sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A importância do trabalho em equipe no ambiente escolar




A complexa realidade com a qual se depara a escola atual, resultante das transformações do mundo globalizado, tem tornado inviável as tentativas de submeter os sistemas de ensino a ditames de órgãos centrais. Desse modo, o que vemos é a crescente tendência a descentralização e autonomia da gestão das escolas públicas.

Essa conjuntura impõe novos desafios aos dirigentes escolares, que passam a ser diretamente investido da missão de gerir não só os recursos materiais e humanos, mas, também o financeiro e tendo, ainda, a complicada tarefa de administrar conflitos no âmbito da comunidade escolar.

Assim, muitos têm chegado ao consenso de que a divisão de tarefas entre os vários componentes da equipe da escola (direção, supervisão, professores e funcionários) apresenta-se como relevante estratégia de gestão, pois, evita a sobrecarga da direção, dar aos membros da escola a oportunidade de tomarem parte nas decisões e agrega valores democráticos a conduta diretiva da unidade de ensino.

Diariamente as escolas são solicitadas a resolverem uma gama de problemas. Pais buscam informações sobre o comportamento dos filhos, suas notas e desentendimentos com outros colegas; alunos indisciplinados na sala de aula; questões sobre o uso racional dos materiais de consumo ou permanente. Caso todos esses e outros problemas fiquem a cargo de apenas uma ou duas pessoas, essas estarão sempre sujeitas aos riscos da exaustão física e mental.

Dividindo as tarefas os professores podem conversar com os pais, dar-lhes explicações sobre as notas, desempenho, dificuldades e condutas dos alunos e estabelecer parceria com as famílias; a equipe da limpeza pode, em dialogo com a direção, debater e propor soluções para o uso mais eficiente do material de limpeza, criando estratégias e responsabilizando-se pela sua execução; o diretor pode deixar a cargo da supervisão a tarefa de controle e distribuição racional de matérias para uso didático.

 Além das questões corriqueiras, é interessante que as decisões importantes da gestão sejam tomadas em conjunto, passando pelo crivo do debate coletivo, onde todos discutem, fazem proposições, tomam decisões e se responsabilizam para que essas se tornem realidade. Contudo, vale ressaltar que nem todas as tarefas da direção precisam ser compartilhadas.  É necessário, assim, discernir onde começa e termina o trabalho em equipe, pois existem espaços que são de atuação exclusiva do gestor escolar.

Partindo do que foi exposto, entende-se que a gestão escolar, que tem sido beneficiada pela tendência descentralizadora emanada das transformações no modelo de estado brasileiro, tem agora o desafio de desenvolver melhores estratégias de trabalho em equipe. Dividindo responsabilidades, ampliando a participação, tomando decisões em conjunto pode-se viabilizar um salto qualitativo na forma de conduzir a direção escolar, pois, evita-se o desgaste dos gestores e elaboram-se soluções mais criativas e eficazes.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Professor desenvolve projetos criativos em escola potiguar

 
 
 
Os projetos criados por um professor de apenas 20 anos contribuíram para a premiação de sua escola em diferentes ocasiões. Estudante de letras, André Magri Ribeiro de Melo dá aulas de língua portuguesa e literatura na Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira, em Ipanguaçu, município potiguar a 200 quilômetros de Natal. Na mesma instituição, localizada no assentamento Tabuleiro Alto, área rural do município, ele iniciou a carreira de professor, há quatro anos.
 
A primeira iniciativa premiada de André foi o projeto Literatura de Terror: uma Visita à Elegante Essência do Medo. A experiência conquistou o primeiro lugar do prêmio Construindo a Nação, edição 2010, no ensino fundamental. Em 2011, o projeto Identidade e Voz do Povo Nordestino na Literatura Regionalista proporcionou à escola o primeiro lugar na mesma premiação. Com esse projeto, a instituição também foi vencedora do Selo Escola Solidária (2011) e conquistou o segundo lugar no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita (2011).
 
Na visão desse jovem educador, o uso de meios alternativos de ensino, como músicas, filmes e desenhos animados, mostra ao estudante diferentes formas de estudar e analisar a língua materna que não sejam apenas o livro didático e o quadro com giz. “Se o aluno sentir prazer em estar na sala de aula e na escola, renderá bem mais, e seu aprendizado sofrerá evolução significativa”, afirma André. Em todo os projetos que desenvolve, ele conta sempre com a parceria dos professores de língua inglesa e ensino da arte.
 
Seus planos para 2012 incluem uma grande viagem pela história da literatura brasileira com o projeto De Caminha a Lobato: A Evolução da Literatura Brasileira. “Os alunos serão apresentados aos diferentes momentos de construção da nossa literatura e conhecerão as influências recebidas, bem como as relações das obras escritas com os momentos históricos que nosso país vivia a cada surgimento de um novo olhar sobre a palavra”, revela.
 
A viagem pelas letras terá início com a leitura de uma versão infantil da Carta de Pero Vaz de Caminha (sexto e sétimo anos) e trechos do texto original (oitavo e nono). Terá continuidade com a passagem pelas escolas da literatura brasileira, como o Romantismo e o Modernismo, até chegar às obras de Monteiro Lobato. “Um batalhão de personagens, histórias e emoções pretende bater à porta da escola e das famílias de Tabuleiro Alto”, adianta André.
 
Ele assegura que os alunos lerão todas as obras indicadas, integralmente. Embora o acervo da biblioteca da escola seja pequeno, os estudantes contam com a ajuda da família para a aquisição de obras, com doações e visitas a
 
bibliotecas municipais. “Entendemos que a leitura dos textos integrais garante maior compreensão do aluno e o insere mais ainda no mundo letrado e literário”, diz o professor.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=2110

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ANO LETIVO PODERÁ NÃO SER INICIADO EM CAICÓ



NOVA GREVE NA EDUCAÇÃO MUNICIPAL PODERÁ RETARDAR INÍCIO DO ANO LETIVO
Assembleia decidirá rumos das lutas em 2012

Os Professores da rede municipal de ensino de Caicó poderão decretar GREVE logo no início do ano letivo. Duas questões que podem ser motivo de novo movimento paredista é o fato de os Professores não terem recebido, até agora, a diferença do 13º salário 2011 que foi pago errado aos funcionários da educação, fato que vem causando forte descontentamento na categoria, isso porque, a folha do 13º de 2011 não foi paga com o valor total da remuneração devida e de direito.
Apesar da folha para o pagamento da diferença do 13º já esta pronta, segundo informações da secretaria Municipal da Educação e da Secretaria Municipal da Administração, até agora a prefeitura vem adiando o pagamento sem maiores justificativas.
Outro forte motivo que pode trazer a tona os conflitos entre governo e Professores é o não reajuste do Piso Salarial Nacional do Magistério, que deveria ter sido efetuado desde o dia 1º de janeiro, em observância a Lei 11.738/2008 e até agora nada foi apresentado aos Professores, causando prejuízo salarial que se acumula desde janeiro de 2009. O percentual para o reajuste anual de acordo com os valores do MEC é de 22,22%.
Segundo informações do SINDSERV.,  se até 8 de março não for apresentada nenhuma proposta sobre estas duas questões em conflito aos Professores da rede municipal de ensino caicoense, nova GREVE deve ser decretada por tempo indeterminado. O início das aulas está previsto para o dia 1 de março e a Semana Pedagógica para o período de 23 a 27 de fevereiro.
O caldeirão começou a ferver!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Inscrições do Concurso Público da Prefeitura de Caicó começaram hoje

Teve início hoje (06) e vai até o dia  05 de março, o período de inscrições para o Concurso Público de Caicó. Poderão ser feitas exclusivamente através da internet, no site www.fundacaofuc.com.br, onde o candidato deverá optar sobre o cargo a concorrer, secretaria, local de lotação, e/ou programa do governo federal, quando for o caso.   Quem não tiver acesso a internet, poderá utilizar o posto de inscrição localizado no Núcleo de Tecnologia Municipal – NTM, situado na Av. Monsenhor Severiano, s/n, ao lado da Secretaria Municipal de Infra-estrutura, para efetuar a sua inscrição.
As provas serão aplicadas, em Caicó na data provável de 14 de abril de 2012, no horário vespertino, das 14h às 17hs para os cargos de nível superior e na data de 15 de abril no horário matutino, das 8h às 11hs para os cargos de nível médio e no horário vespertino, das 14h às 17hs, para os cargos de Nível fundamental completo e incompleto, cujos locais e horários serão informados no Cartão de Inscrição do Candidato. 
Confira abaixo todos os cargos:
CARGOS DE NÍVEL FUNDAMENTAL – 63 vagas com salários de 622 reais e Inscrição no valor de 40 reais
Auxiliar de Serviços Gerais - 2 vagas
Auxiliar de Serviços Gerais Controle de Abastecimento d’água - 2 vagas
Auxiliar de Serviços Gerais de Lavagem de Veículos e Máquinas - 1 vaga
Auxiliar de Serviços Gerais Recebedor de Animais - 3 vagas
Auxiliar de Serviços Gerais Carga e Descarga de Mercadorias - 4 vagas
Calceteiro - 2 vagas
Capturador - 3 vagas
Coveiro - 2 vagas
Jardineiro - 1 vaga
Lubrificador de Veículos Automotores - 1 vaga
Marceneiro - 1 vaga
Merendeira - 19 vagas
Motorista - 2 vagas
ORIENTADOR DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Corte e Costura em Malha - 2 vagas
Corte e Costura em Tecido - 1 vaga
Pintura em Tecido - 1 vaga
Rebordado com Pedrarias - 1 vaga
Pintor - 2 vagas
Tratorista - 4 vagas
Segurança - 1 vaga
Vigia - 8 vagas
CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – 111 vagas com salários de 622 reais e Inscrição no valor de 50 reais
Agente Comunitário De Saúde – 18 vagas
Agente Fiscal – 5 vagas
Assistente Administrativo- 1 vaga
Auxiliar Administrativo – 19 vagas
Auxiliar de Consultório Odontológico – 10 vagas
Cuidador de Residência Teraupeuta – 2 vagas
Fiscal Sanitário – Técnico – 6 vagas
Operador de Sistema - 1 vaga
Orientador de Formação Profissional em Informática – 1 vaga
Orientador Sócioeducaional – 6 vagas
Técnico Em Construção Civil – 2 vagas
Técnico Em Enfermagem – 40 vagas
CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 70 vagas com salários variados e inscrição no valor de 70 reais
Arquiteto – 1 vaga
Arquivista - 1 vaga
Contador – 1 vaga
Educador Físico – 3 vagas (Remuneração varia)
Enfermeiro – 03 vagas
Engenheiro Agrônomo – 1 vaga
Fiscal Sanitário – Farmacêutico / Bioquímico – 1 vaga
Fiscal Sanitário – Odontólogo – 1 vaga
Fiscal Sanitário – Enfermeiro – 1 vaga
Fisioterapeuta – 1 vaga
Fonoaudiólogo – 1 vaga
Médico Anestesista – 2 vagas
Médico Generalista – 17 vagas
Médico Neurologista – 1 vagas
Médico Pediatra – 1 vaga
Médico do Trabalho – 2 vagas
Nutricionista – 6 vagas
Procurador - 02 vagas
Pedagogo – 2 vagas
Professor polivalente 1º ao 5º - ensino fundamental – 3 vagas
Professor Educação Infantil – 1 vaga
Psicólogo – 7 vagas
Psiquiatra – 6 vagas
Terapeuta Ocupacional – 4 vagas
Veterinário – 1 vaga
 
 

O conhecimento das leis é necessário a uma boa gestão escolar

A idéia de gestão democrática, hoje bastante disseminada e sujeita a muitas interpretações, traz novos desafios ao diretor da escola, que passa a dividir o poder de gestão com outros atores (pais, alunos professores, supervisores, conselhos). No entanto, o diretor não deixa de ser a figura central na administração escolar, pois é ele o principal responsável pela gerência dos recursos financeiros, matérias e humanos e pelas decisões tomadas no âmbito de sua gestão.
 
Diante dessa nova realidade, em que o diretor deixa de ser um chefe para se tornar uma espécie de “diplomata” a intermediar uma gama de interesses e conflitos que emergi da participação de novos atores na tarefa de gerir a instituição, torna-se ainda mais relevante o conhecimento dos textos legais, pois o conhecimento das leis, decretos, portarias que orientam e estabelecem diretrizes para o funcionamento da escola é interessante para que o gestor possa fundamentar suas propostas, suas decisões e explicar a razão de seus procedimentos.
 
Contudo, não se trata de adquirir conhecimentos para que este possa servir como instrumento de manipulação, mas, isso sim, para ser socializado com os demais atores envolvidos ou interessados no sucesso da escola, de modo que os mesmo também possam fundamentar-se e contribuir nos debates, dando melhores respostas as demandas existentes.
 
Não obstante, é importante ressaltar que os textos legais não são formas rígidas, nem formulas mágica a oferecer receitas infalíveis para todos os tipos de problemas. A legislação educacional é complexa, os decretos acumulam-se ano a ano, além de mudarem de região para região. Assim, haverá sempre casos em que as leis não fornecerão respostas e que requererão a criatividade e o esforço da do gestor e dos membros da comunidade escolar.
 
A inovação, a criatividade dos gestores para, junto com a comunidade escolar dar respostas aos problemas surgidos na escola não anula, contudo, a importância das leis. Afinal, nem tudo precisa ser recriado e a educação não pode ser tratado como um barco a deriva.
 
Desse modo, aqueles que têm a frente à missão de dirigente escolar, ou os que almejam tê-la, deve ser um conhecedor e um pesquisador incansável das leis educacionais, socializando com os demais membros da escola, fundamentando melhor as tomadas de decisões no enfrentamento dos problemas e, sempre que necessário, fazendo uso da criatividade, da inovação.

   

sábado, 4 de fevereiro de 2012

COMBATER A HOMOFOBIA É INDISPENSÁVEL PARA CONSTRUÇÃO DA ESCOLA DEMOCRÁTICA


Sabe-se que a discriminação sexual, e as diversas formas de violência que a ela se associam, está bastante presente no cotidiano escolar, sendo um mal que precisa ser combatido, pois além de danos físicos, psicológicos e sociais tem sido um dos responsáveis pela evasão dos alunos vitimados.
 
Insultos, piadinhas e até espancamentos contra aqueles que assumem uma opção sexual fora dos padrões “tradicionais” apresentam-se como razões que ajudam a explicar o fato de muitos alunos deixarem a escola, numa atitude de defesa, auto-preservação diante de seqüência de agressões.
 
Dessa forma, em razão de um ambiente escolar agressivo, as vítimas de violência homofóbica acabam desenvolvendo medo da escola, tristeza, depressão. A escola, que deveria ser o lugar da socialização, do provimento de situações interativas e educativas no combate a toda forma de discriminação, ao adotar uma atitude omissa e, portanto, conivente diante da homofobia, torna-se espaço da exclusão social.
 
A origem dos estudantes, muitas vezes imersos a uma cultura machista, além da falta de profissionais capacitados e sensibilizando para enfrentar a temática da discriminação sexual, são fatores que ajudam a entender essa lastimável realidade.
 
Entende-se, portanto, que para a construção de uma escola verdadeiramente democrática faz-se necessário o combate a toda forma de preconceito e, entre elas, a homofobia, capacitando e sensibilizando o corpo docente e demais profissionais da escola a desenvolverem projetos e práticas cotidianas que integre toda a comunidade escolar no enfrentamento e combate a discriminação sexual.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

VALE A PENA LER ESTE ARTIGO!

CARNAVAL EM CAICÓ: NEM TÃO GRANDE ASSIM!

Professor Antônio Neves

"Se a gente com o trio não pula
A culpa é de quem manipula
E não pula o carnaval!"

O carnaval de Caicó, entra ano e sai ano e segue sofrendo do mal de sempre – falta de originalidade -. Ao contrário da imagem de grandiosidade que os meios de comunicação local tentam vender para alavancar o padrão carnavalesco da cidade, olhando bem, por trás da fantasia em destaque veremos que o nosso carnaval não é tão grande assim... É muita caneca pra pouca cerveja!

Diante de tantos argumentos premeditados que ouvimos pelas rádios, com radialistas difundindo uma imagem inexistente do carnaval caicoense, quem ainda não conhece tal festa, e ainda tá se guiando apenas pela propaganda midiática, ao chegar aqui vai se deparar com aquilo que o carnaval realmente é: a ilusão revelada numa infraestrutura capenga na cidade para se realizar um carnaval que, pela forma como é idealizado, tem gosto duvidoso... Só depois de tomar alguns goles e se procurar banheiros públicos para se fazer xixi, é que cai a ficha do folião... A grandeza do carnaval de Caicó é menor que a propaganda! Sobra lantejoula e faltam investimentos, compromisso administrativo com a realização das festas populares e, clareza do que é, e significa tradição carnavalesca de verdade. O resto sai na ressaca da quarta-feira de cinzas!

O carnaval de Caicó, nem de longe, é o terceiro maior do Nordeste, como insistem em fazer crer alguns deslumbrados. Quem tendenciosamente tenta passar esta afirmação como regra, na intenção de promover a festa momesca local, certamente ignora os históricos e tradicionais carnavais de Olinda e Recife-PE, Salvador e Feira-de-Santana-BA, ou até mesmo o de Macau-RN que cresce a cada ano. Desconheço os critérios usados por estes que insistem na fórmula apelativa do: vem pra cá a qualquer custo; pois, planejamento, organização e qualidade o carnaval de Caicó não tem, e estes são os principais critérios que compõem a grandeza de um evento de massa.

Se o critério usado para o marketing do carnaval caicoense for pela quantidade de pessoas que aqui visitam e a densa participação popular que saem às ruas, seja atrás do que sobrou das troças ou do trio-elétrico, tudo bem; vale o conceito de um bom carnaval, (por ser interiorano, ainda é tranquilo) mas é só isso. Com exceção dos blocos populares de rua (Alaursa e Treme-Treme) o resto é pura maquiagem para confundir as tradições que, já nem existem mais, a começar pelo péssimo gosto musical que nada tem haver com festa carnavalesca. Basta ouvir as bandas (de forró) que foram contratadas (por valores pouco merecedores) para animar as noites na Ilha de Santana, para ver que teremos um Carnaforró improvisado onde a juventude, desaculturada e alcoolizada, vai rebolar ao som do -“ai se eu te pego, assim você me mata”-... Deus me defenda, prefiro o Bloco do Lixo!!

E para os que vão me acusar de está fazendo o discurso do contra, achando que com esta opinião estou contribuindo para uma visão negativa do carnaval em nossa cidade, (o que não é verdade, apenas defendo a tese de que poderia ser melhor), acrescento ainda que, muitas pessoas usando o argumento de que o carnaval está virando festa para turistas, aproveitam-se do momento e transformam a festa em uma das mais cara$ da região. Nesta época, tudo o quanto é serviço e produto de consumo aumenta vertiginosamente de preço, exploração total. 

Comerciantes, vendedores ambulantes, prestadores de serviços querem ganhar em 10 dias o que não ganham no ano todo, seja com o preço (inflacionado) de aluguéis de imóveis, festas em clubes, transportes (taxi e moto-taxi), bebidas, alimentos ou até mesmo o preço de um simples cachorro-quente ou de uma garrafinha de água mineral. O negócio é lucrar. O comércio local acusa o poder público de não investir no evento, mas ao mesmo tempo só pensa no lucro, não entra com um só centavo para ajudar a animar a festa.

Pois é, o carnaval tá ai, sendo grande ou pequeno tem alguns espertos (principalmente no poder municipal) que nos últimos 15 anos tem se dado muito bem com esse modelo de festa carnavalesca imposta à cidade, sem que ninguém modifique a sua maneira de ser realizada. Muito ou pouco, com ou sem planejamento prévio, tem dinheiro público gasto no evento, e o povo, mesmo achando que poderia ser melhor, participa. Este modelo medíocre aqui estabelecido de se promover a maior festa popular do mundo (carnaval) da forma como tem sido até então, deixa aberto uma fenda de questionamentos que nos relega (apesar do esforço dos canais de comunicação) a apenas uma festinha de carnaval do interior, e nunca o terceiro maior carnaval do Nordeste.

E quando silenciarem os clarins, cantaremos:
“(...) ai quarta-feira ingrata
Chega tão depressa,
Só pra contrariar..."