por sua identidade, e não uma doença mental específica.

Cabe também lembrar que muitas vezes os adolescentes necessitam de ajuda profissional nesse processo de "ser adulto", o qual, mesmo não se constituindo em doença mental, pode constituir-se em sofrimento para o adolescente, podendo ele beneficiar-se, e muito, de intervenções psicológicas.

Dentre os transtornos mais comuns vistos na adolescência, destacam-se os seguintes:

·       Transtornos do Humor

É o grupo onde se incluem as doenças depressivas, de certo modo comuns na adolescência, acompanhadas das mais diversas manifestações. Podem apresentar humor deprimido (tristeza) acentuado ou irritabilidade (que por si só pode ser manifestação normal da adolescência), perda de interesse ou prazer em suas atividades, perda ou ganho de peso, insônia ou excesso de sono e abuso de substâncias psicoativas (mais comumente álcool, porém até outras drogas). O tratamento desses transtornos envolve o uso de fármacos (antidepressivos), associados a psicoterapia.

·       Transtornos Alimentares

Onde se incluem a Bulimia (ataques de "comer" compulsivo seguidos, muitas vezes, do ato de vomitar) e Anorexia (diminuição intensa da ingesta de alimentos). A pessoa demonstra um "pavor" de engordar, tomando atitudes exageradas ou não necessárias para emagrecer, mantendo peso muito abaixo do esperado para ela. O tratamento desses transtornos envolve uma equipe multidisciplinar (psiquiatra, nutricionista), fármacos antidepressivos e psicoterapia, necessitando em alguns casos de intervenções na família.

·       Transtornos do Uso de Substâncias Psicoativas

O uso de drogas, como é conhecido, é um tipo de alteração de comportamento bastante visto na adolescência. A dependência de drogas, que é o transtorno mais grave desse grupo, manifesta-se pelo uso da substância associado a uma necessidade intensa de ter a droga, ausência de prazer nas atividades sem a droga e busca incessante da droga, muitas vezes envolvendo-se em situações ilegais ou de risco para se conseguir a mesma (roubo e tráfico). O tratamento envolve psicoterapia, educação familiar e alguns fármacos, por vezes necessitando internação hospitalar.

·       Transtornos de Conduta

Caracterizam-se por comportamentos repetitivos de contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora. Constitui-se em atitudes graves, sendo mais do que rebeldia adolescente e travessuras infantis normais. Essas pessoas envolvem-se em situações de ilegalidade e violações do direito de outras pessoas. Aparecem roubos, destruição de patrimônio alheio, brigas, crueldade e desobediência intensa como algumas das manifestações. O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se utilizar alguns fármacos no controle da impulsividade desses pacientes. São transtornos de difícil manejo, e muitas vezes necessitam de intervenções familiares e sociais.

·       Transtornos de Ansiedade

Os transtornos de ansiedade incluem desde a ansiedade de separação e a fobia escolar, condições que ocorrem quase que exclusivamente na infância, até o transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, síndrome do pânico e fobias. Pessoas que vivem com um grau muito intenso de ansiedade podem chegar a ter prejuízos no seu funcionamento, por exemplo social, em decorrência dessa ansiedade. Além de causar importante sofrimento físico e psicológico, as conseqüências dos sintomas ansiosos costumam ser desmoralizantes e incapacitantes em mais de uma esfera, como por exemplo social, ocupacional, escolar e familiar. Os sintomas podem iniciar tanto na infância quanto na adolescência , e podem ser tanto primários, quanto secundários ou ocorrerem em comorbidade com outros sintomas psiquiátricos. O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se recorrer a alguns fármacos como coadjuvantes.

·       Transtornos de Ansiedade

Pessoas que vivem com um grau muito intenso de ansiedade, chegando a ter prejuízos no seu funcionamento, por exemplo social, em decorrência dessa ansiedade. Pode aparecer na adolescência sob a forma de ansiedade de separação, geralmente dos pais, aparecendo em adolescentes que não conseguem manter atividades sem a presença dos mesmos. São extremamente tímidos, e muitas vezes, não conseguem obter prazer em quase nenhuma atividade fora de casa. O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se recorrer a alguns fármacos como coadjuvantes.

·       Transtornos Psicóticos

Nessa fase da vida muitos transtornos psicóticos, por exemplo a esquizofrenia, iniciam suas manifestações. Esses transtornos são graves, muitas vezes necessitam internação hospitalar e são caracterizados por comportamentos e pensamentos muito bizarros e distorcidos frente a realidade. O tratamento baseia-se em tratamento medicamentoso com o uso de antipsicóticos e psicoterapia de apoio. São transtornos, em sua maioria, cronificantes, principalmente se não tratados.

·       Suicídio na Adolescência

Muitos transtornos da adolescência podem se manifestar com comportamento suicida. Tentativas ou ameaças de suicídio podem aparecer. Alguns comportamentos de exposição e risco (dirigir em alta velocidade ou embriagado, envolvimento em brigas ou em atividades de risco, entre outras) também podem ser sinais de comportamento suicida na adolescência, mesmo sem a manifestação explícita dessa intenção. O comportamento impulsivo do adolescente, acarreta um risco maior de tentativas de suicídio mesmo na ausência de sintomas depressivos ou uma clara ideação suicida, o que torna o adolescente muito mais vulnerável a este tipo de comportamento.

CUIDADOS A TOMAR NA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

São muitas as possibilidades de transtornos mentais nessa fase da vida, mas todas as situações devem ser muito bem avaliadas antes de se fechar um diagnóstico, principalmente na adolescência. Além das dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa modificação corporal e mental, o que por si só já pode gerar comportamentos e sentimentos de inadequação, suas atitudes podem ainda refletir problemáticas familiares. Assim sendo, sem uma devida avaliação do adolescente é, no mínimo imprudente, caracterizá-lo como tendo uma doença mental específica.

COLABORADORAS

Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Trecho da carta da liberdade – escrito por Nelson Mandela


Nós, o Povo da África do Sul, Declaramos

A Todo o Nosso País e ao Mundo

 

• Que a África do Sul pertence a todos os que nela vivem, negros e brancos, e que nenhum Governo pode fazer valer sua autoridade, a menos que esta autoridade tenha emanado do povo e esteja baseada na vontade de todo o povo;

• Que sua terra de nascença, sua liberdade e sua paz foram tirânica e despoticamente usurpadas por uma forma de Governo ancorada na mais profunda injustiça e na mais absurda desigualdade;

• Que o nosso País nunca será próspero e livre até que todo o nosso povo possa viver em fraternidade, e que goze de direitos iguais e de oportunidades iguais;

• Que somente um Estado democrático, baseado na vontade de todo o povo, pode garantir a todos o seu direito de primogenitura, sem qualquer distinção de cor, raça, sexo ou crença;

• Portanto, nós, o povo da África do Sul, negros e brancos, compatriotas e irmãos, decidimos adotar esta Carta da Liberdade;

• Nós nos comprometemos a lutar em conjunto, não poupando nem a força nem a coragem, até que as mudanças democráticas aqui estabelecidas tenham sido implementadas.

Nelson Mandela


Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.
 
De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.

Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.

Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.

Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.

Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.

Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.

Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.

Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.

Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.

A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ernesto "Che" Guevara - Revolucionário e guerrilheiro latino-americano

Personagem marcante da ultima metade do século 20, o revolucionário socialista Che Guevara chega ao novo milênio conquistando mais uma vez a admiração e a simpatia de adolescentes e jovens adultos na Europa e América Latina. Não importa que o socialismo real não tenha dado certo na antiga União Soviética, em Cuba e em nenhum país onde se tentou implantá-lo.

Mesmo assim, a imagem do "Che" reaparece em pôsteres, bottons e camisetas, que o consagram como um mito latino-americano, um símbolo eterno de coragem e rebeldia contra as injustiças sociais do mundo. Para isso, aliás, contribuiu muito a célebre fotografia sua tirada por Alberto Korda que ilustra essa página.

Mas quem foi, na realidade, Che Guevara e por que ele se transformou num mito? Ernesto Guevara de La Serna formou-se em Medicina. No início da década de 1950, juntamente com o amigo Alberto Granado, percorreu de moto o continente americano, indo desde seu país natal até Miami, nos Estados Unidos, numa aventura de mais de dez mil quilômetros que iria mudar sua vida. (O diário dos dois foi publicado em forma de livro e transformado em filme por Walter Moreira Salles.)

Nessa viagem, Guevara teria tomado consciência da miséria em que vivia a maior parte da população dos países da América do Sul e Central e decidiu que deveria lutar pela mudança desse estado de coisas. No México, em 1954, conheceu e se juntou aos irmãos cubanos Fidel e Raul Castro, que estavam organizando um grupo guerrilheiro para derrubar o governo ditatorial de Cuba.

Guevara tornou-se o médico da tropa, que desembarcou na ilha no final de 1956. Ao longo dos três anos seguintes, foi deixando a medicina para tornar-se combatente e líder militar, ganhando nessa época o apelido de "Che". Com a vitória do movimento revolucionário, em 1959, Che promulgou cerca de 400 (ou mais) sentenças de morte, os chamados "justiçamentos", contra adversários do novo regime. De acordo com O Livro Negro do Comunismo, ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960.

Estabelecido o novo governo, Che Guevara tornou-se cidadão cubano e assumiu papel ativo, como diretor do Banco Nacional e Ministro da Indústria. Em um discurso na Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964, Che Guevara afirmou: "Execuções? É claro que executamos! E continuaremos executando enquanto for necessário! Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!".

A revolução cubana não tinha um caráter explicitamente socialista em seus primeiros momentos. A tentativa norte-americana de controlar o novo governo de Fidel, porém, levou este último a aproximar-se da União Soviética, no âmbito da Guerra Fria, e a aderir ao marxismo, criando uma vertente latino-americana do stalinismo, ou seja, a ditadura de um partido único sobre a sociedade.

Guevara, por sua vez, não se adaptou à vida burocrática no regime cubano. Acreditava que toda a América Latina precisava ser transformada, através de revoluções sucessivas. Em 1965, deixou Cuba e estabeleceu um foco guerrilheiro na Bolívia, onde acabou cercado pelo exército local. Che foi preso em 8 de outubro de 1967 e executado no dia seguinte.

O fato de ter deixado o poder em Cuba para vir morrer nos confins da selva boliviana, tornou Che um símbolo de determinação e coragem, respeitado até por aqueles que não compartilham das idéias socialistas. Sua imagem passou a representar a rebeldia, o inconformismo e a de liberdade da juventude, independentemente de concepções políticas e ideológicas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mahatma Gandhi - a paz como forma de resistência

Creio poder afirmar, sem arrogância
e com a devida humildade,
que a minha mensagem e
os meus métodos são válidos,
em sua essência, para todo o mundo.

 

Mohandas Karamchand Gandhi nasceu no dia 2 de outubro de 1869 na Índia ocidental. Seu pai era um político local, e a mãe dele era uma Vaishnavite religiosa. À idade de 13, Mohandas foi casado com uma menina da mesma idade dele e começou uma vida de sexo ativa. Depois de um pouco de educação indistinta foi decidido que ele deveria ir para a Inglaterra para estudar Direito. Ele ganhou a permissão da mãe, prometendo se conter de vinho, mulheres e carne, mas ele desafiou os regulamentos de sua casta que proibiam a viagem para a Inglaterra.

Cursou a faculdade de Direito em Londres. Procurando um restaurante vegetariano, havia descoberto na filosofia de Henry Salt um argumento para o Vegetarianismo e se tornou convencido. Ele organizou um clube vegetariano e as pessoas se encontravam com teósofos e interesses altruísticos. Sua primeira leitura do Bhagavad-Gita estava em Edwin Arnold, a tradução poética: "A Canção Celestial". Esta escritura hindu e o Sermão da Montanha, se tornaram mais tarde as suas bíblias e guias de viagens espirituais. Ele memorizou o Gita em suas meditações diárias, logo após escovar os dentes e freqüentemente recitou seu sânscrito original em suas orações.

Quando Gandhi voltou à Índia em 1891 a mãe dele houvera falecido, e ele não obteve êxito a exercer na Índia sua profissão legal como advogado devido sua timidez. Assim ele aproveitou a oportunidade de ir para África do Sul durante um ano, representando uma firma hindu em Natal durante um processo judicial naquela terra .

África do Sul, imóvel notório para discriminação racial, deu para Gandhi os insultos que despertaram sua consciência social. Como advogado Gandhi fez o melhor para descobrir os fatos. Depois de resolver um caso difícil, ele passou deste modo a ser "visto" e comentado. Segundo ele: " eu tive um aprendizado que me levou a descobrir o lado melhor da natureza humana e entrar nos corações dos homens. Eu percebi que a verdadeira função de um advogado era unir rivais de festas a parte".

Ele também teimou em receber a verdade dos clientes dele, e se ele descobrisse que eles tivessem mentido, ele derrubaria os casos de seus clientes. Acreditava que o dever do advogado era ajudar o tribunal a descobrir a verdade, não tentar provar o culpado inocente. Ao término do ano durante uma festa de adeus antes que ele fosse viajar para a Índia, Gandhi notou no jornal que uma lei estava sendo proposta e que privaria os hindus do voto.

Os amigos dele o insistiram: "fique e conduza a briga para os direitos de nossos compatriotas na África do Sul." Gandhi fundou em Natal o Congresso hindu em 1894, e seus esforços eram uma vigorosa advertência para a imprensa.

Quando Gandhi retornou à África após buscar a esposa e filhos na Índia em janeiro de 1897,os sul-africanos tentaram interromper suas atividades de maneiras sórdidas, como subornando e ameaçando o agropecuário Dada Abdulla Sheth; mas Dada Abdulla era cliente de Gandhi, e finalmente depois de um período de quarentena, Gandhi recebeu permissão para aterrissar. A turba de espera reconheceu Gandhi, e alguns brancos começaram a espancá-lo até que a esposa do Superintendente Policial veio ao salvamento dele. A turba ameaçou lincha-lo, mas Gandhi escapou usando um disfarce.

Depois ele se recusou processar os que haviam lhe espancado, permanecendo firme ao principio de ego-restrição com respeito a uma pessoa infratora; além de que, tinha sido os líderes da comunidade e do governo Natal que haviam causado o problema. Não obstante Gandhi sentia o dever de apoiar o povo britânico durante a Guerra bôer, organizando e conduzindo um Corpo médico hindu para alimentar os feridos no campo de batalha. Quando trezentos hindus e oitocentos criados foram contratados, os brancos foram surpreendidos.

Gandhi acabou permanecendo vinte anos na África do Sul defendendo a minoria hindu, liderando a luta de seu povo pelos seus direitos . Ele experimentou o celibato durante trinta anos de sua vida, e em 1906 levou o juramento de Brahmacharya para o resto da vida dele.

O primeiro uso de desobediência civil em massa ocorreu em setembro de 1906. O Governo de Transvaal quis registrar a população hindu inteira. Os hindus formaram uma massa que se encontrou no Teatro Imperial de Joanesburgo; eles estavam furiosos com a ordem humilhante, e alguns ameaçaram exercer uma resposta violenta a ordem injusta.

Porém, eles decidiram em grupo a se recusarem a obedecer as providências de inscrição; havia unanimidade completa, apenas alguns se registraram. Ainda, Gandhi sugeriu aos indianos que levassem um penhor em nome de Deus; embora eles fossem hindus e muçulmanos, todos acreditavam em um e no mesmo Deus. Gandhi decidiu chamar esta técnica de recusar submeter a injustiça de Satyagraha que quer dizer literalmente: "força da verdade" . Uma semana depois de desobediência, as mulheres Asiáticas foram dispensadas do registro. Quando o governo de Transvaal finalmente pôs em pratica o Ato de Inscrição Asiático em 1907, Gandhi e vários outros hindus foram presos.

A pena dele foi de só dois meses sem trabalho duro, dedicando-se durante esse período à leitura. Durante a vida , Gandhi passaria um total de mais de seis anos como prisioneiro. Enquanto lendo em prisão Gandhi descobriu a "Desobediência Civil" de Thoreau e os trabalhos de Tolstoy. Logo ele começou a perceber cada vez mais as possibilidades infinitas do "amor universal".

O movimento de protesto para a conquista dos direitos indianos na África do Sul continuou crescendo; em um certo ponto foram presos 2.500 indianos dos 13,000 existentes na província, enquanto 6,000 tinham fugido de Transvaal.
Sendo civil aos oponentes durante a desobediência, Gandhi desenvolveu o uso de ahimsa que significa "sem dor " e normalmente é traduzido "não violência ". Gandhi seguiu o Ódio de preceito " o pecado e não o pecador . Desde que nós vivemos espiritualmente, ferir ou atacar outra pessoa são atacar a si mesmo. Embora nós possamos atacar um sistema injusto, nós sempre temos que amar as pessoas envolvidas. Assim ' ahimsa' é a base da procura para verdade".

Gandhi também foi atraído a vida agrícola simples. Ele começou duas comunidades rurais em Satyagrahis-Phoenix Farm e Tolstoy Farm. Escreveu e editou o diário "Opinião indiana", para elucidar os princípios e a prática de Satyagraha. Três assuntos foram apontados: a indagação para direitos dos hindus na África do Sul; sobre a proibição de imigrantes Asiáticos; e por fim, sobre o invalidamento de todos casamentos não Cristãos.

Em novembro de 1913 Gandhi conduziu uma marcha com mais de duas mil pessoas. Gandhi foi preso e solto por pagar fiança. Logo após o prenderam novamente e o libertaram, e novamente foi preso depois de quatro dias de liberdade. Foi então condenado ao trabalho forçado durante três meses, mas as greves continuaram, envolvendo aproximadamente 50.000 operários e milhares de índianos foram escravizados na prisão. Alguns missionários Cristãos doaram todo seu dinheiro para o movimento. Foram libertados Gandhi e outros líderes, e foi anunciada outra marcha. Porém, Gandhi recusou tirar proveito através de uma greve em uma estrada de ferro dos "brancos" (já que certa vez Mohandas Gandhi havia sido expulso de um compartimento de primeira classe de um trem, ao se recusar a "ceder" o seu lugar à um branco e se mover para a terceira classe), sendo que Gandhi cancelou a marcha, apesar de estar "quebrando" o penhor de Sujeira (1908). "Perdão é o ornamento do valente", Gandhi explicou.

Finalmente através de negociação os assuntos estavam resolvidos. Todos os matrimônios independente da religião eram válidos; os impostos em atrasos foram cancelados e inclusive os operários contratados; e foi concedida mais liberdade aos indianos.

Gandhi constatou o poder do método de Satyagraha e profetizou como poderia transformar a civilização moderna. "É uma força que, se ficasse universal, revolucionaria ideais sociais e anularia despotismos e o militarismo."

Enquanto isso a Índia ainda estava sofrendo debaixo de regra colonial britânica. Gandhi sugere que a Índia pode ganhar sua independência por meios não violentos e por via da ego-confianca. Ele rejeita a força bruta e sua opressão e declara que a força da alma ou amor e que se mantém a unidade das pessoas em paz e harmonia.

De volta a Índia em 1915, Gandhi passou a exercer o papel de conscientizador da sociedade hindu e muçulmana na luta pacífica pela independência indiana, baseada no uso da não violência. O uso da não violência baseava-se no uso da desobediência civil.

Gandhi estava pronto para morar nas ruas sujas intocáveis se necessário, mas um benfeitor anônimo doou bastante dinheiro que duraria um ano. Passa a ajudar os necessitados e as crianças carentes.


A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade.


Em 1917 Gandhi ajudou as pessoas que trabalhavam em tecelagens, diante exploração injusta dos proprietários sobre esses trabalhadores. Ele foi detido, mas logo perceberam que o Mahatma era o único que poderia controlar as multidões.

Reformas foram ganhas novamente por meio da desobediência civil. Os trabalhadores têxteis de Ahmedabad também eram economicamente oprimidos. Gandhi sugeriu uma greve, e como os trabalhadores temiam as conseqüências dela, ele faz um jejum para encorajar que eles continuem a greve. Gandhi explicou que ele não jejuou para coagir o oponente, mas fortalecer ou reformar esses que o amaram. Ele não acreditou que jejuando resultaria em salários mais altos.

O primeiro desafio de Gandhi contra o governo britânico na Índia estava em resposta contra os poderes arbitrários do Rowlatt Act em 1919. A Índia tinha cooperado com a Inglaterra durante a guerra, no entanto estavam sendo reduzidas as liberdades civis.

Guiado por um sonho ou experiência interna Gandhi decidiu pedir um dia de greve geral. Porém, a filosofia de Mahatma não foi bem entendida pelas massas, e violências estouraram em vários lugares. O Mahatma se arrependeu declarando que tinha feito "um erro de cálculo", e ele cancelou a campanha.

Gandhi fundou e publicou dois semanários sem anúncios - a Índia Jovem em inglês e o Navajivan em Gujarati. Em 1920 Gandhi iniciou uma campanha de âmbito nacional de não cooperação com o governo britânico que para o camponês significou o não pagamento de impostos e nenhuma compra de bebida alcóolica, desde que o governo ganhou toda a renda de sua venda.

Gandhi realizou várias viagens ao longo de todo território índio, com a função de conseguir a conscientização em massa de todas as pessoas, mostrando a necessidade da prática da desobediência civil e do uso da não violência.
Durante finais dos anos 20, Ghandi escreve uma auto-bibliografia retratando suas experiências vividas. Ele é bastante sincero nesse livro, chegando ao ponto de se humilhar pelos erros cometidos, mostrando o esforço de os superar. Nas falas ele mostra o programa de cinco pontos dos dedos da mão : "igualdade; nenhum uso de álcool ou droga; unidade hindu-mulçumano; amizade; e igualdade para as mulheres. Esses pontos (os cinco dedos representando o sistema) estavam conectados ao pulso, simbolizando a não violência.

Finalmente em 1928, ele anunciou uma campanha de Satyagraha em Bardoli contra o aumento de 22% em impostos britânicos. As pessoas se recusaram a pagar os impostos, sendo repreendidas pelo governo britânico. No entanto os indianos continuavam não violentos. Finalmente, após vários meses, os britânicos cancelaram os aumentos, libertaram os prisioneiros, e devolveram as terras e propriedades confiscadas; e os camponeses voltaram a pagar seus tributos.

Ainda nesse ano, o congresso indiano quis a autonomia da Índia e considerou guerra aos ingleses para conseguir esse fim. Gandhi recusou a apoiar uma atitude como esta, porém declarou que se a Índia não se tornasse um Estado independente ao final de 1929, então ele exigiria sua independência.

Por conseguinte em 1930, Mahatma Gandhi informou ao vice-rei, de que a desobediência civil em massa iniciaria no dia 11 de março. "Minha ambição é nada menos que converter as pessoas britânicas à não violência, e assim lhe faz ver o mal que fizeram para a Índia. Eu não busco danificar as pessoas.". Gandhi decidiu desobedecer as Leis Salgadas que proibiram os índios de fazer seu próprio sal; este monopólio britânico golpeou especialmente ao pobre.

Começando com setenta e oito sócios, Gandhi iniciou uma marcha para o mar de 200 milhas, que levaria mais de vinte e quatro dias. Milhares tinham se juntado no começo, e vários milhares uniram-se durante a marcha. Primeiro Gandhi e, então outros juntaram um pouco de água salgada na beira-mar em panelas, deixando ao sol para secar. Em Bombaim o Congresso teve panelas no telhado; 60.000 pessoas juntaram-se ao movimento, e foram presas centenas delas. Em Karachi onde 50.000 assistiram o sal sendo feito, a multidão era tão espessa que impedia a policia de efetuar alguma apreensão.

As prisões estavam lotadas com pelo menos 60,000 ofensores. Incrivelmente lá "não havia praticamente nenhuma violência por parte da população; as pessoas não queriam que Gandhi cancelasse o movimento. Gandhi foi preso antes de que pudesse invadir os Trabalhos Dharasana Sal, mas o amigo dele Sr. Sarojini Naidu conduziu 2.500 voluntários e os advertiu não resistir às interferências da polícia. De acordo com uma testemunha ocular, o repórter Miller de Webb, eles continuaram marchando até serem detidos abaixo do aco-shod lathis, por quatrocentos policiais, mas eles não tentaram lutar . Tagore declarou que a Europa tinha perdido a moral e o prestígio na Ásia. Logo, mais de 100.000 índios estavam na prisão, incluindo quase todos líderes.

Gandhi foi chamado à uma reunião com o Vice-rei Irwin em 1931, e eles firmaram um acordo em março. A Desobediência civil foi cancelada; foram libertados os prisioneiros; a fabricação de sal foi permitida na costa; e os líderes do Congresso assistiriam à próxima Conferência de Mesa Redonda em Londres. Gandhi viajou para Londres onde ele conheceu Charlie Chaplin, George Bernard Shaw, e Maria Montessori, entre outros. Em transmissão de rádio para os Estados Unidos, ele falou que a força não violenta é um modo mais consistente, humano e digno.Discutindo relações com os britânicos, ele disse que ele não quis somente a independência, mas também a interdependência voluntária baseada no amor.

Enquanto, preso em 1932, Gandhi entrou em um jejum em nome dos Harijans porque a eles tinha sido determinado um eleitorado separado. Poderia ser um jejum até morte, a menos que ele pudesse despertar a consciência hindu. O assunto estava resolvido, e até mesmo templos hindus intocáveis eram abertos pela primeira vez. No próximo ano, Gandhi fez um jejum de vinte e um dias para purificação, e os funcionários britânicos, amedrontados de que ele pudesse morrer, colocaram-no na prisão. Gandhi anunciou que não se ocuparia da desobediência civil até que sua oração fosse completada.

Mesmo com a Segunda Guerra Mundial se aproximando, Gandhi havia confirmado seus princípios pacifistas. Ele mostrou como a Abissínia (Etiópia) poderia ter usado a não violência contra Mussolini, e ele recomendou isto para os Tchecos e para os Chineses. "Se é valente, como é, para morrer a um homem que luta contra preconceitos, é ainda bravo para recusar briga e ainda recusar se render ao usurpador"

Já em 1938 ele exortou os judeus para defender os direitos deles e se necessário morrer como mártires. "Um manhunt degradante pode ser transformado em um posto tranqüilo e determinado, oferecendo aos homens e mulheres desarmados, a força dada a eles por Jehovah." Mahatma recomenda o uso de Métodos não violentos aos britânicos para combater Hitler; já que não podia dar seu apoio a qualquer tipo de guerra ou matança.

O Congresso prometeu a Gandhi que ele ficaria fora da prisão, mas outros 23.223 indianos foram presos, inclusive Vinoba Bhave, Nehru, e Patel. Em 1942, Gandhi sugeriu modos para resistir não violentamente aos japoneses. Ele propôs uma atração às pessoas japonesas, a causa da "federação mundial da fraternidade sem a qual não poderia haver nenhuma esperança para a humanidade".

Porém, Gandhi continuou exercendo uma revolução não violenta para a Índia, e em 1942 ele e outros lideres foram presos. Ele decidiu jejuar novamente, sendo que apenas ele sobreviveu. Quando a guerra terminou, ele afirmou da necessidade de "uma paz real baseada na liberdade e igualdade de todas as raças e nações". Nos últimos anos de sua vida, se tornou mais do que um socialista. Ele havia dito, "Violência é criada por desigualdade, a não violência pela igualdade". Ele foi a uma peregrinação para Noakhali para ajudar aos pobres.Independência para a Índia era agora iminente, mas Jinnah o Líder muçulmano estava exigindo a criação de um estado separado: o Paquistão. Gandhi prega para unidade e tolerância, até mesmo lendo às reuniões um Alcorão de orações. Os hindus o atacaram porque pensaram que ele era a favor dos muçulmanos, e os muçulmanos exigindo dele a criação do Paquistão. Gandhi foi para Calcutá para acalmar a discussão e a violência entre hindus e muçulmanos. Mais uma vez ele jejuou até que os lideres da comunidade assinaram um acordo para manter a paz. Antes de que eles assinassem, ele os advertiu de que se rebelassem ele jejuaria até a morte.

Gandhi também, em janeiro de 1948 fez muito para acalmar os conflitos entre hindus e muçulmanos, permitindo a divisão da Índia em dois países.Embora este ódio religioso entristeceu a Gandhi, a Índia tinha conquistado sua independência no dia 15 de agosto de 1947 que realizando a maior revolução não violenta da historia mundial.


NÃO desejo morrer pela paralisia progressiva
das minhas faculdades como um homem vencido.
A bala de um assassino poderia por fim a minha vida.
Acolhe-la-ia com alegria.


Finalmente, Gandhi era assassinado por um hindu enfurecido em 30 de janeiro de 1948 numa reunião de oração; com seu último suspiro o Mahatma cantou o nome de Deus.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

OLGA BENÁRIO - REVOLUCIONÁRIA ALEMÃ




Conhecida no Brasil como Olga Benário ou Olga Benário Prestes, Maria Bergner era uma revolucionária que defendia o comunismo e lutava para acabar com as desigualdades e injustiças sociais.

Nasceu em Munique, na Alemanha, em 1908, numa família judia de classe média. Membro do Partido Comunista alemão desde 1926, Olga foi acusada de atividades subversivas e presa em 1929.

Depois de libertada, foi para a União Soviética, onde passou a trabalhar na Internacional Comunista e onde conheceu Luís Carlos Prestes, importante líder revolucionário brasileiro.

Olga fez parte do grupo de estrangeiros destacados para acompanhar Prestes em seu retorno ao Brasil. Prestes deveria liderar uma insurreição armada que instalasse um governo revolucionário.

Olga e Prestes chegaram ao Brasil em abril de 1935 e viveram meses na clandestinidade. Na época, o nome de Prestes era aclamado nas manifestações populares promovidas pela ANL (Aliança Nacional Libertadora), frente antifascista que reunia diversos setores de esquerda, entre eles os comunistas.

Em novembro de 1935, um levante armado aconteceu na cidade de Natal, e Prestes ordenou que a insurreição fosse estendida ao resto do país. O apoio militar prometido a Prestes não foi concretizado. Apenas algumas unidades de Recife e do Rio de Janeiro se levantaram contra o governo brasileiro, que rapidamente controlou a situação, reprimiu e prendeu oposicionistas e revolucionários.

Durante alguns meses, Olga e Prestes mantiveram-se na clandestinidade, até que, em março de 1936, foram capturados pela polícia. Mesmo grávida, Olga foi deportada para a Alemanha nazista seis meses depois. Entregue à Gestapo
(polícia política alemã), Olga foi enviada para um campo de concentração, onde deu à luz Anita Leocádia Prestes.

Após campanha internacional por sua libertação, Anita foi entregue a sua avó paterna. Olga Benário continuou presa e, em 1942, morreu executada pelos nazistas.